Mali, a criada!

Minha cabana, meu lar-doce-lar

Já estava começando a escurecer e começou a ficar frio.

- Sebastian, se importa se invés de irmos a vila, irmos para minha cabana na floresta? Aí passamos a noite na cabana e amanhã vamos para a vila para falar com Filó e para comprar mantimentos.

- Tudo bem, vamos. – Ele falou acelerando os passos do cavalo.

Seguimos então para minha cabana. Chegando lá, havia claridade, nos aproximamos com cuidado.

- Quem está aí? – Gritei alto e então um homem saiu.

- Mali, até que enfim retornou, eu estava tomando conta da sua cabana para você, tenho vindo aqui para fazer os produtos, mamãe está insuportável ultimamente, aqui consigo me concentrar mais. Venha entre, sinta-se em casa. – Bem falou rindo.

- Venha Sebastian, vamos entrar. – Falei e ele me olhou torto, mas me acompanhou.

Não sei porque ele tem tanta implicância com Bem.

- Bem, você está até cozinhando aqui? E o cheiro está delicioso, será que tem comida para nós também? – Falei e ele se virou rápido.

- Desculpe, não havia percebido que a Vossa Alteza estava aqui, me perdoe. – Ele fez uma reverencia breve. – Tem sim, não cozinho tão bem quanto você Mali, mas dá para o gasto. Se quiserem se lavar, enquanto isso termino nosso jantar.

- Tudo bem então, vou para a cachoeira, quero aproveitar para tomar um banho, não existe no mundo lugar tão bom quanto aquela cachoeira para se banhar. – Ia saindo quando Bem pigarreou.

- Mas o príncipe também irá com você? Não seria melhor ele ir depois ou antes? – Ele falou dando uma piscadinha para mim.

- Sebastian, venha vou lhe mostrar o lugar, aí enquanto você toma banho, eu irei colher couve e alguns temperos para colocar na sopa do Bem. – Falei e puxei Sebastian.

- Se quiser tomar banho também, podemos tomar banho com roupa e depois as trocamos. – Sebastian falou com um sorrisinho.

- Não, melhor não, tome banho, troque-se, vou deixar sua roupa aqui. Depois deixe suas roupas sujas aqui que eu irei lava-las. Eu não estou com pressa, enquanto você toma banho vou ver como está minha horta e se Bem está cuidando de tudo direito. – Deixei a roupa limpa dele e já fui saindo.

Bem manteve tudo organizado, limpo e até concertou a cerca, arrancou as ervas daninhas, aumentou a horta, plantou mais ervas. Ele cuidou muito bem do lugar.

Tirei algumas folhas de couve, salsinha e cebolinha e fui para a cabana.

- Obrigada Bem, está tudo perfeito, você é um amigo excelente, está conservando meu paraíso, está tudo impecável.

- Amigo? Sim, tenho trabalhado bastante. Aliás, estamos com muitos pedidos, estou trabalhando quase que dia e noite para dar conta, mamãe está quase louca com tantas encomendas. Tem gente de fora do reino vindo comprar nossos produtos. Parece que o reino de Hava está sem quem os faça e começaram a comprar os nossos, isso não é formidável? Tudo graça a você!

- Sim, eu sou de mais! – Falei rindo e lhe dei um abraço.

Ouvi um pigarreado, olhamos e era Sebastian todo mal humorado.

- Obrigada Bem, você é meu melhor amigo, talvez único amigo! – Falei rindo, peguei minha roupa e saí.

Fui tomar banho e aquela cachoeira tem a melhor agua do mundo, é muito bom tomar banho ali, terminei meu bom e demorado banho, lavei os cabelos, lavei as minhas roupas e de Sebastian, me vesti com roupas limpas, estendi as roupas que havia lavado e voltei para a cabana, estava toda cheirosa.

-Como está nosso jantar Bem? Estou faminta! – Arrumei a mesa e percebi que o clima estava meio pesado.

- Vocês dois estão bem? Porque estão com essas caras? Aconteceu alguma coisa?

- Não, nada. Vamos comer. – Bem respondeu colocando o caldeirão em cima da mesa.

Me servi e Sebastian ficou me olhando esperando que eu o servisse e Bem percebeu e começou a rir.

- Sebastian, estamos em minha casa, aqui não sou sua criada, por favor, sinta-se a vontade. – Falei alcançando o cabo da concha para que ele tirasse sua comida.

- Sempre cheia de gracinhas não é mesmo senhorita Mali. Mas tudo bem, sei que aqui não é minha criada. – Falou fazendo beicinho e tirando sua comida. Eu e Bem rimos dele.

- Mali, eu vou terminar o jantar e irei voltar para a vila, tudo bem se eu os deixar sozinhos, preciso levar os produtos para que mamãe possa entrega-los amanhã. Como eu disse ando trabalhando dia e noite. Mas se quiser que eu durma aqui, eu durmo. – Falou me olhando.

- Não, pode ir, mas tome cuidado, e perigoso andar a noite pela floresta.

- Conheço tudo como a palma da minha mão, não se preocupe. – Bem falou dando uma piscadinha e indicando a mão.

- Não é com a floresta que temo, e sim com as pessoas más que podem andar por aí. Tome cuidado, você é desatento, pode ser seguido, preste atenção.

- Irei me cuidar, não se preocupe. – Falou terminando seu jantar.

Levantou e começou a organizar alguns produtos em suas cestas, depois carregou o cavalo.

- Mali, amanhã eu volto cedo. Tome cuidado também. Você não quer realmente que eu fique? – Ele falou baixinho para que somente eu ouvisse.

- Tudo bem, pode ir tranquilo, eu sei me cuidar. De um abraço em Filó, diga para ela que estou com saudades e irei vê-la. – Ele subiu em seu cavalo, se despediu e saiu.

- Vocês dois parecem bem próximos, vocês dois são namorados? – Sebastian perguntou assim que subi para a varanda da cabana.

- Eu não tenho tempo para isso, nós somos apenas amigos, ele é um amigo muito querido, praticamente como um irmão. Antes brincávamos que somos irmãos de coração. Pare com tolices. Vou arrumar sua cama, não fique até tarde acordado, amanhã você terá que treinar seu domínio com a agua. – Falei e entrei.

Bem ainda não haviatirado a cortina improvisada que eu havia colocado ainda quando Sebastian tinhaficado ali, então apenas ajeitei a cama para Sebastian e arrumei a camaimprovisada para mim e me deitei.