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Rodei a chave na fechadura e entrei em casa esperando poder deitar-me na minha cama e esquecer todos os meus problemas por alguns, poucos minutos.

Assim que fecho a porta aparece-me à frente quem me apetecia ver menos neste momento.

- Carol, finalmente. Onde é que te meteste? - perguntou Luke.

- Algures.

- Eu pensava que tinhas vindo para casa.

- Mas não vim.

- Mas estás bem?

- Claro - respondi, secamente, preparando-me para ir para o meu quarto.

- Vá lá, não vás embora - disse ele, agarrando-me o braço.

- Não me toques.

Ele largou-me e continuou:

- Mas fala comigo. Eu estava preocupado.

- Preocupado? Tu estavas preocupado? Tu és o culpado daquilo que aconteceu.

- Desculpa? Não podes estar a falar a sério. Porque é que eu fui o culpado?

- Se não tivesses dado a ficha à professora como eu te pedi nada disto tinha acontecido.

- E porque é que eu não podia dar-lhe a ficha?

- Porque a Emma destesta que eu acabe as coisas primeiro que ela e sou eu que sofro as consequências sempre que isso acontece - revelei. As lágrimas já estavam a aparecer outra vez mas eu ia contê-las até não conseguir mais.

- Lá está, a culpa não é minha. É tua porque te começaste a dar com ela e isso foi muito antes de eu chegar. Admite de uma vez que foste tu que fizeste porcaria.

- Eu fiz a porcaria mas tu também ficaste a assistir ao espetáculo sem dizer nada.

- O que é que querias que eu fizesse? Não era nada comigo - disse ele, simplesmente.

- Como é que consegues ser tão insensível?

- Eu não sou insensível. Tu é que és estúpida porque te dás com aquela gente e nem sequer tens coragem para te defenderes.

Auch. Aquela doeu. Eu sabia que era fraca mas ouvi-lo bem alto da boca de alguém era muito diferente.

- Eu não te admito que me insultes dessa forma. Tu não me conheces e não sabes a minha história por isso não me podes julgar - berrei eu na cara dele, no preciso momento em que os meus pais entravam em casa.

- Mas o que é que se passa aqui? - perguntou o meu pai.

Nenhum de nós se pronunciou.

- Já estavam a discutir outra vez? Quantas vezes eu já vos avisei? Nós estamos fartos disto. Estas discussões são insuportáveis e nós queremos paz nesta casa.

- Desculpa - disse eu.

- As desculpas agora não me servem de nada. Nós precisamos de ter a certeza que isto não volta a acontecer.

- Não vai acontecer outra vez - tentei de novo.

- Disseram isso da última vez e vejam onde chegaram. Agora que o Luke está cá em casa temos de nos tratar como uma família. Quero que me prometam que vão tratar-se como IRMÃOS.

- O quê? - quase gritei.

- É isso mesmo. E não aceitarei nem mais uma única discussão.

Saí disparada para o meu quarto. Como é que os meus próprios pais me podiam fazer isto? Eu não quero o Luke na minha vida. Ele só a tem estragado desde que aqui chegou.

Eu estava decidida a passar o mínimo de tempo possível com o estrangeiro. Sabia que o desconforto de partilhar as minhas refeições com ele ia permanecer, mas eu fiz de tudo para que a minha rotina não coincidisse com a dele. Passei a levantar-me meia hora mais cedo para não me encontrar com ele, mudei de lugar na sala, passei a chegar a casa pouco antes do jantar.

Os esforços que fiz para me manter longe do Luke foram em vão quando, no sábado de manhã, os meus pais nos obrigaram a ir-mos todos juntos ao centro comercial, tal e qual como uma família feliz. Nessa noite seria o baile de boas vindas da escola e precisáva-mos de comprar uma roupa mais formal. Se fosse eu a decidir a minha vida, eu nem me importava de ir ao baile nua só para não ter que ir às compras com o Luke, mas ainda são os meus pais a ordenar os passos da minha vida.

Nessa manhã, experimentei montes de vestidos em quase todas as lojas do centro. Todos os que os meus pais "aceitavam" eram horríveis. Por fim lá encontrá-mos um que nem era muito mau. Cor de rosa muito claro, até ao joelho, com mangas compridas de renda, apertado na cintura e com leves detalhes em dourado. Sim, penso que nem era mau de todo. Antes de mim, o Luke já se tinha decidido por um smoking simples de cor ligeiramente azulada.

Antes do almoço, Luke recebeu uma chamada e avisou os meus pais que precisava de ir a um sítio. Assim que nos deixou, o ratinho da curiosidade apareceu dentro de mim. Apesar do ódio com que eu lhe estava, eu estava seriamente interessada em saber onde é que ele ia se praticamente não conhecia nada aqui em Londres. O que fiz eu? Deixei os meus pais irem dar uma volta sozinhos ( também precisavam de pôr o romance em dia!) e segui o suposto novo integrante da família.

Fui encontrá-lo num pequeno café do centro comercial a conversar com um homem jovem e alto. Escondi-me atrás de uma coluna e tentei perceber do que falavam. Os seus lábios moviam-se furiosamente acompanhando as expressões sérias nas caras de ambos. Apesar disto, todas as palavras que saíam das bocas deles perdiam-se no ar a caminho dos meus ouvidos, impedindo-me de ouvir a conversa, como eu tanto desejava.

Finalmente e 20 minutos depois, vi-os levantarem-se e despedirem-se, seguindo caminhos diferentes. Dirigi-me também para junto dos meus pais com mil perguntas na minha cabeça.

Quem seria aquele homem? Será que era um traficante de droga? E se fosse um assassino? No que é que o estrangeiro se andava a meter???

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N/A:

Olá, minha gente linda.

Aqui está o capítulo 11. O que será que o Luke anda a tramar? Que acontecimentos estarão reservados para a noite do baile? Hihihihi! Em breve saberão.

Deixem votozinhos e partilhem opiniões nos comentários. E já sabem: alguma pergunta, mandem mensagem.

Well, espalhem amor.

Beijinhos muito grandes

heart_in_love <3

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