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Já cheguei. Estou cá fora à espera.

Sorri ao ver a mensagem do Ashton e comecei a comer o meu pequeno-almoço mais rápido, para não deixar o rapaz à espera durante muito tempo.

- Caroline, o que é que já falámos sobre telemóveis à mesa? - o meu pai reclamou.

- Desculpa, pai - respondi. Dei a última dentada na minha torrada e levantei-me para ir embora. - Vou indo, até logo.

Ainda ouvi os meus pais dizerem qualquer coisa, mas não consegui compreender pois já estava de saída.

- Bom dia - cumprimentei Ashton com um beijo na face.

- Bom dia - ele rodeou o meu corpo com os seus grandes e fortes braços.

Feitos os cumprimentos, entrámos no carro e seguimos para a escola.

- Chegámos - Ashton avisou, assim que estacionou em frente ao estabelecimento de ensino. - Logo à tarde, venho buscar-te.

- Ash, eu agradeço a tua companhia e tudo o que tens feito por mim. Mas eu não quero mesmo atrapalhar a tua vida. Tu tens aulas, tens o teu trabalho, tens a tua vida. Eu posso muito bem ir a pé para casa.

- Isso é a tua forma de te veres livre de mim? - Ashton perguntou com um sorriso a brincar-lhe nos lábios, os seus olhos a brilharem como duas estrelas.

- Sabes bem que não. É a minha forma de me preocupar contigo - expliquei, sorrindo também.

- Não precisas de te preocupar. Eu sei o que faço. Tu nunca atrapalhas a minha vida e eu insisto em dar-te boleia. Por isso, não aceito um não.

- Tudo bem, como queiras. Agora tenho de ir, está quase...

Fui interrompida pelos lábios do Ashton a embater contra os meus, inesperadamente. O rapaz beijava-me calmamente e o mundo à minha volta começou a mover-se em câmara lenta.

Até que a realidade me atingiu arduamente.

- Ashton... - murmurei, baixando a cabeça. As memórias regressavam como furiosos furacões e as lágrimas ameaçavam cair.

- Desculpa - ele apressou-se a dizer, muito envergonhado. - Oh, meu Deus, Caroline, desculpa. Eu não queria nada que isto acontecesse. Eu tentei conter-me, eu juro que sim. Por favor desculpa-me. Peço-te, desculpa-me e esquece que eu fiz isto.

Suspirei. Seria dificil esquecer o que acabara de acontecer, mas como poderia eu não desculpar a pessoa que mais me ajudara nos últimos dias?

- Estás desculpado. Só não voltes a fazê-lo, ok? - pedi, sorrindo levemente.

- Combinado. Agora é melhor ires, senão vais chegar atrasada.

- Tens razão. Até logo - despedi-me e saí do carro, entrando na escola de seguida.

*

Eu sabia que o dia de hoje não ia ser nada fácil, mas nunca pensei que seria tão difícil.

Para além de ter o Luke na minha turma e de ser obrigada a vê-lo o dia todo, ainda tive que aguentar os olhares constantes que ele me lançava durante as aulas.

Isto era bastante doloroso e por várias vezes as lágrimas me vieram aos olhos. Eve esteve sempre comigo para me apoiar e me ajudar a ignorar os estúpidos sorrisinhos de Emma.

Concluindo, cheguei a casa triste e cansadíssima.

Assim que Ashton me deixou em casa, encaminhei-me para o meu quarto, respondendo rapidamente a umas quantas perguntas dos meus pais no caminho.

Acendi a luz, pois nem me lembrara de abrir o estore da janela de manhã, deixei cair a mochila num sítio qualquer no meio do quarto e deixei o meu corpo cair na minha querida e confortável cama.

Adormeci por breves minutos, mas rapidamente despertei, sobressaltada, pois ainda precisava de estudar antes de jantar.

Levantei-me e abri o estore para aproveitar a luz solar que ainda me restava até ao anoitecer. Rapidamente encontrei um papel preso na janela e retirei-o para ver o que era.

Carol,
eu preciso que me perdoes. Por favor. Eu juro pela minha vida que nunca tive intenção de te magoar, de fazer aquilo. Eu nem sequer me lembro de o ter feito. Perdoa-me. Eu quero-te tanto. Eu estou completamente desorientado sem ti.
Amo-te,
Luke.

Assim que acabei de ler a pequena nota, alguém bateu à porta e, sem eu dar permissão, Calum abriu-a e entrou.

- O Luke já não mora aqui - informei, em voz baixa, talvez num tom mais severo do que aquele que eu queria utilizar.

- Não vim à procura dele, vim à tua procura - ele respondeu. - Porque é que estás a chorar? O que aconteceu?

Só nesse momento me apercebi que as lágrimas caíam dos meus olhos. Apressei-me a limpá-las e estendi o bilhete ao moreno.

- Eu não fazia ideia que ele tinha escrito isto - ele murmurou.

- Como é que podias saber?

Ele encarou-me em silêncio e depois aproximou-se de mim.

- Vem cá - disse ele, puxando-me pelo braço para me obrigar a sentar na ponta da cama. - O Luke está em minha casa. Eu não concordo com o que ele fez, mas ele é o meu melhor amigo e eu não ia deixá-lo na rua.

- Eu percebo e lamento ter perturbado a vossa amizade.

- A culpa não foi tua, Carol - ele abaixou-se à minha frente para estar ao meu nível. - A verdade é que o Luke tem passado os dias a chorar, não come, não dorme...

- Ouve Calum, - interrompi-o, levantando-ne. - se vieste aqui para me mostrar o quão inocente ele é, perdeste o teu tempo. Só eu sei aquilo que vi.

- Eu não vim fazer isso. Ouve-me até ao fim - ele pediu. - O Luke tem estado mal e eu não lhe tenho dado apoio suficiente porque tenho noção do que ele te fez e de como te magoou. Mas eu também sei o quanto ele gostava de ti e por isso penso que há algo aqui que não bate certo. E eu vou descobrir o que é.

- E como pensas fazer isso?

- Eu vou aproximar-me da Emma, ganhar a confiança dela e fazer com que ela me conte o que eu quero saber.

- Calum, não brinques com o fogo - adverti, preocupada. - Vais acabar por te queimar. Não sabes do que ela é capaz.

- Eu sei que é perigoso, mas quero esclarecer esta história e ajudar-te a ti e ao Luke. Vai correr tudo bem, Carol - ele consolou-me.

- Tudo bem. Obrigada. Eu não tenho muita confiança que o teu plano resulte, mas se conseguires descobrir alguma coisa, avisa-me ok?

- Claro - Calum garantiu, sorrindo. - Tenho de ir agora. Adeus, Caroline.

- Adeus Calum - dei-lhe um beijo na bochecha para me despedir e ele dirigiu-se à saída.

- Ah, Carol! - ele chamou, já à porta do quarto, pronto para sair - Tenta controlar o teu amigo Ashton para que aquele beijo não se repita.

°°°°°°°°°°

Olá!

Ok, primeiro não me matem por causa do beijo, tinha mesmo que ser, faz parte da história.

Segundo, desculpem não publicar há séculos, mas estou em ano de exames, tenho que estudar imenso e não está fácil publicar.

Espero que tenham gostado do capítulo. Votem e comentem, por favor.

Kisses,

heart_in_love

P.S. Daqui a uma semana a Exchange faz um ano. Por isso, dedico este capítulo a todas as minhas leitoras. Obrigada por tudo <3
Parabéns, Exchange!!!!!

Exchange • l.h. •Onde histórias criam vida. Descubra agora