Mitsuya
O Draken não veio trabalhar hoje. Acho que quando o contratei, estava ciente de que, no fundo, ele ainda é um marginal preguiçoso.
Não pude adiantar os projetos, pois fiquei como atendente hoje. Desde o meu aniversário, não tenho mais notícias de Sheila, exceto uma mensagem que ela enviou no dia seguinte dizendo: "me demito". Também não posso contar com sua ajuda.
Faço uma placa vagabunda de papel, onde diz: contratamos atendentes! De segunda à sexta, das 7h às 17h. Durante o decorrer do dia, jovens se interessam a vaga. Não tenho nenhuma exigência de experiência, sendo educado, está ótimo, mas não quero trabalhar com adolescentes. Então pego a placa e acrescento: de 20 anos a diante.
Ninguém que se encaixe interessou-se pela vaga. Ainda tenho a semana inteira, então não me sinto desanimado. Um pouco antes de fechar a loja, estou a organizar as coisas, quando ouço alguém entrar, mesmo com a placa dizendo que o local está fechado.
- Já estamos fechados. - Grito, sem conferir quem entrara.
- Sim. Eu vi a placa. - Uma voz feminina responde. Uma voz familiar.
Ergo-me, para verificar, e, realmente é ela.
- Veio me dar a data do ultimato? - Digo, sabendo exatamente o motivo da sua vinda.
- Exatamente. - Ela se aproxima do balcão. - Aqui está. - Ela desliza um papel sobre a superfície. - Você já sabe o endereço, nos encontramos lá da última vez, mas temi que você fosse uma ameba.
Sorrio. Sei que ela está tentando deixar o clima mais leve.
- Vai estragar o local do nosso primeiro encontro? - Digo. - Como você é malvada.
- Sim, eu sou muito ruim mesmo. - Ela responde, com um sorriso forçado. - Você tem... - Ela observa o relógio de ponteiro atrás de mim. - Duas horas e vinte minutos até o grande reencontro com seu pai.
- Nem um dia para me preparar?
- Não. Esqueceu que sou malvada? - Ela diz, sarcasticamente.
Ficamos em silêncio. Ela parece ter me dito tudo que queria, então acena para mim, vira de costas e direciona-se à porta. Porém, como se eu não pudesse segurar, as palavras sai da minha boca.
- Por que não me esperou, naquela noite? - Ela para de andar.
Sua voz não responde-me. Ela apenas fica parada por alguns segundos. Eu fico tenso por alguns segundos. Até que prossigo.
- Eu te disse que voltaria, mas você...
Não termino a frase, espero que ela se explique antes que eu precise dizer: "mas você foi embora". E assim o faz. Ela vira-se de frente, seus dedos estão enrolados na borda de sua blusa, como se ela tentasse se distrair. Sua cabeça permanece baixa, evitando encarar-me.
- Eu te esperei, Mitsuya. - Ela ergue a cabeça, seu tom soa tão amargo, que dói ouvi-la.
Talvez, doa ouvi-la admitir o que eu torci para não ter acontecido.
As palavras saem de sua boca como algo remoído. Sua voz baixa mostra que entrei no assunto errado.
Ainda em negação, tento provar-lhe o contrário.
- Não, S/n, você não me esperou porquê...
- Por que não te esperei, Mitsuya? - Seu tom se sobressai ao meu. - Huh? Sua namorada te convenceu de que não te esperei? Ou ela te convenceu a não voltar?
Eu suspiro, esfregando minha mão sobre meu rosto. Ela realmente acha que tenho uma namorada.
- Não tenho namorada, S/n.

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BADBOY?
FanfictionJaqueta de couro preta. Sarcasmo. Moreno alto. Cigarro entre os dedos. Tatuagens. Uma bela moto e... Uma mentira? Todas as características de badboy que você já conhece em nosso lindo Mitsuya. Ou não.