Capítulo quinze

256 48 32
                                    

3 meses depois...

P.O.V – Enid Sinclair

- Bati! De novo! Nossa vocês são muito ruins mesmo! Eu fico de cara!- Bianca levantou fazendo uma dancinha e eu revirei os olhos.

- Zombar de mulher grávida deveria dar cadeia.- Cruzei os braços e Yoko deu um gole na sua cerveja.

- Cadê aquela vagabunda da Chris?- Samuel estava entretido no gramado construindo um cavalinho de balanço.

- Ela confirmou que viria hoje.- Secou o suor da testa com sua camisa e martelou um prego no objeto.

- Ela falou isso nos últimos 3 sábados.- Bianca voltou com três garrafas de cerveja e uma de Coca-Cola para mim.

- Quando essa garotinha linda nascer, ela aparece.- Sam se aproximou pegando a cerveja.

- Vai ser um menino, Lameda.- Yoko deu o dedo do meio para o mais alto que retribuiu.
- Aposto meu jipe.- Os olhos do homem brilharam.

- Vai ser uma garota braba que nem a mãe, isso sim.- Pontuou colocando a camisa sobre o ombro.
- Aposto o carro da Chris.- Todos riram.

- E ela sabe que você anda apostando o carro dela por aí?!- A morena Arqueou a sobrancelha.

- Ela também acha que será um menino então apostei com ela a mais de um mês.

- Vocês são insuportáveis, seja o que for deveria crescer bem longe de nós.- Bia sentou na cerca.

- E o que você acha, Nid?- O ruivo pegou o balde de tinta amarela junto ao pincel e começou a pintar o brinquedo.

Passei as mãos na barriga já evidente, meus olhos percorreram pelos rostos curiosos que me encaravam na expectativa e isso não me incomodava, eles eram como uma segunda família para mim.
Bianca e Sam vinham todo domingo para almoçar e o Lameda insistia em construir brinquedos para o meu filho, por ter poucas condições financeiras ele afirmou que queria mimar o afilhado de todas maneiras possíveis; então ele já havia construído um carrinho, um trenzinho com trilhos e tudo e agora estava construindo um cavalinho grande para o neném brincar de balanço.
- Acho que independente do que vier, terá muito mimo de vocês.- Gargalhei e eles levantaram as garrafas, segui.

- Um brinde a essa caixinha de surpresa na barriga da Senhora Enid Sinclair Addams!- Propôs Bianca e todos beberam.

- Droga vocês nunca me esperam!- Chris apareceu com uma calça preta e uma regata branca.

- Já passa das 15!- Samuel deu um tapa na cabeça da mulher que negou com a cabeça.

- Eu estava resolvendo uns assuntos com Ajax.- Pontuou.

- Notícia ruim?- Perguntei com medo.

- Não não.- Ela sorriu.- Petropolus tá beirando a falência e eu fui avisá-lo que comprei a indústria dele a preço de banana.

Começou a rir e eu a imitei, Yoko se levantou e pegou uma luva e um taco de baseball no quarto dos fundos; Entregou o taco para Chris e calçou as luvas.
Addams girou o taco e elas começaram a jogar, mas como ambas são extremamente competitivas logo estavam quase se matando; Bianca tentou mediar as coisas mas só piorou tudo.
A morena lançou a bola baixo demais propositalmente, Chris mergulhou acertando a mesma magnificamente o que fez a adversária estreitar os olhos; A mais alta propôs que trocassem as posições e a morena pegou o taco, quando lançou Yoko acertou a bola que foi diretamente no balde de tinta sujando Sam por inteiro.

- Sua puta barata eu vou te matar!- Falou entre dentes pegando o balde e acertou porções de tinta na menor.

O problema é que respingou em Bianca que é vingativa até a alma, ela começou a correr atrás do ruivo que largou a lata, ela jogou o resto de tinta em Chris que só ria de braços cruzados.
No fim todos estavam imundos, até mesmo eu pois Matarazzo me abraçou imunda propositalmente; Sam ligou a mangueira para que todos pudessem se limpar, para a sorte do meu filho o mais alto havia colocado seu brinquedo para secar a tinta bem longe da bagunça e quando percebemos já estava de noite.

(...)

P.O.V – Wednesday Addams

“Wed fica comigo”

“Wed!!!”
Acordei com uma luz incomoda sobre os meus olhos, minha boca estava seca e meu corpo dói de uma forma inacreditável.

- Capitão ela está despertando!- Escutei uma voz se pronunciar e me sentei vagarosamente.

- Sargento Addams! Você realmente é forte como uma pedra.- Senti mãos sobre meus ombros e tentei manter meus olhos abertos.

- Enid...- Minha voz saiu como um sussurro.

- Ei nada de falar, sem esforços.- Olhei brevemente para cada um e reconheci apenas Eugene.

Olhei para a minha perna e vi uma enorme parte suturada, vi alguns cortes superficiais pelos meus braços e quando passei as mãos pelo rosto senti um corte profundo que atravessava minha sobrancelha.
O real problema era no meu abdômen, um galho havia o atingido pelo meus lapsos de memória.

“Wed se abaixa!’

Corri pela floresta procurando Stiles, ele era um excelente socorrista e eu não poderia abrir mão dele, ele era o único que havia sido deixado para trás e ninguém seria deixado assim na minha presença.
O fuzil contra meu peito me lembrava que eu não podia errar, por estar de noite eu enxergava pouco e gritava ‘Stilinski’ com todo o ar que restava nos meus pulmões;
Ouvi galhos se partindo e entrei em alerta indo em direção ao barulho; Quando passei pelas folhas vi o soldado amarrado a uma árvore com um pano sobre a boca.

‘Como ainda está vivo?’ retirei o pano de sua boca e cortei a corta que o amarrava.

‘É uma armadilha sargento, eu os vi amarrando uma granada por aqui’ senti meu corpo gelar e risquei um fósforo em busca de iluminar o local.

Meus olhos analisaram cada parte até o 4 fósforo apagar, quando voltei meus olhos para cima, vi uma granada prestes a cair e debaixo da minha bota a linha que seria o possível gatilho.

‘No Três você vai correr na direção oeste sem olhar para trás.’ Ele arregalou os olhos.

‘Sargento eu n-‘

‘É uma ordem, soldado.’ Desviei o olhar e ele engoliu a seco pegando sua mochila e saindo em disparada.

Corri o mais rápido que pude e senti algo arremessar meu corpo longe, foi quando tudo apagou.”

Senti meus olhos pesarem e apaguei novamente.

Wenclair - Forty-threeOnde histórias criam vida. Descubra agora