Letizia
Sentada em uma cadeira perto do que antes era um bar, observei os funcionários limparem o ginásio e em pouco tempo, não havia sinais da boate em nenhum local.
Todos os convidados tinham ido embora. Tirei meus sapatos e fui para a casa. Subi as escadas, descalça, rumo ao corredor que dava acesso a todos os quartos. Fui andando devagar, quando decidi parar na frente de um dos quartos de hóspedes. Abri a porta. A lareira estava acesa.
Tirei meu vestido, minha lingerie e me enfiei embaixo das cobertas. Coloquei minhas mãos nos ombros largos, descendo para os braços. Ele estava sem roupa.
Giuliano acordou e se virou, surpreso:
- O que está fazendo?
- Aproveitando meu marido – respondi, rindo.
Ele se afastou, apoiando as costas na cabeceira, acendendo a luz do abajur:
- Você está bêbada?
- Provavelmente.
Fui até ele e me sentei no seu colo, dobrando meus joelhos, beijando seu pescoço, sentindo sua respiração ficar acelerada:
- É melhor você parar – ele continuou.
- Por que? Provoquei.
Ele me virou na cama, ficando por cima de mim, prendendo meus pulsos com força acima da minha cabeça:
- Porque você pode não aguentar.
Seus olhos escureceram. E em poucos segundos minhas pernas estavam separadas pelos seus joelhos. Falei o que não devia:
- Me mostre.
Ele entrou em mim com toda a força, sem avisar. Gritei, sentindo dor. Minha cabeça começou a bater contra a cabeceira, cada vez que avançava. Continuava entrando e saindo cada vez mais rápido, dizendo:
- Você... não... manda... em mim... entendido?
Com uma das mãos começou a apertar meu pescoço, diminuindo os movimentos:
- Entendeu? Responda, Letizia!
Coloquei minhas mãos no meu pescoço, tentando me soltar:
- Entendi, entendi.
Ele me soltou, tentei puxar o ar, abrindo minha boca, quando me beijou. Passei minhas mãos pelos seus cabelos, correspondendo. O calor invadiu meu corpo, eu queria mais. Enrolei minhas pernas em volta da sua cintura.
E então, ele parou. Gemi quando saiu de mim, frustrada.
Se levantou, foi para o banheiro e olhou para mim, rindo:
- "Quando sair, apague as luzes e feche a porta."
Maldito, estava usando as minhas palavras.
Manoela
Estava em um bar, acompanhada de Katerina e Livia, aguardando Nikolai. Aproveitei para reforçar as orientações:
- Tudo o que conversarmos aqui fica entre nós. Ninguém pode saber de nada, certo?
As duas balançaram a cabeça, concordando.
Nikolai chegou acompanhado de três seguranças. Sentou ao lado de Katerina:
- Manoela, um prazer vê-la novamente. E rodeada de mulheres bonitas.
- Olá Nikolai – fiz as apresentações – Katerina é a chefe da segurança e Livia, minha assistente pessoal.
Livia abriu o tablet, colocando-o de frente para ele e fazendo uma apresentação rápida do nosso sistema de segurança, mostrando o pacote que estávamos oferecendo, que incluía atualizações periódicas além do rastreamento, e valores dos serviços cobrados, que atingiam a faixa de 6 milhões mensais.
- Eu disse para você que dinheiro não seria um problema.
Olhei para ele:
- Na verdade, quero fazer uma proposta.
- Diga.
- Eu forneço todo o sistema para você. Em troca, quero ser informada de tudo que está acontecendo no conselho de vocês, principalmente sobre os planos de Letizia.
Ele levantou uma sobrancelha, surpreso:
- Não deveria fazer essa proposta. Quem garante que eu não vá contar tudo para seu marido?
Sorri:
- Se você quer ter o melhor sistema de segurança agora, é porque alguma coisa está para acontecer. Ninguém gastaria mais de 70 milhões por ano à toa. E o que mudou? A união de Letizia com os italianos.
Ele respirou fundo:
- Você é uma mulher inteligente. Eu aceito.
- Perfeito. Livia irá enviar os documentos para que assine. Fique tranquilo, porque eu vou supervisionar pessoalmente a instalação e implementação do sistema. Se tiver que fugir ou se esconder, não será encontrado. Vou precisar que me ajude com mais uma coisa.
- O que seria?
- Giuliano, o marido de Letizia. Se for necessário, preciso que me ajude a tirá-lo de Moscou.
- Feito. Posso oferecer uma bebida para vocês?
- Claro.
Pedimos as bebidas e brindamos. Logo em seguida Nikolai foi embora. Katerina estava preocupada:
- Manu, você acha que Letizia pode tentar algo contra Giuliano?
- Acho, Kat. Ela é ambiciosa. Deu a entender que meu padrinho queria se apossar dos negócios dela, deve ser o contrário.
- E Domenico?
- Deve saber dos planos de Tizia. Mas não vai me contar nada, porque eu sou próxima de Giuliano.
- Espero que nada disso se concretize, porque você terá que decidir entre os russos e italianos.
- Talvez.
Na realidade essa escolha era certa.
Eu jamais esqueceria as pessoas que me ajudaram nos momentos difíceis da minha vida.
Simples assim.
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Ex-princesa da máfia (livro 1)
Fiksi Umum- Como você sabe é a minha única herdeira. Eu tenho que passar nossos negócios para alguém. - E o que eu tenho a ver com isso? Eu não sou mais considerada sua filha, lembra? Pelas regras da máfia. - Falamos com il consiglio. Eu posso passar para de...