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Acordei com a luz solar a embater nos meus olhos. Praguejei e amaldiçoei-me mentalmente por me ter esquecido de fechar a persiana a noite passada. Tinha dormido pessimamente mal, acordando várias vezes durante a noite. Tentei voltar ao mundo dos sonhos mas não consegui. Por isso, abri os olhos a custo e encarei o teto.

Sentia-me um pouco perdida. Não sabia bem o que pensar nem o que sentir e o teto branco do meu quarto também não me esclareceu.

Num impulso, ganhei coragem para me sentar e agarrei no meu telemóvel para verificar que horas eram.

11.43h

E mesmo abaixo das horas:

1 de Janeiro
20 mensagens recebidas
26 chamadas não atendidas

E, subitamente, tudo se clarificou na minha mente. O momento em que encontrei Luke aos beijos com Emma repetia-se incontrolavelmente na minha cabeça e fez-me chorar novamente. Senti-me vazia e sem destino.

Eu amava-o tanto e disse-lho tantas vezes. Nunca o obriguei a retribuir, mas ele fê-lo mesmo assim. Qual era a necessidade dele me partir o coração desta forma?

O pior de tudo é que ele nem sequer se mostrou arrependido. Pelo contrário, ele riu-se da situação. Riu-se do meu sofrimento, riu-se de mim.

Peguei no telemóvel e vi que as mensagens e as chamadas eram praticamente todas do Luke. Apaguei as mensagens sem as ler e sobraram duas: uma do Calum e outra de Eve.

Abri primeiro a da minha melhor amiga lendo:

Carol, onde te mesteste? Vais perder a contagem decrescente. Já foste para casa? Atende as minhas chamadas. Por favor.

Depois a do moreno:

Está tudo bem?? Encontras-te o Luke? Porque não atendes o telemóvel? Estou preocupado!

Ontem estava tão perturbada que me esqueci completamente dos meus amigos. Sei que os deixei preocupados mas estava sem coragem nenhuma para dar explicações a quem quer que fosse.

O toque fa campainha despertou-me dos meus pensamentos. Esperei que os meus pais lá fossem, mas acabei por concluir que eles não estavam em casa porque minutos depois a campainha voltou a soar.

Enquanto caminhava até à porta, rezava para que não fosse o Luke quem estava atrás dela. Suspirei de alívio ao certificar-me que não era ele, mas sim o meu amigo Ashton.

- Hey... - ele saudou. - Como estás?

Sem lhe responder, abracei-o com força, sentindo os seus braços à minha volta e comecei a chorar contra o seu peito.

- Carol - ele murmurou. - Caroline, o que é que aconteceu?

Afastei-me ligeiramente e ele limpou as minhas lágrimas com os polegares. Dei-lhe passagem para que entrasse em minha casa e fechei a porta.

- O Luke... - respondi, soluçando e fungando. - Ele... Eu encontrei-o aos beijos com a Emma.

- Aquele filho da mãe! - Ashton atirou.

- Ashton...

- Desculpa, mas saiu-me. Eu sabia que ele te ia magoar.

- Eu só queria esquecer o que aconteceu ontem. Queria esquecer que ele existe. Eu só queria ser feliz - lamentei-me.

Ashton abraçou-me novamente e murmurou:

- Tens-me aqui para tudo, sim? Eu só quero ajudar-te e ver-te feliz. Podes contar comigo para tudo e sempre que quiseres.

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