Anuvia
Acordo em uma sala de hospital pequena, a luz machuca minha visão, mas acredito que tenha relação com o galo que posso sentir em minha testa. Conforme vou me acostumando, percebo que tem um médico parado no pé da cama, ele está segurando uma prancheta e realizando algumas anotações.
Minha primeira ação é colocar a mão na testa, e percebo que levei pontos. Ao lado da cama, o segurança que Lior me designou está parado, sua expressão preocupada.
— Vejo que está acordada. — O médico me cumprimenta.
— Por que estou aqui? — Pergunto, me sentando.
— Você quase foi atropelada, por sorte, a dona da loja de lingerie percebeu o que estava prestes a acontecer e te puxou para um lugar seguro. — O segurança explica, minha testa lateja e gemo de dor. — Por azar acabou batendo a cabeça na calçada, precisou levar dois pontos.
— Faz sentido, a mulher que me ajudou está bem?
— Sim, me pediu para avisar quando você acordasse.
— Lior?
O segurança faz uma careta, acho que toquei em um assunto delicado.
— Eu ainda não o informei.
— Bom. — Respiro mais aliviada, não quero que se preocupe enquanto estou aqui. — Vou lidar com ele quando chegar em casa.
O médico pigarreia.
— Não tenho certeza se terá tempo. — Avisa. — As notícias correm rápido na cidade.
Não quero lidar com o drama que irá se desenrolar.
— Ligue para ele, ao menos vai te poupar um problema. — Aponto para o segurança.
Sem precisar de uma segunda ordem, ele sai correndo da sala, me deixando sozinha com o médico, que aproveita para me examinar.
— Precisa ficar acordada, eu a manteria em observação, mas...
— Quero ir embora. — Interrompo. — Estou bem e vou fazer tudo o que me pedir.
— Imaginei que diria isso. — Puxando uma folha de papel, me entrega. — Aqui estão as recomendações, se sentir qualquer coisa, deve me procurar.
Ele me passou um medicamento simples para dor de cabeça, o único problema que esse remédio me dá muito sono, o que irá atrapalhar seu pedido para permanecer acordada por mais tempo.
Pego minha blusa do encosto da cadeira e procuro por um bolso para guardar a receita, escuto a porta se abrir, mas não olho, não preciso que o segurança continue me olhando de cara feia. Não é minha culpa quase ter sido atropelada, o carro veio do nada, e na velocidade que estava, dei sorte que alguém me tirou da frente.
— Por que não me avisou? — A voz preocupada de Lior chama minha atenção, me viro e vejo que está parado ao lado da cama, seus olhos escuros de raiva.
— Acabei de acordar.
Minha resposta tranquila incendeia seu humor, ele arranca a jaqueta da minha mão e pega a receita que fiz o meu melhor para guardar.
— O segurança poderia ter me avisado, tive que ouvir sobre o acidente de um dos empregados.
Reviro os olhos, e imediatamente me arrependo, quem diria que doeria tanto?
— Ele estava ocupado me trazendo para o hospital. — Aviso. — E não foi um acidente, eu apenas bati a cabeça na calçada.
— Apenas bateu a cabeça? Anuvia, você ficou desacordada! — Mexe nos cabelos nervosamente, sem querer admitir, o gesto é sexy. — Deixo sair sozinha uma vez e olha o que acontece.
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Vilão Irresistível - Série Obstinados Livro 1
RomanceLIVRO 1 - SÉRIE OBSTINADOS De onde venho existe uma ordem para as coisas, sangue, honra, família! Pensei que essa ordem era respeitada por todos até que descobri o que estava acontecendo bem em baixo do meu nariz. O sangue que tanto valorizamos? ...