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Levantei os meus olhos da mão suave do Luke para a sua face. Completamente surpreendida, vi os seus olhos entreabertos a encararem os meus.

Sem pensar duas vezes, levantei-me, agarrei cuidadosamente a sua face com as minhas mãos e beijei-o. Beijei-o lentamente como há tanto tempo queria fazer.

Devido às feridas, os seus lábios não se moviam tanto como os meus mas a mão do seu braço saudável pressionou o meu pescoço contra si.

Ofegantes, soltámo-nos e sorrimos de verdadeira felicidade.

Sentei-me novamente, agarrando a sua mão e massajando-a.

- Carol - Luke chamou na sua voz fraca. - Eu quero que saibas que a culpa não foi minha. Naquela noite...

- Eu sei, Luke...

- Espera, deixa-me acabar - ele interrompeu-me. - O Calum contou-me o que a Emma te fez há uns anos. Então eu pensei que se ela foi capaz de te drogar, também é muito provável que ela me tenha drogado a mim para me beijar. E isso explica porque é que eu não me lembro de nada. Acredita Carol, só mesmo drogado, sem controlo sobre mim mesmo, é que eu poderia ter beijado a Emma. A Emma ou qualquer outra pessoa, porque eu amo-te e era incapaz de fazer de livre vontade o que quer que fosse que te pudesse magoar ou prejudicar.

O meu coração derreteu com as suas palavras. Que saudades que eu tinha da sua voz!

- Eu acredito em ti, Luke. Aliás, eu só lamento não ter acreditado antes e peço desculpa por isso - disse. - Eu também te amo, Luke.

Assim que acabei de falar a porta do quarto abriu-se ligeiramente e a cabeça do Calum apareceu.

- Caroline - ele disse com um grande sorriso no rosto. - Posso falar com o meu melhor amigo ou nem por isso?

Era óbvio que eu não queria ir embora. Agora que tinha finalmente resolvido as coisas com o Luke, não queria sair de perto dele por nada. Mas o Calum era o seu melhor amigo, conhecia-o há muito mais tempo que eu por isso era a vez dele de falar com Luke.

Sorri, deixei um suave beijo nos lábios do Luke e dirigi-me à saída.

- Eu espero aqui fora - informei e saí.

Sentei-me numa cadeira em frente à porta do quarto e entreti-me com um jogo qualquer no telemóvel.

Uns minutos depois Calum saiu do quarto.

- O Luke está a falar com a mãe. Assim que ela soube do acidente, apanhou logo um avião para cá. Deve chegar amanhã de manhã - ele informou e depois sorriu para mim. - Estás entusiasmada para conhecer a tua sogrinha?

- Calum! - exclamei, surpreendida e ele soltou uma gargalhada que ecoou pelo corredor vazio do hospital.

Logo a seguir ouvi passos apressados ao fundo do corredor e vi os meus pais a avançarem para nós.

- Olá querida - a minha mãe cumprimentou e o meu pai deu-me um pequeno beijo na testa. - Olá, Calum. Então como está o Luke?

- Tendo em conta as circunstâncias, até nem está muito mal - Calum respondeu e eu concordei com um aceno de cabeça.

- Vamos só espreitar como é que ele está e depois temos que te levar para casa, Carol. Já é tarde - desta vez foi o meu pai a falar.

- O quê? Já? - exclamei. - Mas o Luke ainda agora acordou. E eu nem dez minutos estive com ele.

- Tem que ser, filha. Já hoje faltaste às aulas para passares aqui o dia. Amanhã não podes faltar, mesmo que seja a última semana de aulas.

- Pai... - tentei reclamar, realmente aborrecida.

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