Nossa viagem

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S/n

- Está preparada para a melhor viagem de sua vida, meu amor? - Breno fecha sua mala e vem até mim.

A cada passo seu, o sorriso em meu rosto aumenta.

Ele me puxa pela cintura e me crava aquele olhar único.

- Mais que preparada. - Lhe dou um selinho. - Espero anciosamente a meses.

Depois que fui expulsa da casa de Carla e Josh, passei bastante tempo na casa de Breno. Acabou que isso foi a chave para despertar tudo o que sentíamos um pelo o outro.

Eu sabia que uma hora ou outra iria acontecer. Só não entendo porquê nos privamos disso por tanto tempo.

- Tem certeza que deseja ir agora? - Uma aura de preocupação surge nele. - Quer dizer, sua editora está cada vez mais produzindo livros. Autores de vários lugares querem fechar contrato com você. - Ele segura meu rosto com suas mãos, acariciando-me. - Você se tornou grande, baby.

- Breno, se não formos agora, nunca vamos encontrar momento melhor para ir. Porque não vai haver. - Ponho minhas mãos sobre as suas. - E eu deixei a editora em boas mãos. Minha gerente vai cuidar de tudo.

Ele concorda e beija minha testa.

- Agora, me ajuda a levar essas malas pro carro. - Digo, afastando-me dele e indo pegar minhas malas no canto do quarto.

Levo uma de minhas malas. Breno vem logo atrás com as outras duas e sua única bagagem.

- Vai realmente insistir que pode levar tudo que precisa, para uma viagem de 3 meses, em apenas uma mala? - Cruzo os braços, o achando ridículo.

- Nem vem com essa ladainha. - Ele abre o porta-malas e então olha para mim. - Não vou perder essa aposta, srta. S/n.

- Espero que tenha tudo que precisa ai, porque não pode me pedir nada durante esse tempo, sr. Breno. Só assim ganhará a aposta. - Entro no carro, sentando-me no banco do passageiro.

- Estou ciente das regras, baby. - Diz ele, ao entrar no carro. - Só é que... - Ele me olha com arrependimento. - Não podemos mudar a condição do perdedor?

- Não. Não podemos.

- Não é justo, S/n. Se eu perder, você dirige meu carro pelo resto de nossas vidas e, se você perder, tem que rasgar a última folha de seu livro favorito?

- Mas é muuuiiito justo, solzinho.

Ele sorri ao ouvir-me chamá-lo assim.

- Você é muito sacana. - Ele me beija.

- Dá logo a partida. - Digo, animada. - Paris está nos esperando.

...

A viagem foi super tranquila. Assim que aterrissamos em Paris, meus pulmões já sentiam um ar totalmente diferente. Levamos a bagagem até nosso quarto de hotel com a ajuda de um funcionário.

Breno foi até o banco trocar nosso dinheiro pela cédula local.

Quando ele chegou, eu ainda estava no banheiro. Lavei o cabelo, o hidratei, me depilei, fiz uma maquiagem leve e escolhi um bom vestido. Queria estar linda para ele.

Desço as escadas e o vejo organizando o armário. Logo percebo que ele fez compras.

E, logo ele me percebe.

- Você está linda, meu amor. - Seus olhos brilham ao me dizer isso.

- E não me arrumei para te ajudar a organizar o armário, então sobe e se arrume tanto quanto eu. - Ele sorri e passa por mim, subindo as escadas.

Não demorou muito para ele descer. Na sua ausência, acabei ficando entediada e guardando tudo que ele comprou, no armário.

Viro-me e o vejo pronto.

- Nossa, quem é esse gato? - Me aproximo dele. - Será que devo convida-lo para sair?

- Acho que ele aceitaria.

Ele pega minha mão e a beija.

- Aonde deseja ir, bela senhorita? - Ele me faz dar um giro.

- Bom. - Sorrio. - Me supreenda.

Decidimos ir andando de mãos dadas, até encontrarmos algo que nos chame atenção.

Difícil mesmo é achar algo que não chame atenção em Paris.

É fim de tarde. O sol está se pondo. Paramos numa praça. Há crianças correndo de um lado ao outro. Casais de velhinhos alimentando pombos ou fazendo caminhada juntos. Há garotas com o fardamento da escola passeando pela beira do lago. E nós, sentados na grama, observando a troca do sol pela lua.

A triste história de amor do astro que, de repente, foi roubado de seu amado satélite. A lua.

Ao chegar da noite, decidimos ir a um restaurante. Eu já estava começando a ficar com fome.

- O que acha daquele? - Breno me pergunta.

- Não quero nada luxuoso demais para a nossa primeira noite, amor. - Digo.

Andamos mais um pouco e encontramos um restaurante onde todas as mesas ficam do lado de fora. Há uma cerca branca ao redor das mesas, dando limite ao local. Velas coloridas e flores as enfeitam. Algo surreal de se ver.

Eu puxo Breno, empolgada, e ele só me segue.

Abrimos a cerca e escolhemos uma mesa. Segundos depois o garçom aparece, nos dando o cardápio.

Agradeço-o em francês e peço para voltar daqui a cinco minutos.

- O que vamos pedir? - O pergunto, ainda olhando o cardápio. - Tem coisa demais aqui. Comida que eu nunca ouvi falar. Na verdade, nem sei pronunciar esses nomes aqui.

- Acho melhor pedirmos a recomendação do chefe. - Ele abaixa o cardápio e me olha ainda mais confuso.

- Como viemos parar em Paris com esse nosso francês básico? - Pergunto, rindo, mas é um pouco desesperador.

Como vamos sobreviver três meses aqui?

...

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