Pós-cama

78 17 60
                                    

S/n

Acordo debaixo de seus lençóis. Não sinto roupas pelo meu corpo. Estou deitada sobre seu peito. Então me dou conta do que fiz.

Não acredito que transei com ele.

Que merda, S/n. Que merda!

Não acha que já tem homens demais na sua vida?

Por alguns segundos, me permito lembrar-me da noite passada e, como flashbacks, o vejo subir por cima de mim, ele beija todo meu corpo antes de se aproximar de meu ouvido e perguntar: "posso entrar dentro de você, pequena?". A sua voz rouca e frágil suplicava por isso.

Ele tira minha calcinha lentamente, maltratando a minha ansiedade. Eu ansiava por ele. Nossa, como eu queria senti-lo. Seus olhos encaram os meus, com intensidade. Abraço-o com minhas pernas; pressiono minhas unhas contra suas costas, quando ele passa a penetrar-me de forma lenta, desfrutando cada segundo dentro de mim. Sua boca abafava meus gemidos, enquanto sua língua encontrava-se com a minha.

E a sua expressão... Não me arrependo de vê-la. Ele arfava, buscando ar desesperadamente, enquanto seu rosto contorcia-se em prazer.

Depois da primeira, repetimos a dose mais duas vezes. Estávamos sedentos. E não sinto culpa. Transar com Ken fez-me ver que não tenho mais motivos para estar com Breno.

Quando se está apaixonado, não se tem interesse ou desejo em outra pessoa. O fato de sentir isso prova que você não está.

E, sinceramente, o desgraçado é muito bom de cama.

Ele ainda dorme calmamente. Saio debaixo de sua coberta, a levando comigo, cobrindo meu corpo nu. Deixando o seu corpo exposto. Não perco tempo o observando, por mais que eu queira. Pego a bolsa com minhas roupas e movo-me até o banheiro.

Tomo um banho, visto-me, vou até a sala e sento-me no sofá. Ligo o meu celular, vejo mais de vinte ligações de Breno. Não as retorno. Ao invés disso, ligo para o pai de Mitsuya, falo-lhe o horário e onde devemos nos encontrar. Ele com minha mãe. Eu com o seu filho.

Passarei na loja do Mitsuya mais tarde, para o deixar ciente desse tão desejado encontro.

Sinto fome, vou procurar algo para comer, mesmo sabendo que tudo está vazio. Talvez aparecesse comida magicamente, assim como surgiu as cervejas. Sinto-me frustrada ao ver que realmente não tem nada. Então, decido ir comprar algo.

Vou até o supermercado mais próximo e compro comidas instantâneas ou pré-cozidas. Volto para o AP com duas sacolas cheias.

Quando chego no corredor, vejo um loiro baixinho, provavelmente um adolescente, batendo na porta de Ken. Um pouco receosa, caminho devagar até onde ele está. Quando o mesmo percebe a minha presença acena para mim com um sorriso gentil.

Sei que não devemos julgar as aparências, mas ele não parece ser alguém ameaçador. Não sinto isso vindo dele.

- Conhece o cara desse AP aqui? - Ele pergunta.

Ponho uma das sacolas sobre o mesmo braço. Tiro a chave do bolso e a ergo, mostrando-lhe que não só conheço o "cara", como tenho acesso ao AP.

Ele assente.

- Ok, mas, você conhece ou não o cara? - Ele fala de forma ríspida.

Acho que ele não entendeu. E ele não parece estar brincando.

- Conheço. - Digo, impaciente.

O afasto um pouco e uso a chave, abrindo a porta. Ele dá um passo, na intenção de entrar, mas eu o impeço.

BADBOY?Onde histórias criam vida. Descubra agora