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- Podes-me explicar o que é que foste dizer à Emma? - berrei eu, entrando no quarto do Luke sem bater à porta.

- O quê? - perguntou ele, levantando-se da cama, onde estava deitado com o computador nas pernas.

- Não te faças de desentendido. Porque foste falar com ela?

- Porque eu queria que ela parasse de te tratar tão mal - respondeu ele naturalmente.

- Mas tu és estúpido? Só foste piorar as coisas. Porque é que te metes na minha vida?

- Olha, desculpa se te queria ajudar - disse ele como se fosse a desculpa mais óbvia de sempre.

- Mas eu sei tratar de mim sozinha. Porque raio é que me queres ajudar? Desde quando é que te importas com a forma como os outros me tratam?

- Importo-me a partir do momento em que não aparecem sorrisos nos teus lábios e os teus olhos derramam lágrimas a toda a hora.

Como se as suas últimas palavras fossem um feitiço lançado contra mim, comecei a chorar intensamente.

- Vá lá, Luke, não me digas essas coisas. Tu sabes que eu levo essas palavras a sério, sabes que elas têm significado para mim e para ti não devem significar nada de tantas vezes que já as deves ter dito. Porque é que és assim comigo? Porque é que me beijaste? Porque é que...

Num impulso repentino , ele aproximou-se de mim e os seus lábios calaram as minhas palavras. A intensidade com que o seu corpo chegou ao meu foi tanta que me empurrou contra a parede do quarto, nunca me descolando do seu beijo.

Eu estava tão insegura, tão incerta. O meu corpo afastou-se um pouco interrompendo o beijo. Luke aproximou a sua cara do meu ouvido e sussurrou:

- Pára de fugir de mim.

E beijou ao de leve o lóbulo da minha orelha. Um arrepio percorreu o meu corpo e, num gesto involuntário, estiquei os braços para entrelaçar as minhas mãos atrás do seu pescoço e puxar de novo os seus lábios para os meus. Ele colocou a mão direita no fundo das minhas costas e puxou o meu corpo contra o seu.

A sua boca sabia a pastilhas de limão proporcionando frescura à minha. Cada milímetro da sua pele parecia ter chamas que flamejavam e queimavam o meu corpo onde ele me tocava, tornando a minha respiração ofegante. Os meus dedos sentiam os pequenos pelos arrepiados da sua nuca e massajavam o seu cabelo louro. Nunca na minha vida alguém me tinha feito sentir assim, tão viva.

Os seus lábios avermelhados passaram para o meu pescoço, acariciando-o suavemente. Enquanto isto, a conversa dos meus pais sobre a família veio-me à cabeça.

- Luke - chamei, num sussurro . - É assim que nos vamos tratar como irmãos?

- É assim que queres que eu te trate como uma irmã? - perguntou ele, entre beijos.

- Não sei - murmurei o mais baixo que consegui.

Ele parou imediatamente de me beijar e encarou-me, sério, com os seus olhos azuis claros hipnotizantes. As suas bochechas normalmente pálidas estavam agora vermelhas e a sua respiração estava descontrolada, tal como a minha. Quando nos olhámos nos olhos, ele pareceu perceber a confusão que ia na minha cabeça. Ele pareceu perceber as minhas dúvidas, as minhas incertezas, as minhas preocupações, os meus medos. No seu olhar vi refletida a conversa que os meus pais tinham tido connosco e percebi que, tal como eu, ele também não concordava com a promessa de nos tratarmos como irmãos. Suspirou profundamente e rodeou os seus braços à minha volta. A minha cabeça deixou-se cair sobre o seu peito e eu pude inalar o perfume da sua colónia por breves segundos, desejando que eles se tornassem horas infinitas.

- Desculpa ter ido falar com a Emma - disse Luke, num murmúrio.

- Só não voltes a fazê-lo.

- Não volto.

*

- Olá!

- Olá - retribui, abrindo mais a porta, permitindo assim que Eve entrasse.

Tínhamos combinado que ela vinha a minha casa para estudarmos química, antes da semana começar.

Conduzi-a até ao meu quarto e sentámo-nos na minha cama com todo o material que íamos precisar.

- Então, como estás? - perguntou ela.

- Bem, acho. E tu?

- Também.

- É claro que estás bem. Agora andas toda contente com o rapaz de cabelo rosa.

- Que rapaz de cabelo rosa? - perguntou ela, com uma expressão desentendida.

- O teu amigo da festa.

- Ah, o Michael. Desculpa, não estava a ver de quem estavas a falar porque ele agora pintou o cabelo de azul turquesa.

Eu soltei uma gargalhada animada.

- Muito bem, menina Eve. É bom ver-te assim tão feliz com o tal Michael.

- Então e o Luke?

- O Luke? O que é que tem o Luke? Não se passou nada com Luke - disse, ficando extremamente nervosa. Será que ela já soube do beijo?

- Tem calma, mulher. Só queria saber se ele está em casa ou não.

- Ah! Não, não está - disse, suspirando de alívio. Espero que ela não tenha levado a minha tensão momentânea a sério. - Ele saiu de casa todo apressado depois de almoço, não sei para onde foi.

- Está bem, está bem. Vamos mas é estudar, que amanhã temos aula.

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N/A:

Olá meninas!!! ( e meninos se houver por aí algum, não sei se há rapazes a lerem a Exchange, se houver perdoem a minha discriminação, sorry).

Enfim, segundo beijo da Carol e do Luke. O que acharam do capítulo, minha gente? Espero que esteja do vosso agrado.

Outra coisa: não sei se repararam mas este capítulo foi dedicado a uma leitora que está a gostar da história e portanto pediu-me que lhe dedicasse um capítulo. E eu assim fiz porque adoro todas as minhas leitoras (e leitores, começo a sentir-me mal por estar a ser tão discriminadora) e elas merecem isso e muito mais. Por isso, se alguém quiser uma dedicação num capítulo, é só mandarem mensagem ou escreverem nos comments, ok? Boa :)

Bem, não vos chateio mais. Votem e comentem, amores.

Kisses

heart_in_love.

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