O deixei treinando e fui procurar Bem. Ele já estava moendo os ingredientes, comecei a ajuda-lo e veio uma música na cabeça e então comecei a canta-la.
-" Mulher guerreira, corajosa e inteligente, somos todas como flores, precisando de cuidado, sol, agua, terra e amor, com carinho todas podemos florescer, lá, lá, lá. "
- De onde tirou essa música Mali? – Bem perguntou rindo.
- Da minha cabecinha de vento! – Falei rindo.
Ficamos horas ali, conversando, rindo, fizemos vários sabonetes, perfumes, sais de banho, cremes, até que Sebastian entrou de cara fechada.
- Pelo jeito não teve nenhum avanço! Está com a cara péssima. – Falei para ele preocupada.
- Tive sim, só não estou de bom humor. E acabei me molhando inteiro. Falou bravo.
- Vá se trocar, enquanto isso farei o almoço. Tem roupas limpas e secas ali na sua cama.
Iniciei a sopa e a deixei fervendo, fui para a horta para colher temperos e brócolis, também colhi amorinhas, quando voltei para a cabana, Sebastian já estava sentado de frente para Bem, ainda estava emburrado, mas o ignorei.
- Quem era a mulher que fez com a agua? Sua mãe?
- Você ficou me observando por quanto tempo? –Falou assustado.
- Eu só vi até que fez a imagem da mulher, depois disso vim ajudar Bem. O que mais conseguiu fazer? Achei impressionante, começou hoje e já conseguiu controlar muito bem a agua.
- Sim, foi incrível, era como se eu a sentisse, fizesse parte de mim. Mas estou longe de controla-la. Precisarei treinar bastante, quero pedir ajuda para o meu pai, por isso, pensei que poderíamos retornar amanhã. O que acha? – Sebastian falou meio afirmando.
- Não Sebastian, precisamos voltar hoje. Arrume suas coisas, iremos almoçar e então iremos a vila falar com Filó e depois iremos voltar para o palácio.
- Porque Mali, achei que ia ficar mais alguns dias. – Bem falou triste.
- Esqueci do compromisso que marquei com os jovens, amanhã à tarde terei que ajudar Albert nas aulas deles. Eu prometi a eles que os ajudaria, havia esquecido completamente. Teremos que voltar hoje sem falta. – Coloquei a panela na mesa e começamos a comer.
Percebi que Sebastian agora parecia feliz, será que minha cabana é tão ruim assim, que ele não quer ficar aqui? Fiquei pensando mil e uma coisas. Terminamos de comer, fui lavar a louça e Bem começou a colocar todos os produtos que havíamos feito, nos cestos, pelo jeito ele irá nos acompanhar até a vila. O ajudei, peguei minha bolsa com meus pertences e partimos.
Chegamos a vila, filó estava em casa, já havia voltado da feira, estava com muita saudade dela. Tomamos suco, conversamos sobre os produtos e incentivamos ela a aumentar a produção, ela irá contratar alguém para fazer o transporte, levar os produtos a outros reinos, e comprar os ingredientes, no lugar de Bem, para que ele possa se dedicar inteiramente na produção. Trocamos muitas ideias e foi bem produtiva nossa ida a vila.
Fizemos um mapa da vila, Sebastian está estudando para colocar agua ali também.
Partimos da vila Syreni e no caminho, fomos abordados por ladrões, estavam armados, eram aproximadamente oito homens.
Vi que um deles tinha arco e flechas, percebi ali uma oportunidade, o ataquei com a espada de Sebastian, o atingi e peguei seu arco e flechas, comecei a atira-las nos ladrões, enquanto Sebastian se defendia com a espada que havia lhe devolvido. Acertei algumas flechas, mas não os matei, apenas, fugimos dali com nossos cavalos.
- Vamos Sebastian, apresse seu cavalo, eles ainda podem nos seguir, e tenho certeza que não terão pena de nós. – Falei e apressamos os cavalos.
- Se não fosse por você, teria sido morto, novamente salvou minha pele! E você realmente sabe atirar com arco e flecha, pensei até que fossem alucinações suas. – Falou rindo.
Pensei comigo, imagina se tivesse falado para ele que em minhas lembranças, as flechas eram de fogo! Ai sim não iria acreditar em mim. É melhor guardar este detalhe para mim.
Chegamos já era noite no palácio, guardamos os cavalos e Sebastian foi para dentro do palácio, enquanto eu fiquei no estábulo, fui para meu quarto improvisado, depois fui me banhar no riacho, voltei para o quarto, deitei e dormi igual pedra, estava exausta.
Acordei bem cedo, fiz minha higiene, me vesti, e fui preparar o desjejum de Sebastian. Encontrei com Flora e conversamos um pouco enquanto fazíamos o desjejum de Sebastian e de Augusto.
Levamos a comida para a sala de jantar, Augusto já estava lá. Ficou surpreso ao me ver.
- Pensei que iriam demorar a voltar, Mali. Que vestido bonito, está linda! Não que não seja, mas está ainda mais, não é mesmo Sebastian? Como foram de viajem? – Augusto falou, agradece e servi Sebastian e Flora serviu Augusto.
- Fomos bem, Mali lembrou do compromisso com os jovens, por isso tivemos que voltar. –Sebastian falou.
- Achei que a Vossa Malvadeza queria voltar porque precisava da ajuda do rei para treinar a dominação da agua! – Falei dando uma piscadinha ao rei.
- Claro, estou livre hoje, se quiser poderei instruí-lo hoje, Sebastian. Vamos comer e depois vamos a fonte do jardim. – Augusto falou animado, mas Sebastian não estava tão animado.
Esperei os dois comerem e saírem, eu e Flora retiramos o que sobrou da comida, lavamos a louça e ela foi cuidar do quarto do rei, enquanto eu fui a biblioteca falar com Albert.
Quando cheguei lá, fiquei espantada, o rei conseguiu mesas, cadeiras, e o quadro para as aulas, já estava arrumando os cadernos e lápis para os alunos. Estava até cantarolando, parecia feliz.
- Albert meu amigo, vim ajuda-lo, o que posso fazer?
- Você sabe quantos virão? Será que faltará lugar para alguém? O que acha Mali? – Albert falou ajeitando as cadeiras.
- Acredito que estão darão sim Albert, fique tranquilo, vai dar tudo certo.
- Estou nervoso, parece até quando fui encontrar minha primeira namorada, estou até com um friozinho na barriga. – Falou rindo.
- Que bom está motivado Albert! Precisa de alguma coisa? Em que posso te ajudar?
- Mali, me ajude com os livros, ou melhor, você sabe desenhar? – Albert pegou algumas folhas e um lápis e me entregou.
- Mais ou menos! O que quer que eu desenhe? – Perguntei enquanto me ajeitava na cadeira.
- Pode ser frutas, ou animais, ou objetos que lembrem as vogais. Por exemplo abate, elefante, igreja, ovelha, uva, conseguiu me entender? – Perguntou enquanto subia uma das escadas da biblioteca.
Baixei a cabeça e comecei a desenhar, não sei se ficaram muito bons, mas tentei caprichar.
- Mali, poderíamos preparar algumas frutas, pão, suco, ou chá para os alunos, o que acha? – Albert apareceu do nada ao meu lado.
- Fantástico, irei providenciar, precisa que eu faça mais alguma coisa?
- Não, se puder apenas preparar o que comerem a tarde. Você irá me ajudar durante a aula? Será que Sebastian te libera para me ajudar? – Albert falou andando pela biblioteca sem parar.
- Sim, irei providenciar tudo. Quanto a me liberar de minhas tarefas, sim, ele irá me permitir ajudar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Mali, a criada!
FantasyEla acordou em uma cova, teve que cavar com as próprias mãos para poder escapar, saiu de lá sem saber quem é, e de onde vem. Terá que superar todas as dificuldades e maldades alheias, para se encontrar. Esta história é cheia de mistérios e aventuras...