Injustiças

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- Onde iremos? – Ele perguntou.

- A sala de reuniões, pedi para chamarem a senhora que foi desapropriada de suas terras, ela já deve estar nos aguardando. Vamos.

- E o que iremos fazer quanto a mulher? – Sebastian perguntou curioso.

- Iremos escuta-la e então iremos devolver as terras a ela e lhe faremos uma proposta.

Fomos para a sala e a mulher realmente já nos esperava. Ela era baixa, magra e tinha cabelos grisalhos, seus olhos eram castanho escuro.

- Olá, qual seu nome, senhora? – Perguntei a mulher.

- Me chamo Firmina Wattson, não entendo, porque fui chamada aqui? E quem são vocês dois? – Firmina perguntou.

- Este é o príncipe Sebastian, e eu sou a criada dele, pode me chamar de Mali. Você foi chamada aqui Firmina porque queremos saber o que ouve com você e com sua família e porque foi desapropriada de suas terras?

- A situação já estava difícil quando meu marido era vivo, piorou quando ele faleceu, estávamos com muitas dividas, não conseguíamos vender o gado, não conseguíamos pagar os impostos e então nos despejaram das terras. – Firmina falou muito triste.

- Quanto vocês pagavam de imposto e qual era a frequência destas cobranças? Onde mora agora e o que faz para se sustentar? – Sebastian perguntou a ela.

- Estávamos pagando 30 moedas por semana, era toda semana, toda sexta feira para ser mais precisa, sempre os guardas iam e se não tínhamos o dinheiro, eles quebravam nossa casa, nos ameaçavam e então voltavam no dia seguinte até pagarmos. Da última vez, depois que nos expulsaram de casa, sem ao menos poderemos pegar nossos pertences, eles incendiaram tudo, queimaram nossa casa, e quebraram todo o restante. Saímos sem nada, por sorte, recebi de herança uma casa na vila, mas sobre nosso sustento, está muito difícil, mal consigo colocar comida dentro de casa. Nos alimentamos apenas uma vez por dia, quando conseguimos. É horrível ver meus filhos passando fome, passando frio e nessas condições. – Firmina falou chorando.

- Firmina, você seria capaz de me dizer quem foram os guardas que fizeram tudo isso com você e sua família? - Sebastian perguntou.

- Sim, mas o que o senhor fará? – Ela perguntou com receio.

- Irei prende-los ou coisa pior. Eles irão se arrepender do que fizeram. Eles estavam cobrando impostos sem que o rei soubesse, o valor dos impostos que meu pai ordenou, são apenas 20 moedas mensais, e não semanais como estavam cobrando. Irei punir quem praticou destas atrocidades. – Sebastian falou alterado.

- Sim, eu posso dizer quem são, mas temo pela segurança de minha família. – Firmina respondeu insegura.

- Não tema, irei protege-la e ninguém encostara em um só fio de cabelo seu ou de sua família. Isso servirá de exemplo aos guardas, ninguém trai meu pai! Ninguém mais será injustiçado neste reino enquanto eu estiver aqui! – Sebastian falou convicto.

- Soldado, qual seu nome? – Sebastian perguntou a um soldado que sempre o acompanhava e o soldado lhe olhou com espanto.

- Raul, senhor, me chamo Raul Sanches. – O soldado falou fazendo continência ao príncipe.

- Vá Raul e chame todos os guardas que fazem as cobranças de impostos. Não lhes fale sobre o assunto, diga que não sabe e que eu apenas o ordenei que os chamassem. – Sebastian falou, Raul fez uma reverencia e saiu.

- Sério Sebastian, você não sabia do nome do rapaz? Ele o segue por tudo que é lugar que você vai! Depois não quer que te apelide de Vossa Malvadeza. Eu hein! – Falei e ele riu.

Mali, a criada!Onde histórias criam vida. Descubra agora