Capítulo dez

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Acordei com o sol invadindo as janelas, é claro que já era manhã de domingo e só de imaginar que meu tempo com minha amada estava acabando gemi em frustração.

Fiz um leve carinho pelo maxilar da loira que dormia tranquilamente no meu peito e me perguntei se passaria por tudo que passei para tê-la e a resposta foi imediata e afiada, claro que sim; Enid era tudo e mais um pouco, era como água fresca e corrente em um riacho intocado pelas mãos humanas, perfeito.

Vesti minha calça e minha camisa, procurei minha camisa xadrez mas lembrei que era a única peça que cobria o corpo de Sinclair, sim nós havíamos nos amado antes de adormecer.

Me desvencilhei vagarosamente e deitei a cabeça da mesma sobre o travesseiro macio com todo cuidado; fui até o banheiro e fiz a minha higiene antes de partir para a cozinha parar preparar nosso café, afinal minha dama já havia cozinhado demais e precisava de mimos.

Omelete, panquecas com xarope e mel, ovos mexidos e alguns pedaços de bolo que haviam restado do dia anterior, passei o café e espremi algumas laranjas; Fui na floresta em busca de algumas flores e as amarrei com um cipó fazendo um buquê improvisado.

Coloquei o buquê no jarro de barro que ficava no centro da mesa da cozinha, organizei os alimentos e coloquei os pratos e talheres na mesa.

Voltei para o quarto e vi a moça deitada de bruços com seus cabelos desgrenhados agarrada no travesseiro, o cobertor cinza cobria metade do seu corpo assim como minha camisa que estava cobrindo seus seios.

Me sentei na cadeira ao lado da porta e peguei uma folha de papel e um lápis na mesa de carvalho próxima de mim, comecei os esboços e levei um tempo até aperfeiçoar os traços.

Desenhei cada detalhe que pude, até mesmo o quadro que ficava acima da cama com a paisagem de uma colina.

Finalizei o desenho e arranquei a página a dobrando e a guardando na minha mochila, caminhei até a moça e a acordei com alguns beijos pelo rosto.

- hmmmm.- Coçou os olhos.- Que horas são?

- Quase 9.- Ela arregalou os olhos e sentou rapidamente.

 
- Wed!- Ela me deu um tapa.- Se não tivesse acabado comigo ontem eu não tinha acordado essa hora!

 
- Você não estava reclamando ontem.- Falei roubando um beijo rápido.

Ela se levantou e foi em direção ao banheiro; tomamos café em um silêncio confortável, ela agradeceu um milhão de vezes pelas flores e eu distribui milhões de beijos pelo seu pescoço, afinal ela estava sentada no meu colo.

- Podemos ficar até anoitecer, você sabe disso...- Choramingou e eu coloquei algumas coisas no bagageiro do jipe.

- Sua mãe deve estar morta de preocupação considerando que você deveria estar em casa ontem a noite.- Passei por ela e entrei na cabana procurando meus sapatos e os calçando imediatamente.

 
- Eu sei... Ela deve estar subindo pelas paredes.- Passou as mãos pelos cabelos e eu fechei a cabana e parei ao seu lado.

- Ei... Eu vou voltar!- Segurei seu rosto e toquei a ponta do seu nariz.- Sou uma Addams, nós não morremos porque até a morte nos respeita.
 

- Espero que seja verdade.- Falou secando uma lágrima e me abraçou, aprofundou o rosto no meu pescoço e eu acariciei sua cabeça.

Quando voltamos para a cidade já estava de tarde, estacionei em frente a casa dos Sinclair e abri a porta para Enid descer, segurei sua mão e fechei a porta; A mulher andou a minha frente e abriu a porta dando de cara com Charlotte com uma xícara nas mãos e um roupão.

Wenclair - Forty-threeOnde histórias criam vida. Descubra agora