Capítulo 28 - Aliados

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Domenico

Voltar para Moscou depois de tanto tempo era bom. Minha casa, minha família.

Manoela permanecia distante, trabalhando e nas poucas vezes que a via, estava pensativa. Talvez eu não devesse ter insistido na adoção.

Estava treinando no ginásio, quando Letizia apareceu:

- Nico, vamos ter um jantar hoje com as duas famílias. Mamãe deve chegar mais tarde.

- Tizia, avise para ela não falar nada sobre Lucca. Manoela pode ficar incomodada.

Ela riu:

- Vou tentar, mas se tratando da nossa mãe, sabe que vai ser difícil.

- O acordo foi assinado?

- Sim, com todas as minhas alterações – ela sorriu, satisfeita.

- Muito bem, irmãzinha. Conseguiu dar um nó em Giuliano.

Sentamos em um dos bancos. Seus olhos brilharam:

- Mas o melhor ainda está por vir. Eu vou ser a mentora dele nos negócios do Don.

Eu a conhecia tão bem, que antecipei:

- Se você fizer o que estou pensando, deixe a casa de campo preparada, porque vou trazer todos para cá.

- Se eu fizer o que você está pensando – ela continuou – sua esposa vai ter que escolher um dos lados. E suas consequências. Principalmente porque você vai ser o meu substituto na Itália, irmão. Giuliano será seu subordinado, e você irá assumir todos os negócios dele.

- Eu sei disso, Tizia.

Fiquei quieto. Porque sabia o tamanho do problema.

Era o sonho do nosso pai, que finalmente conseguíssemos unir as duas organizações sob nosso comando. Uma promessa que seria cumprida.


Manoela

Uma cidade cinza e fria. O inverno se aproximava e eu era uma pessoa do verão. Sentada em frente à lareira, em uma das várias salas, estava angustiada, como se algo estivesse por acontecer.

Talvez fosse somente a minha mente atormentada, a imaginar coisas.

- Um abraço pelos seus pensamentos.

Sorri e me virei:

- Giu.

Nos abraçamos. Ele pegou uma almofada e sentou no chão, segurando as pernas, na minha frente:

- Desculpe não ter tido muito tempo para conversar com você. Passo a maior parte do tempo aprendendo sobre os negócios, junto com Letizia.

- Eu também estive ocupada, muitas reuniões da empresa. Como está sendo o "estágio"? Disse rindo.

- Interessante. Vou apresentá-la ao conselho essa semana, antes da cerimônia, já que ela será meu braço direito.

- E o padrinho?

- Está contente. E você?

Segurei suas mãos e abaixei, me aproximando dele:

- Eu quero pedir que tome cuidado, nessa aliança com os russos.

- Com a família do seu marido.

- Eu estou com um pressentimento, não sei explicar.

- Relaxe, Manu. Você protege meu pai e a mim, e eu a você.

- O meu sistema de segurança é o melhor, mas em solo russo tudo é diferente. Aqui as regras são outras.

- Se eu perceber alguma movimentação estranha, aviso.

Ex-princesa da máfia (livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora