Capítulo 22

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Anuvia

Mallet está segurando uma arma apontada para a cabeça de Lior, ele faz questão de me mostrar que não está brincando e que irá atirar se eu fizer algo errado. Sinto algo cair contra minha barriga e percebo ser uma seringa.

— É um tranquilizante, aplique nele antes que acorde.

Aceno com a cabeça e faço o que ele manda, tomando cuidado para não o acordar e também para derrubar uma boa quantidade do líquido fora. Quando termino, deixo a seringa caída ao lado dele, espero que perceba de uma vez o que está acontecendo, e que fique bem.

Mallet mantém a arma apontada para a minha cabeça, ele me leva para uma saída diferente da que usamos, e usa um código na porta. Espero que Lior perceba que um dos empregados da obra passou suas informações para um estranho, e quando o pegar, mate o filho da puta.

Minha pele se arrepia quando o ar frio da noite a atinge, tremo de frio, mas não digo nada. Um carro preto espera por nós, escondido em meio as árvores longe de vista das câmeras de segurança.

— Por que está fazendo isso? — Pergunto, mas sou atingida pela arma e perco a consciência.

Bom, tudo o que preciso é ficar apagada perto de alguém como Jônatas Mallet.

Acordo novamente, minhas mãos estão presas a cama com pedaços de tecido, luto para me libertar, mas é em vão. As lembranças de tudo o que aconteceu ao longo do ontem e desta madrugada, voltam com tudo, espera, foi essa madrugada, não foi?

— Olha só quem está acordada, a Bela adormecida finalmente voltou a vida. — Mallet estende a mão e tira o cabelo do meu rosto. — Peço desculpas, eu não sabia que tinha batido a cabeça com tanta força depois do acidente.

— Foi você! — Rosno com raiva. — Mandou alguém me atropelar?

O babaca ri.

— Estava com muita raiva e queria machucar Lior, ainda bem que nada te aconteceu.

Tem muita coisa estranha nessa história e algo me diz que tudo isso está relacionado com Mallet e sua obsessão maluca e nojenta.

— Tudo o que tem acontecido foi você? — Pergunto, ele ri.

Os cantos de sua boca ficam mais assustadores quando ele ri, os pontos dados são mal feitos, e se afastam um pouco conforme fala. Lior realizou um bom trabalho cortando sua cara, os hematomas em seu rosto contribuem para a aparência assustadora.

— De certa forma. — Se aproxima e puxa o decote da minha camisa. — Quando fui à casa do seu pai, minha intenção era oferecer um acordo comercial, aí eu te vi, e pensei "bem, ele não pode ser idiota e recusar milhões em troca de sua filha", mas eu estava errado.

Mesmo presa, o sarcasmo escorre por minhas palavras quando digo:

— Minha família não é da mesma laia que você.

— Devo concordar que a negativa me pegou de surpresa e então ele recusou a continuar com a nossa cooperação, me baniu de Moscou e muitos aliados, com medo, acabaram se afastando. — Soltando minha camisa, pega a coberta e me cobre. — Isso me obrigou a procurar em outros lugares, foi quando consegui um parceiro inesperado, sabe quem?

— Deixe-me adivinhar, Gagneux, o homem que invadiu a casa de Lior.

— Garota esperta. — Elogia, sinto vontade de vomitar só de olhar para a cara desse idiota. — Exatamente, mas o problema com Gagneux, é que ele pensou ter muito poder, até que o Lior saiu da prisão, e o idiota colocou o rabo entre as pernas.

— Foi por isso que matou o filho dele?

— Sim, foi um lembrete que eu não era tão fácil de se livrar, e por outro motivo. — Percebo que Mallet tem um tique, ele está sempre estalando os dedos insistentemente, e isso está acabando comigo.

Vilão Irresistível - Série Obstinados Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora