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Na manhã seguinte, fui acordada por fracos raios de sol que passavam pelas nuvens cinzentas de novembro. Os meus olhos abriram-se com dificuldade devido à claridade e observei o espaço onde me encontrava.

O quarto de Luke.

Olhei para o lado para admirar a pacífica figura de Luke a dormir. Reparei que os seus lábios estavam curvados num suave sorriso, o que me fez sorrir também.

Recordei a noite anterior. As rosas, as velas, o jantar, a música, o anel, a união. Eu e Luke entregámo-nos um ao outro e agora eu era dele e ele era meu. Apesar do desconforto inicial, eu senti-me bem ao tê-lo dentro de mim. Eu podia dizer sem qualquer receio ou dúvida que foi a melhor noite da minha vida.

De repente, passou-me pela cabeça que eu não tinha acordado com o despertador por isso não fazia ideia que horas eram. Procurei com o olhar o relógio de parede e quase tive um ataque quando vi que eram precisamente oito da manhã. Faltava meia hora para as aulas começarem.

- Luke - chamei, abanando o seu corpo. - Luke, acorda.

- Só mais um bocadinho, mãe - murmurou ele.

Não consegui deixar de soltar uma gargalhada.

- Anda lá, menino da mamã. Acorda.

- Ainda é muito cedo. Quero dormir - resmungou ele, virando-se de barriga para baixo e escondendo a cara na almofada.

- Luke, por favor, levanta-te temos pouco tempo. É preciso empurrar-te da cama abaixo para acordares?

- Não porque muito provavelmente isso não ia resultar e eu ia continuar a dormir no chão - disse ele, virando-se de barriga para cima e abrindo os olhos finalmente. - Bom dia, amor.

- Bom dia - retribuí, sorrindo por ele me ter chamado 'amor'. - Temos meia hora para estar na escola, Luke.

- Só me levanto se me deres um beijinho de bom dia.

Revirei os olhos e aproximei-me para o beijar. Assim que os nossos lábios se tocaram, ele agarrou-me pela cintura e deitou-me em cima dele.

- Luke! Estamos atrasados - choraminguei.

- Caroline - disse ele, mais sério desta vez, e eu concentrei-me nos traços do seu rosto. - Gostaste da nossa noite?

- Eu adorei - respondi honestamente. - Foi a melhor noite da minha vida. Obrigada.

- Não tens que agradecer. Eu amo-te e quero fazer-te a pessoa mais feliz do mundo.

Beijámo-nos calmamente, como se não tivessemos mais nada na nossa vida que nos esperasse.

Quando o ar dos nossos pulmões se esgotou, interrompemos o beijo e permanecemos a apreciar a face um do outro. Luke desviou o olhar por um segundo e quando o concentrou de novo em mim disse:

- 20 minutos.

Eu demorei uns segundos a perceber o que ele queria dizer e quando percebi saí imediatamente de cima dele e corri para o meu quarto.

Voltei um minuto depois com roupa na mão e comecei a despir o pijama que tinha ido buscar ao quarto na noite anterior.

Quando já estava vestida, olhei para Luke e ele ainda estava sentado na cama a espreguiçar-se.

- Ainda estás assim? - perguntei, chocada.

- Acabas-te de me dar o melhor dia da minha vida só por te despires à minha frente - ele comentou, ignorando completamente a minha pergunta.

Eu reparei que me tinha mesmo despido à frente dele e corei um pouco.

- Sim, pois, mas não vais ter mais dias destes se não levantares já esse rabo da cama - ameacei, sorrindo.

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