Querido Diário,
Começando com lembranças que se tem da infância, aqueles mil e um roxos nos joelhos e os primeiros passos de patins. Quando você era criança e achava que seu pai era o maior super-herói desse mundo, e sua mãe uma rainha e você uma princesa, mas, na verdade, descobria que eles são, sim, o mais importante. Do abraço de uma amiga verdadeira que você descobriu e que, juntas, vocês conquistaram o mundo apenas sentadas de baixo de uma árvore.
Descobrir que não existe só uma amizade, e que, no decorrer da vida, descobre que cada pessoa passa por você na fase certa, fazendo dela única naquele momento. Um sorriso seu, mas um sorriso que era para você em frente ao espelho. A primeira flor e bombons que ganhou de alguém. Ou até quem sabê daquele admirador secreto.
Aquela ligação de madrugada das suas amigas berrando e dizendo que amam você. Mas ainda aquela outra ligação, no começo da noite para te desejar um "dorme bem". O abraço da sua mãe depois de uma longa conversa sobre amores e amigos. Aquele domingo em família. Todos os seus aniversários. As borboletas, quando elas voaram dentro da barriga pela primeira vez.
Aquelas férias de uma semana a qual era apenas um recesso do ano letivo escolar. Aquela velha e boa amiga do tempo de criança que diz "eu sempre torci por você" a cada derrota ou vitória sua. A saudade, de alguém que foi embora, e que temos a sensação de nunca a vermos novamente. Do primeiro animal de estimação. A primeiro beijo, a primeira vez que viu o pôr do sol, ou primeiro amor, e talvez o segundo. A festa até às seis da manhã, o dez que tirou na prova.
Quando achou estar com sorte, mas, veio o azar. O aroma de um perfume, ou a melodia de uma música. O medo de uma tempestade. O conforto do colo de uma avó e de seus cafunes. Várias possibilidades de uma doce e boa lembrança.
Ainda lembro do cheiro da chuva, das brincadeiras com as amigas. Cheiro da comida, das panelas que minha mãe preparava enquanto eu estudava. Dos sonhos de voar de mãos dadas com Peter Pan. Da tentação da lama em me sujar. De fingir estar dormindo para ver se via Papai Noel, entrando em casa para comer os biscoitos açucarados e do copo de leite e depois me deixar presente de Natal. Abraçar uma amiga que caiu e se machucou. As brigas com a prima pelo pedaço maior do doce!
O vento da balança em meu rosto. Correr para cama da mãe após um pesadelo e achar que somente ali nunca mais teria pesadelo. Pensar que minha vida seria sempre uma eterna infância e que eu nunca perderia meu mundo de sonhos e refúgio! Falar para minha amiga que nada nos separaria e acreditar que isso seria verdade!
Achar que todos falavam a verdade por que isso seria o certo, porque foi isso que meus pais me ensinaram! Ficar triste quando uma amiga vai embora para outra cidade, sem saber que essa sensação ira se repetir milhares e milhares de vezes em minha vida!
De pedir para que minha mãe beije um machucado meu por que acha que beijos de mãe cura qualquer dor e acreditar que a dor passou! Brigar com meu irmão, e falar que ele é a pessoa mais insuportável do mundo, mas ficar furioso quando alguém a mágoa e defendê-la com unhas e dentes!
Sonhar que quando crescer encontraria um mundo la fora que nem a casinha de doce do João e Maria. Achar que o seu príncipe encantado será seu maior defensor e herói. Chorar em público sem vergonha de demonstrar sua decepção! Expressar minhas ideias sem medo de crítica, e achar que elas seriam assim para o resto da vida, sem saber que mudaria de ideia várias vezes em minha vida!
Mas o que mais recordo e não consigo ter de volta, é a sensação de viver sem medo de ser feliz!
Kate Miller.
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O Diário De Bordo De Kate Miller
أدب المراهقينDo mesmo universo de Lágrimas de Ferro "Seja forte, a vida exige isso de você!" Kathleen Miller, é uma garota que ainda está passando pelas aprovações da vida. Mas de um modo um tanto diferente. Pois, com apenas 20 anos, sempre aparentou ser uma pes...