Letizia
Abri meus olhos e continuava no meu quarto. Nua e sozinha, em cima da cama.
Olhei para a penteadeira e minha arma estava lá, intacta, dentro do coldre.
Foi um sonho?
Me dei conta que devia ter desmaiado na cama, já estava me sentindo mal desde a chegada.
Batidas na porta.
Me enrolei nos lençóis, sentindo a tontura me atingir novamente. Anna entrou com uma bandeja na mão:
- Trouxe um lanche. Queria chamá-la para o almoço, mas disseram que estava descansando.
Ela deixou a bandeja sob a cama. Comecei a devorar o sanduíche e as frutas, e perguntei, enquanto mastigava:
- Por que a casa está tão movimentada?
- Vamos ter convidados para o jantar, a segurança foi redobrada.
- Quem são?
Peguei o copo de suco, comecei a beber.
- Domenico falou sobre o conselho, acho. E seu marido, mas creio que já o tenha visto.
Cuspi o suco.
- O quê?
- O conselho e seu marido, Giuliano.
Não esperei que desse mais informações.
Em dois segundos meus neurônios fizeram todas as sinapses necessárias para que eu chegasse à conclusão que algo estava muito errado, que eu não tinha sonhado, liberando a raiva dentro de mim.
Saí correndo até o banheiro, vesti um roupão, tirei minha pistola do coldre e fui até o escritório do meu irmão, dispensei os seguranças que estavam de guarda, dei um chute com toda a força na porta, gritando:
- QUE PORRA É ESSA?
Ele se levantou da cadeira. Só então vi Manoela e Giuliano, sentados no sofá.
Meu irmão veio até mim, fazendo sinal para que me acalmasse.
- Tizia, solte a arma.
Apertei meus olhos, apontei a arma para onde os dois estavam sentados.
E de repente, tudo ficou muito claro na minha cabeça, antes perturbada:
- Você não vai assumir, é isso?
Ele ficou quieto. Os dois traidores italianos estavam de pé, olhando para mim, atônitos.
Comecei a gritar novamente:
- NÃO É? RESPONDA? AGINDO PELAS MINHAS COSTAS!
Passou as mãos pelos cabelos, nervoso:
- Já está decidido, eu estava esperando você acordar.
Não quis ouvir mais nada:
- Sua ex-esposa resolveu te aceitar de volta, é isso? E em troca, você devolve o comando para ele – apontei para Giuliano com a arma – sabe o que você é, Nico? Um fraco! Sempre foi. Se eu não tivesse assumido o comando em Moscou, nós estaríamos ferrados, trabalhando para Sergei até hoje.
Ele retrucou:
- O conselho italiano nunca deixaria uma mulher assumir em definitivo, sabe disso.
Senti o ódio tomar conta de mim:
- Nosso pai teria vergonha de você! VERGONHA!
Abri a trava de segurança da pistola, apertei o gatilho, desviando poucos centímetros de onde Manoela e Giuliano se encontravam, deixando a parede cheia de furos e os dois abaixados, com as mãos na cabeça.
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Ex-princesa da máfia (livro 1)
Aktuelle Literatur- Como você sabe é a minha única herdeira. Eu tenho que passar nossos negócios para alguém. - E o que eu tenho a ver com isso? Eu não sou mais considerada sua filha, lembra? Pelas regras da máfia. - Falamos com il consiglio. Eu posso passar para de...