10 - Stupid choice

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Josh Beauchamp

- Começa a explicar agora Joshua! - S/n fala baixo e com raiva enquanto passa o algodão com mais raiva ainda em meu rosto.

- Por que você tá com tanta raiva? - Pergunto fazendo uma careta para ela.

- É mais preocupação do que raiva mesmo.

- Então você vai ficar furiosa agora. - Falo me afastando levemente dela.

Tiro minha camiseta e ela murmura alguma coisa, mas não dou muita atenção. Depois ela passa a mão pelo meu peito e em meu machucados.

- Como você fez isso? - Ela pergunta com um tom e voz mais calmo e três vezes mais preocupado.

- Você vai ficar com muita raiva de mim, mas se você puder me escutar sem me dar sermão, eu vou ficar muito agradecido.

Ela me puxa mais para o lado para poder me encostar na cama e ela se senta do meu lado para poder prestar atenção.

- Vou ficar quietinha, pode falar.

- Depois do acidente, só a terapia não tava me ajudando a não enlouquecer, você sabe, ter que lidar com uma morte que eu causei, é muito mais difícil do que só ter que lidar com o luto.

Ela me lança um olhar de repreensão e entendo o que ela quer dizer na hora, mas ela mantém sua promessa e não fala nada.

- Então eu comecei a usar drogas, e com isso eu comecei a traficar, porquê assim eu poderia usar e vender mais caro as que sobravam para ter dinheiro pra pagar e poder pegar mais. Eu te juro que eu parei de usar a quase 1 ano, a última vez que algum tipo de droga entrou no meu corpo foi o dia em que você me ligou de cima do telhado, mas ainda assim eu continuei traficando, porque é muito mais difícil de sair do que de entrar. Com isso eu comecei a me recusar a continuar traficando, mas daí começaram as ameaças se eu não pagasse, então eu fui em grandes festas e consegui o dinheiro que eu precisava, mas eu tinha um prazo e isso não agradou muito os meus fornecedores. E esse foi o meu resultado, não posso nem falar que foi uma briga porque não foi, foi mais uns caras que se juntaram pra me bater, sem eu poder fazer muita coisa. Mas olha pelo lado bom, agora eu não tenho mais que traficar e não uso mais drogas. E o meu pai tem razão, você faz bem pra mim, sim eu ouvi a conversa de vocês. Você faz muito bem pra mim, olha o caos que a minha vida se tornou depois que você foi embora, e só em alguns meses você conseguiu fazer eu parar de usar drogas. Você faz muito bem pra mim.

- Eu vou passar no seu peito agora tá? - Ela fala me avisando antes de encostar o algodão em minha pele machucada.

- Não vai falar nada?

- O que você quer que eu fale? Você estava com problemas e fez o que pode para resolver, por mais que você tenha feito isso do modo mais idiota possível. E eu acho que você mereceu a surra que você levou. - Ela fala passando mãos forte o algodão.

- Ei, calma aí. - Falo colocando a mão em cima da dela. - Eu tô todo quebrado aqui e você acha que eu mereci?

- Sim eu acho. O cara só tava fazendo o trabalho dele e você atrapalhou e mereceu o que ele fez com você.

- Como você é maldosa. - Falo sarcástico.

- Maldosa?! - Acho que fiz brincadeira na hora errada. - Você aparece no meio da noite todo machucado na minha janela, eu deixo você entrar e estou cuidando dos seus machucados mesmo estando brava com você e a sua grande burrice. E você tem coragem de dizer que eu sou maldosa? Sai da minha casa Joshua. Tô falando sério, sai daqui. - Ela fala se levantando e indo até o banheiro com os algodões na mão.

It has always been you - Josh Beauchamp Onde histórias criam vida. Descubra agora