𝓽𝓻𝓮𝓲𝓷𝓽𝓪 𝔂 𝓬𝓾𝓪𝓽𝓻𝓸

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E M I L Y

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E M I L Y

A visita ao hospital está sendo incrível, eu fico toda derretida vendo Pablo interagindo com as crianças. Confesso que até já chorei em alguns momentos ao me lembrar do meu pai.

Foram dias difíceis que passamos no hospital, entre uma quimioterapia e outra. Mas meu pai sempre esteve muito otimista e confiante, seu bom humor contagiava a todos naquele lugar, as enfermeiras o adoravam.

Quando recebemos a notícia da doação de medula, ficamos tão felizes, meus pais se abraçaram e começaram a chorar agradecendo ao doutor.

No dia da cirurgia, eu e minha mãe não saímos uma do lado da outra pra absolutamente nada. E quando acabou e o doutor veio nos dar a notícia que tudo havia ocorrido bem, nós duas duas nos abraçamos e eu chorei em seus braços de felicidade.

Mas é como dizem por aí: "felicidade de pobre dura pouco."

Quatro meses depois da cirurgia, descobriram que o câncer tinha evoluído para o cérebro. Acho que um pouco do meu pai já tinha ido ali, foi um choque em tanto para todos da família, eu fui forte pela minha mãe e não chorei, apenas a consolei em meus braços.

Mas só Gavi sabe das noites em que eu passei na casa dele chorando feito uma criancinha indefesa em seus braços.

Sem muito o que fazer, meu pai apenas seguiu a vida dele até onde ele pode, nos seus últimos meses de vida ele estava muito fraco e passou a "morar" no hospital. E foi aí que eu e minha mãe iniciamos um projeto beneficente, juntavamos todas as crianças do bairro e íamos até o hospital na ala infantil e passávamos a tarde toda com as crianças que estavam em tratamento brincando.

Meu pai pode acompanhar de pertinho e ele se sentia muito orgulhoso de me vê fazendo aquilo.

°°°

Enquanto Gavi visitava as crianças indicadas pelo pessoal do time, eu aproveitava para vê o hospital todo.

Passei em frente a sala de recreação e sorrio ao vê várias crianças brincando, umas brincavam de bola, outras de bonecas, carrinhos, uns pintavam, era muito fofo de se vê.

Andando mais um pouco cheguei até a sala de hemodiálise/quimioterapia, meu peito apertou e meus olhos novamente molharam vendo as crianças que ali estavam. Sei o quanto é difícil passar por isso, foi tão confuso para meu pai, um homem de trinta e sete anos, imagina como deve ser para essas crianças.

Pisco voltando para a realidade ao vê uma garotinha sorrindo sem mostrar os dentes e acenando para mim.

Entrei dentro da sala meio sem jeito, a enfermeira olhou para mim e sorriu.

- Você deve estar com os garotos do time, certo? - ela perguntou simpática

- É, sim... - respondo sem graça - Como sabe? - ela riu

𝑷𝒓𝒂 𝑺𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆, 𝒏𝒐𝒔//𝑷𝒂𝒃𝒍𝒐 𝑮𝒂𝒗𝒊Onde histórias criam vida. Descubra agora