Capítulo onze

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P.O.V Enid Sinclair

Abri a porta e Samuel entrou como um furacão, sim eu conhecia Sam.

Desde que Wednesday partiu ele se apresentou e se colocou a disposição para me ajudar a suportar o insuportável, meu casamento com Ajax Petropolus;
Já tem 4 meses desde então, 5 que não tenho notícias da minha mulher; O ruivo me visitava toda semana assim que Ajax saia de casa, ele era extremamente possessivo e não deixava eu receber nenhum tipo de visita.

Também tinha os meus hematomas, pelas vezes que me neguei a...me deitar com ele, tudo tem sido um grande pesadelo.

Todas as noites quando ele estava aqui, porque também desaparecia por dias e voltava como se nada tivesse acontecido, eram agressões e mais agressões tanto físicas quanto sexuais; me culpava por ter casado como se eu realmente o achasse um sonho, como se eu quisesse aquilo para mim.

- Nid eu trouxe alguns vinis para você ouvir escondido, o que acha?- Me mostrou a sacola e eu dei um sorriso amarelo puxando as mangas do suéter.

- Acho uma excelente ideia, alguma notícia?- Perguntei esperançosa e ele deu um longo suspiro, oh não.

- Alguns pilotos estão fazendo trabalho de campo lá...- Falou tirando algumas latas de pêssego em conserva e colocando sobre a mesa.

- Como assim?! Tipo com armas e granadas?!- Dei a volta na mesa e ele me encarou apreensivo.

- Sim...

Oh não, não não não não isso não pode estar acontecendo eu não iria aguentar! Soquei a mesa com força e Samuel me olhou surpreso, eu nunca havia surtado na frente dele.
Com meu ato as mangas do meu suéter subiram e os olhos do homem foram direto para um hematoma no meu pulso.

- Nid o que é isso?- Pegou no meu braço e eu me desvencilhei rapidamente.

- Não é nada!

- Enid isso acontece desde quando?! Por que não me disse isso antes porra?! Sou como um cunhado pra você caralho, todo problema eu tô aqui pra resolver principalmente os mais sérios!- Seus olhos estavam negros de ódio, senti meu corpo estremecer de medo do que ele poderia fazer.

- Desde a noite de núpcias, quando eu me neguei a você sabe...- Eu estava extremamente desconfortável.

- Aquele babaca eu juro por Deus eu vou mata-lo!- Disse tudo de uma vez antes de caminhar em direção a porta.

- SAM VOLTE AQUI!- Puxei ele pelo braço e ele socou a porta.

- ELE NÃO PODE FAZER ISSO ENID! PORRA ELE AO MENOS SABE?!- olhou para o meu rosto e depois para o meu ventre e eu neguei abaixando a cabeça.
- PORRA! PORRA! PORRA!- Bateu as duas mãos na madeira.

Ele caiu de joelhos com as mãos no rosto, seu silêncio era preocupante considerando que ele não parava de falar nem por um minuto se quer; Lameda se levantou e deixou um beijo nos meus cabelos antes de sair sem ao menos dizer uma palavra.

Suspirei e me sentei de costas para a porta.

“Mais uma vez sozinha.” Pensei com os olhos lacrimejando.

(...)

P.O.V – Samuel Lameda

Passei pela porta como um animal e a secretária tentava me acalmar, ela obviamente não conseguiria.

Toda semana eu estava lá com Sinclair, as vezes dançava com ela, penteava seus cabelos, lia alguns livros, ouviamos histórias no rádio e até já deixei ela fazer minha barba, tentava ao máximo tirá-la daquela realidade terrível; A primeira coisa que ela perguntava era sobre notícias de Wednesday, mas era bem difícil consegui-las mesmo quando Yoko se intrometia em conversas do Coronel, a guerra era terrível mas aqui com Enid também era.

Lá estava ele, Ajax com seu terno de linho cinza impecável, nos seus cabelos o gel mais caro da Inglaterra e nas mãos um charuto que valia o preço da casa dos meus pais; Mas ele não me intimidava, ele jamais intimidaria alguém com tanto ódio como eu.
 
- Cabo Lameda, o que faz aqui?- Perguntou dando uma tragada.

Caminhei até a mesa do mesmo e o puxei pela gravata fazendo sua testa ir de encontro com a mesa.

- Seu tremendo filho da puta!- Peguei pela gola da camisa e arrastei pela mesa até arremessa-lo no chão.

Subi sobre ele e comecei a desferir socos pela sua face, sua secretária tentou me puxar mas sem sucesso, o ódio me dava uma força descomunal; depois de alguns segundos senti homens me puxarem, eram seus seguranças.
Seu rosto estava com uma mistura de sangue, hematomas e algumas secreções; tinha certeza que havia quebrado aquele nariz empinado de mauricinho desgraçado.

- Vai se arrepender disso!- Cuspiu as palavras junto com sangue.

- Na próxima vez que encostar em Enid Sinclair eu juro, eu acabo com você!- Os seguranças me levaram até a delegacia onde fiquei detido.

Por ser do exército Americano não fiquei muito tempo lá, minhas mãos estavam visivelmente inchadas mas não era nada demais.
Eu sabia que Ajax viria pra cima de mim com tudo e o exército Americano não iria ajudar, eu precisava de ajuda e eu sabia muito bem onde procurar; dei três batidas na porta de Yoko que foi aberta com a mesma apenas de roupas íntimas.

- Desculpe atrapalhar mas eu preciso de ajuda.- Falei olhando entre ela e Bianca que estava mais vestida pelo menos.

- É eu fiquei sabendo que comprou briga com o Petropolus.- Negou com a cabeça.

- Como você é burro!

- Ele deve ter tido uma boa razão, amor.- Deitou a cabeça sobre o ombro de Yoko que pareceu raciocinar por uns segundos.

Faziam três meses desde que Bianca e Yoko começaram a ter alguma coisa, eu dei total apoio e desde então eu e a branquela estávamos bem próximos, eu estava extremamente feliz por elas.

- Você quer que eu chame Chris, não é?- Cruzei os braços pensando se era isso mesmo que eu queria.

- Pense bem, você sabe que se chamar alguém da família Addams todos ficam sabendo.- Falou erguendo uma sobrancelha.- Sem contar que Wednesday nem sabe da existência da irmã mais nova.

- Você deveria ter entregado a maldita carta a ela ao em vez de ler!- Lancei um olhar furioso a Bianca e ela engoliu a seco.

- Isso não vem ao caso, tem certeza que vai envolve-la nisso?- Assenti.

 
- Só ela pode nos ajudar.

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O sofrimento começou, meu povo.

Wenclair - Forty-threeOnde histórias criam vida. Descubra agora