Levantei bem cedo, arrumei meu quarto, coloquei meu vestido verde novo, meus sapatos novos e fui preparar o desjejum do príncipe imbecil, ainda estou brava com ele. Quando entrei na cozinha todas ficaram olhando para mim e para Francisca que entramos juntas.
- Onde foi que roubaram estes vestidos, hein suas vagabundas, ladras imprestáveis! Ficaram ridículas, parecem duas meretrizes. – Barbara já começou jogando seu veneno.
Eu e Francisca a ignoramos e fomos fazer nossas coisas, Barbara continuou nos praguejando mas fingimos ser surdas, hoje Barbara não irá conseguirá me atingir.
Terminei o desjejum o Sebastian e então peguei a bandeja e ia saindo, percebi que Barbara começou a implicar com Francisca e ia empurrá-la, Francisca estava com o chá fervendo em sua bandeja e muitas coisas quentes, então soltei a minha bandeja na mesa e segurei Barbara.
- Hoje não Barbara, não se atreva em encostar um só dedo em Francisca, ou verá do que sou capaz! Até hoje fiquei quieta, mas não mexa com Francisca. Pare de implicar com ela, ou irei contar para o Rei Augusto, ela é criada dele, pare com isso! – Falei e fiz sinal para Francisca ir.
- E quem você pensa que é para me dar ordens hein? – Barbara falou vindo para meu lado com uma faca na mão.
Por sorte Sebastian chegou na cozinha gritando meu nome.
- Mali, mas que demora é essa? Onde está minha comida? Traga logo, irei para a sala de jantar. – Falou e então olhou o jeito de Barbara, eu fiquei quieta e não falei nada, apenas peguei a bandeja.
- Porque está com esta faca apontando para minha criada? – Sebastian lhe perguntou e ela ficou verde de raiva.
- Não está fazendo nada, ela apenas estava indo cuidar da vida dela e não da vida dos outros. – Falei e fui o empurrando para fora da cozinha.
Fomos andando e ele parecia bravo.
- Não minta para mim, ela estava te ameaçando! – Sebastian falou nervoso.
- Sim, ela estava, mas não se preocupe, sei me defender quando quero, e você sabe bem disso. Me humilhar e me maltratar até posso aguentar, mas não suporto ver outra pessoa indefesa e boa sofrendo injustiças. Mas não se preocupe, eu resolvo a situação com a Barbara. Vamos, você precisa comer, temos muito a fazer hoje.
Lhe servi e então o rei chegou.
- Mali, por favor, me sirva o mesmo que serviu a Sebastian. – Augusto falou se sentando.
Francisca entrou com a bandeja de comida para o rei.
- Perdoe Vossa Alteza, achei que iria comer em seu quarto hoje e fui levar lá sua comida. Perdoe minha falha. – Francisca falou tímida.
- Eu levantei cedo, estava na biblioteca, não se preocupe, deixe-me ver o que tem aí e se tem alguma coisa comestível ai. – Augusto falou e então olhou para mim e para Francisca dos pés à cabeça.
- Ficaram muito bonitas, verdadeiras damas, Mali, você realmente é muito parecida com Helena, a mãe de Sebastian, possui o mesmo corpo, mesmo sorriso, mesmo olhar, incrível não é Sebastian? – Augusto falou me olhando com carinho.
- Não, não acho pai, agora me deixe comer em paz e pare de dar em cima das criadas. – Sebastian falou irritado.
- Ora essa, seu malcriado, não diga sandices, não estou dando em cima delas, apenas as estou elogiando, seu imbecil! - Augusto falou bravo.
- Francisca, aproxime-se criança, pegue um pedaço deste pão e prove. Agora pegue um pedaço deste bolo. Sinta o sabor, estes foram a Mali quem os fez. De hoje em diante, quero que aprenda com Mali, faça tudo como ela lhe ensinar. O que você achou do que provou? Não é assim que um rei deve comer? Você consegue ensina-la Mali? – Augusto falou.
- Não, ela é minha criada e não sua. – Sebastian resmungou.
- Cale-se, ela irá ensinar a Francisca e ponto final! Antes de tudo eu sou o rei dessa joça e eu quem mando na porra toda! Inclusive em você, seu idiota! – Augusto gritou com Sebastian e eu e Francisca nos encolhemos.
- Eu a ensinarei sim, e não se preocupe príncipe Sebastian, não irei deixar de atende-lo como sua criada, Francisca poderá aprender comigo enquanto faço minhas obrigações. – Falei baixo e calma.
- Francisca, está de acordo? Não quero mais essas gororobas que as outras criadas fazem, quero comida de verdade e bem-feita. Entendeu? E será minha criada exclusiva, assim com Mali é para com Sebastian. Não irá atender a mais ninguém a não ser a mim, a Mali e a Sebastian. –Augusto ordenou.
- Sim Vossa Alteza, irei me dedicar ao máximo. – Francisca falou e fez reverencia ao rei.
Esperamos eles comerem e então tiramos a mesa, chegamos na cozinha e Barbara já começou a destilar seu veneno e a mandar Francisca fazer uma porção de coisas, gritava com Francisca, de repente o rei entrou na cozinha.
- Vossa Alteza, em que posso ser útil? Barbara perguntou com a voz doce, aquela víbora.
- De hoje em diante, Francisca será minha criada e se dedicará apenas a mim e a Sebastian, Mali será sua tutora e ela aprenderá tudo com Mali, então não peçam mais nada a ela que não esteja relacionado comigo. Ela não fará mais nada para ninguém a não ser para mim, para Sebastian e para Mali. ENTENDERAM? – Augusto falou e gritou a última parte.
- Se preferir eu mesma poderei atende-lo senhor, Francisca é muito nova, imatura e sem experiência, senhor. – Barbara falou fazendo reverencia.
- Eu escolhi Francisca e que ninguém ouse contrariar minha escolha! Agora leve meu vinho a biblioteca Francisca, traga dois copos, irei beber com Albert, depois irei lhe passar algumas tarefas. – Augusto falou e saiu.
Mal ele saiu e Barbara espumava de brava, dava-se até para ouvir o guizo de cobra dela, de tanto ódio que ela exalava.
- Francisca, eu volto mais cedo para te ajudar a preparar o almoço, fique calma, só estão com inveja, você é dedicada e sei que é competente, então levanta a cabeça e luta pelo seu futuro lindo e grandioso que te aguarda. – Falei enquanto saímos da cozinha, ela me olhou com um olhar meigo e um sorriso delicado.
- Obrigada Mali, sua maluquinha, você é uma amiga maravilhosa. Não irei te abraçar agora pois estou com o vinho e os copos, mas depois te abraço. – Falou e saiu apressada para levar o vinho para o rei.
Me virei e dei de cara com Sebastian, por pouco não lhe derrubo.
- Vi o que falou para ela. Você é uma boa pessoa, não é como eu. Sou egoísta e presunçoso. Me desculpe se a ofendi ontem Mali. Não foi minha intenção, é que quando bebo, fico com a língua solta e falo tudo o que penso. – Sebastian falou e foi andando na frente.
- Tá. – Falei seca com ele.
- Tá? Só isso? Poxa e você nem vai me pedir desculpas de tudo que falou? – Sebastian parou e falou.
- Não, não me arrependo, e da próxima vez que me insultar, irei lhe dar um chute em suas partes baixas, entendeu? Seu abusado! – Falei e continuei a andar.
Ouvi os passos bravos dele. O deixei zangado e fui indo na frente rindo dele.
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Mali, a criada!
FantasyEla acordou em uma cova, teve que cavar com as próprias mãos para poder escapar, saiu de lá sem saber quem é, e de onde vem. Terá que superar todas as dificuldades e maldades alheias, para se encontrar. Esta história é cheia de mistérios e aventuras...