5 anos de idade

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Mitsuya

Nunca achei que uma moto chamaria tanta atenção.

Acho que o fato de eu ser um novato, é o que, realmente, chama atenção.

Estaciono a moto. Tiro o capacete. Verifico meu penteado e então desço da moto.

Vários olhares estão voltados para mim. Principalmente, olhares de garotas.

Acho que alguns brincos, piercings e tatuagens fazem sucesso com as garotas de Londres, porque, duas estão vindo até mim.

- Olá! - Elas falam em uníssono.

- Oi. - Respondo.

- Ficamos responsável em te mostrar a escola. - Uma delas me informa.

- Então vamos, garotinhas.

- Aposto que tem a mesma idade que a nossa. - Diz uma.

- Então porque nos chamar de "garotinhas"? - Completa a outra.

- Vão ter que parar com isso. - Sorrio, irônico.

- Com o quê? - Ambas perguntam. Em uníssono.

- Com isso. - Passo por elas.

- Seu piercing na sombrancelha é muito irado. - Diz uma, agarrando o meu braço e ficando perto demais.

- Não. Não me diga. Eu tenho um piercing? - A afasto.

- Está sendo sarcástico?

- Estou?

- Acho que sim. - Diz uma.

- É. Achamos que sim. - Fala a outra.

Começou a ser irritante demais.

- Vamos fazer assim, garotinhas. - Paro de andar e ponho as duas lado a lado. Na minha frente. - Você fica com o meu piercing irado. - Retiro-o e dou a ela. - E você. - Me refiro a outra. - Fica com a minha linda jaqueta de couro. - Tiro-a e entrego a ela. - Vocês andam com minhas coisas pela escola e fingem que sou eu, ok?

- Você é louco? - Fala me devolvendo a jaqueta.

- Muito. - Sorrio e ponho a jaqueta de volta.

- Vou ficar com o piercing, se não se importar.

Assinto. E logo elas vão embora.

...

Caímos na mesma sala.

Coincidência ou meu pai?

Grande dúvida.

A vejo revirar os olhos ao me ver entrar. Acho que ela nem faz mais questão de disfarçar.

Antes que possa procurar uma carteira para me sentar, a professora segura-me.

- Pessoal, este é o novo aluno desta classe. Levantem-se e deem as boas-vindas.

Todos se levantam juntos e falam em coro:

- Será um prazer tê-lo conosco nesse ano eletivo. Seja bem-vindo.

Sinto uma pequena vontade de rir, que é reprimida assim que a professora fala comigo.

- Eu sou Joyce. Professora de história. Sente-se ao lado da garota de fones... Como é mesmo o nome dela? Bom, S/n. Sente-se lá.

Novamente: coincidência ou meu pai?

Bom, acho que não é coincidência.

A minha esquerda está ela e a minha direita tem um surfista que me encara como se eu tivesse batido na sua mãe.

Depois de algumas horas, toca o sinal e todos saem o mais rápido da tortuosa aula de história.

Todos estão na cantina. Pego algo para comer e olho ao redor, procurando o lugar ideal para sentar.

Acho que encontrei.

O garoto que me encarou a aula inteira está comendo com ela. Entendi o motivo da sua cara feia.

- Oi, garota do bar. - Sento-me a sua frente.

Ela me olha, mas não responde.

- O nome dela é... - Antes que seu amigo complete a frase, ela tampa sua boca.

- S/n. - Ela me olha, fingindo não estar surpresa. - Sua irmã disse seu nome quando invadirmos seu quarto ontem a noite.

- Olha aqui...

- Está falando sozinho, Breno? - Ela puxa seu rosto, fazendo o garoto olhar para ela.

- Mas...

- Não vejo ninguém aqui. - Ela olha ao redor e finge não me ver. - Só tem nós dois aqui. Você está ficando louco? Aposto que é culpa da Kessie.

Eu sorrio, incrédulo.

Ela está mesmo fazendo isso?

É sério?

Quantos anos ela tem? cinco?

Respiro fundo e então saio de sua mesa.

...

BADBOY?Onde histórias criam vida. Descubra agora