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Acordei com o irritante som do despertador. Desliguei-o rapidamente e abri os olhos, mas só vi negro à minha frente. Admito que fiquei um pouco assustada, mas depois lembrei-me do que tinha acontecido.

Eu e o Luke tínhamos ficado acordados até à uma da manhã a jogar o tal jogo das 20 perguntas, de olhos vendados. Quando acabámos, eu estava tão cansada que acabei por adormecer com a venda nos olhos, sem trocar de roupa e sem sequer desfazer a cama.

Tirei finalmente a venda que cobria os meus olhos e não me admirei de ver Luke ali deitado na minha cama. Abanei-o um pouco para o acordar e ele resmungou qualquer que eu não compreendi e que me fez rir.

- Acorda, Luke.

- Não! Ainda é muito cedo. Tenho sono.

- Está bem. Podes ficar a dormir mas sou eu que vou tomar banho primeiro.

E dizendo isto levantei-me e comecei a dirigir-me para a porta. Do nada, ele levantou-se, tirou a venda dos olhos e veio a correr atrás de mim, pegando-me ao colo e deitando-me no seu ombro.

- Luke, larga-me - disse eu, entre gargalhadas.

- Nem penses, Caroline. A casa de banho é minha.

- Se não me largares não vai ser de nenhum porque vamos ficar atrasados e não vamos ter tempo de tomar banho.

- Ah, pois. Tens razão - apercebeu-se ele.

Aproximou-se da cama e deitou-me nela gentilmente, debruçando-se depois sobre mim.

- Bom dia - disse ele com um sorriso. Deu-me um beijo na bochecha e foi tomar banho.

Pus a mão suavemente sobre a zona onde os seus lábios tinham tocado a minha pele. Estava quente, muito quente. Um largo sorriso trespassou o meu rosto pela agradável sensação que estava a sentir.

Afinal o jogo das perguntas, que eu cheguei a achar uma estupidez, até tinha sido uma boa ideia. Agora, eu sabia mais sobre o Luke e ele sabia mais sobre mim e isso tinha-nos aproximado. Eu estava feliz pela nossa aproximação e por agora ter mais alguém neste mundo que me pudesse ajudar a sorrir. Só esperava que não durasse tão pouco como a minha amizade com Eve.

*

- Olá, Carol.

- Humm...olá, Eve - respondi, atrapalhada.

- Podemos falar? - a sua voz soava entristecida. E tinha razões para isso.

- Eu não sei. A Emma...

- A Emma não está cá. Foi almoçar fora - interrompeu-me ela, sentando-se à minha frente na mesa da cantina. - O que é que aconteceu?

- Não aconteceu nada.

- Não me mintas, Caroline. Porque é que deixaste de falar comigo?

- Porque a Emma me proibiu de o fazer - revelei, com um suspiro triste. - Ela disse que eu estava a passar demasiado tempo contigo e assim tinha menos tempo para ela.

- Eu não acredito - disse ela, zangada e triste ao mesmo tempo.

- Eve, desculpa, a sério. Eu nunca quis afastar-me de ti. Eu adoro-te e não tinha o direito de te fazer isto. Eu sei que fui fraca ao agir desta forma, mas a culpa não foi minha.

- Carol, tem calma. Eu sei que a culpa não foi tua. Mas eu não quero continuar assim. Temos de arranjar uma forma de continuar a falar sem ela saber.

- Mas como? Ela anda sempre em cima de mim.

- Eu vou pensar em alguma coisa e depois digo-te.

- Está bem. Obrigada.

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