O Eric não me descia garganta abaixo. Insuportável, arrogante, prepotente. Esse era um perfeito retrato da personalidade daquele garoto, que, a essa altura, eu já tinha percebido que estava a disputar meu namorado comigo e tinha a arrogância de achar que ganharia de mim.
Sentados à mesa estávamos eu, meu namorado, seus pais, o intruso e alguns políticos das cidades vizinhas. Eu nunca havia visto nenhum deles, vez que política não era um dos meus assuntos preferidos. A conversa entre eles fluía facilmente. Guilherme vez ou outra dava sua opinião em algum assunto, chegando a me surpreender ao mostrar esse lado influente que eu ainda não conhecia. Ericson, ou Eric como ele pedia para ser chamado pelo Guilherme sempre o apoiava e isso já estava me dando nos nervos. O jantar continuou e ao fim todos fomos sentar no deck que ficava nos fundos da casa, frente ao jardim de inverno que a mãe do meu namorado cuidava com tanto orgulho.
Depois de alguns minutos eu já estava completamente entediado. Os assuntos não mudavam e alguns dos políticos já estavam bêbados.
-Tenho uma coisa bem melhor para fazer do que ficar discutindo política. E aí, topa? – meu tom era de certa safadeza. Guilherme me encarava sem que os demais percebessem.
-Só se for agora. - recebi a resposta dele com entusiasmo. Sair daquela situação toda me parecia reconfortante. Poucos segundos depois ele pôs seu celular no bolso da calça e disse a mãe que iríamos subir para que ele pudesse mostrar alguns materiais do cursinho. Mesmo um pouco distante dos dois eu tentava evitar rir.
Não demorou muito e nós estávamos no quarto dele. O Eric havia ficado de contragosto no primeiro andar, já que Guilherme havia se esquivado quando ele pediu para subir junto com a gente.
O quarto do meu namorado era grande comparado ao de Dereck. Haviam duas estantes para livros e papel de parede azul claro em três das quatro paredes. Em uma, onde ficava a escrivaninha com seu notebook, a parede era pintada em uma tonalidade verde escuro, que fazia um bom contraste com o papel de parede. Não sei precisar quanto tempo gastei admirando o quarto dele, mas foi o suficiente para que ele trancasse a porta e tirasse a camiseta.
-Agora me diz, o que você quer fazer que é bem melhor do que discutir política? - perguntou, vindo lentamente em minha direção. Guilherme tinha um caminhar que me deixava paralisado. Seu corpo me deixava excitado, o fato de vê-lo sem camisa me deixava doido. Não demorou muito e eu estava em seu poder.
-Tem certeza que a porta está trancada? - questionei ao escapar de um dos seus beijos. A última coisa que queríamos era ser descoberto pelo meu sofro conservador. Ele apenas balançou a cabeça afirmando que sim enquanto pegava na minha cintura. Guilherme exalava desejo, seus beijos eram intervalados por pequenos e discretos sorrisos de canto.
-Hoje não Gui. Aqui não. Eu tenho medo da sua mãe chegar e bater na porta de surpresa. - respondi, o abraçando. Sentia que o frustrei. Guilherme não conseguia esconder muito bem o que sentia, fosse tristeza, alegria ou mera frustração. Quem dera soubesse mentir. Nossa química era tamanha em tão pouco tempo que ambos sabíamos exatamente o que o outro pensava. Alguns diriam que tamanho entrosamento é ruim, eu penso que essa é a melhor forma de conhecer a pessoa com quem nos relacionamos, afinal é com ela que dividimos nossa intimidade. - A gente pode ficar deitado junto na cama.
-Eu tenho uma ideia melhor. – disse ele, nem sequer me deixando terminar a linha de raciocínio que tinha em mente. Esperei seu próximo passo sem reação. -Edward Christopher Sheeran. - disse pausadamente. O nome não me soava estranho. Guilherme caminhou até o dock que tinha em uma das estantes de seu quarto e conectou seu celular. Thinking Out Loud foi a música que começava a tocar e tudo fez sentido.
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O Filho do Prefeito: Origens (Livro 01) - [Romance Gay]
Teen FictionDedicado a todos aqueles que sabem que não escolhemos a quem amar. Amor apenas se vive, apenas se sente, apenas se descobre. Acompanhe a história de Nicolas, e surpreenda-se com "O Filho do Prefeito". Chegamos ao Spotify! É só procurar por O Filho d...