Capítulo 12

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Capítulo 12

Lior

— Não sabia que tinha uma reunião com vocês.

Não faço um movimento para me levantar, se fossem um pouco mais espertos nem mesmo tentariam entrar na minha casa. Mas aquela sensação de que isso não é uma viagem gratuita, eles estão aqui para representar alguém.

— Seu amigo nos deixou entrar, quando mostrei este cartão. — O homem se inclina e me mostra o cartão verde-esmeralda, há um dragão dourado na frente.

Tenho certeza que essa merda deve significar algo, ou impor respeito a um dos empregados da casa, meus homens são leais, jamais mandariam três desconhecidos até o meu escritório sem antes me avisar.

Jogo o cartão em uma gaveta e fecho, sem estudá-lo mais, isso é algo que farei quando seus olhos atentos não estiverem por perto, espreitando a espera de uma chance.

— Tenho certeza que esse cartão deve significar algo em seu mundo, mas isso não significa nada para mim. — Explico. — Muito menos dá a vocês o direito de entrar na minha casa, e trazer consigo convidados.

— Soube que o tempo que passou atrás das grades foi um momento difícil. — O mais baixo e careca diz. — O policial que te prendeu chegou até a ganhar uma promoção.

Sorrio por dentro, é claro que o homem que me prendeu ganhou uma promoção, foi o meu presente para ele.

— Estão escrevendo minha biografia? — Cruzo os braços e dou um sorriso para eles. — Não estou muito inclinado a ter minha vida exposta, e posso garantir que não é um conto de fadas.

— Divertido, no entanto, não estou aqui para criar problemas, apenas para saber como estabelecerá suas regras? Não quero acordar e ter meu negócio tirado de mim.

Cruzo as mãos em cima da mesa, é um movimento claro, eles querem jogar limpo para que eu não me meta em seus negócios. Seu respeito é bem-vindo, tendo tantas pessoas quanto possível tentando tramar pelas minhas costas, é uma lufada de ar fresco, embora jamais confiarei.

— Não vou interferir em pequenos negócios, as regras estabelecidas por Cash funcionaram ao longo dos anos, não vejo motivo para mudar isso. — Respondo. — Devo admitir que por mais que não seja um grande fã de visitas inesperadas, aprecio que tenha vindo até mim com suas preocupações.

— Somos homens de negócio, realizamos negócio há um longo tempo, embora não diretamente.

Estudo suas expressões.

— Por que tenho a sensação de que existe algo mais?

— Estamos tendo problemas, algumas mulheres desapareceram em uma das minhas casas noturnas. — Explica.

— Prostitutas são...

— Elas não são prostitutas, são clientes comuns, a melhor amiga de uma delas tem vindo todas as noites e me causado alguns problemas.

— Quantas até o momento?

— Cerca de seis garotas, não quero polícia farejando nos meus negócios.

— E então trouxe o problema para minha porta?

— As pessoas falam por aí, sei que matou seu pai e os motivos que o fizeram fazer isso, posso ser um babaca sujo, mas não vou admitir que sujem os meus negócios com isso.

— Vou checar o que posso fazer.

Eu sabia quando matei meu pai que as pessoas me veriam de duas formas, ou como um babaca que conseguiu matar seu próprio sangue, um traidor, ou como uma espécie de justiceiro. Não estou bem com nenhuma opção, ser um "herói" ou "justiceiro", significa que fiz algo grande, quando, na verdade fiz apenas o que deveria ser feito.

Vilão Irresistível - Série Obstinados Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora