Capítulo 7 - A promessa

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Domenico

Fui até o armazém, Luigi estava com um problema com as cargas. Detestava ter que lidar com essa parte do negócio. Contrabando e drogas.

Sobrava pouco tempo para lidar com as minhas empresas, que traziam dinheiro limpo. Mas, não tinha muita escolha.

Além de não ter dormido quase nada e Manoela não sair dos meus pensamentos.

- Nico! Atrasado? Bebeu muito ontem? Não me diga que foi para a boate...

- Claro que não, Luigi. Você sabe muito bem que eu não sou de pegar mulher em boate.

- Então, ficou em casa com a esposa?

- Vamos mudar de assunto. O que aconteceu com as cargas?

- Tivemos desvio de quatro containers. Prejuízo de doze milhões.

- Sabe quem são os responsáveis?

- Estamos com o nosso pessoal verificando os pontos de desvio.

Olhei no relógio:

- Droga! Tenho que ir almoçar na minha mãe. Esqueci completamente. Luigi, você cuida disso para mim. Me mantenha informado.

Entrei correndo no carro e fui direto para a casa da minha mãe. Letizia ia me matar pelo meu atraso.

Larguei o carro na entrada da casa e fui andando até a sala principal. Todos estavam sentados na mesa: Letizia, Manoela e minha mãe. O meu lugar era o único vazio, na frente de Manoela.

Minha mãe lançou um olhar de repreensão:

- Isso são horas, Nico?

- Desculpe mãe. Tive um problema nos armazéns. Desvio de carga, para variar.

Letizia franziu a testa:

- De novo? Já é a segunda vez esse mês.

- Pois é. Mas Luigi vai me manter informado.

- Nico, estava conversando com Manoela, ela é uma mulher linda – minha mãe continuou – estávamos falando sobre o enteado dela.

- Sim, Mathew. É um ótimo menino.

Letizia estava comendo a salada. Minha mãe estava inspirada:

- Vocês não pensam em ter filhos?

Vi Manoela tomar a taça de vinho de uma vez. Ela estava muito quieta, o que significava problema. 

- Minha querida, vocês são tão bonitos. Podem ter filhos lindos. Agora não precisa se preocupar com o trabalho, Nico pode assumir tudo.

Fechei os olhos. Rezando para que Manoela se controlasse.


Manoela

Virei a taça de vinho de uma vez. Letizia olhou para mim, sem entender nada e Domenico estava com os olhos fechados, provavelmente torcendo para que eu não abrisse a minha boca.

A mãe de Domenico era uma senhora bonita, devia ter uns 65 anos. Mas, como toda mulher da máfia, mantinha a postura de que ter filhos era essencial, mesmo com uma filha que comandava a organização na Rússia.

Limpei minha boca com o guardanapo de linho, colocando-o de volta no meu colo. Domenico olhou para mim desesperado. Cruzei as minhas pernas:

- Dona Martha, eu acho que a senhora sabe da minha história. Todos na Itália sabem.

- Sim, querida, você fugiu. E depois casou com um homem muito rico.

- Eu estudei, trabalhei e consegui um emprego em uma empresa. Fui promovida várias vezes até conhecer o meu primeiro marido - esclareci.

Ex-princesa da máfia (livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora