Capítulo 18 - Traída

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Manoela

Ouvi o barulho de algo apitando ao longe.

Abri meus olhos, com dificuldade. Olhei para o lado e vi um monitor, de hospital. Estava em uma cama. Uma máscara de oxigênio cobria meu nariz e minha boca.

Forcei a visão e consegui enxergar um vulto. Levantei minha mão.

Era Livia:

- Manu, espere um pouco, vou chamar a enfermeira.

Uma senhora veio até mim, olhou para os números e linhas que apareciam na tela que apitava. Colocou um aparelho no meu dedo. E depois retirou a máscara.

- Sra. Manoela, está me ouvindo?

Balancei a cabeça, de forma afirmativa.

- A Sra. recebeu um sedativo. Vai ficar sonolenta por algumas horas.

Pedi para Livia me dar um copo de água, ela trouxe e me ajudou a beber. Assim que engoli, minha voz conseguiu sair:

- Quanto tempo estou aqui?

- Desde ontem. Você teve um ataque, estava chorando e gritando muito. Tivemos que chamar a ambulância e você foi sedada.

- Mathew?

- Não se preocupe, ele não viu nada.

Tive medo de fazer a próxima pergunta:

- Nico?

- Katerina está no hotel, verificando. Vamos saber em breve.

Virei de lado e comecei a chorar. Fiquei tão cansada que adormeci.

Acordei novamente, com Katerina ao meu lado:

- Manu, está conseguindo falar?

Me levantei devagar e sentei na cama:

- Sim.

- Foram surpreendidos por atiradores que invadiram a boate. Os seguranças foram rendidos. Luigi e Nico tentaram escapar pela saída de emergência, mas Nico foi atingido.

- Não os acharam?

- Eles desapareceram. O carro estava com as portas abertas, sem ninguém dentro, mas com marcas de sangue. Letizia está na Itália, Luigi conseguiu enviar uma mensagem antes de sumir. Ela conseguiu afastar a atenção da polícia e colocou uma equipe inteira vasculhando a cidade e outras regiões.

- Preciso ir para lá. Mas ninguém pode saber que estou retornando. Livia e Mathew ficam aqui com os seguranças. Para todos os efeitos eu passei mal e voltei para descansar no hotel, não posso receber ninguém.

- Mas Manu, você não está em condições...

- Pode chamar o médico, que eu estou de alta. Agora.

Saí do hospital, e fui direto para o aeroporto. Passei a maior parte da viagem dormindo.

Chegamos em Florença de madrugada. Enquanto Anna e outras criadas levavam nossas bagagens, eu e Katerina fomos até o escritório.

Letizia estava sentada na cadeira de Domenico, com o rosto cansado, olheiras, mas sem demonstrar desespero.

Ela já estava acostumada com esse tipo de situação. Olhou para nós duas:

- Sequestro. Vão entrar em contato mais tarde para detalhes.

Sentei na poltrona com um certo alívio, não estavam mortos.

- Como eles estão? Perguntei.

- Nico foi baleado para não fugir. Luigi apanhou bastante, pelo que disseram.

Ex-princesa da máfia (livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora