Corte de Caos e Sangue - Azriel

Capítulo 34.

Atualmente.
Helion, Grão-Senhor da Corte Diurna.
Minhas mãos passeiam pelas extensas prateleiras de livros em minha biblioteca pessoal. Um dos meus maiores orgulhos é ter todo este conhecimento somente para mim.

Creio que nem todos achem que livros são armas, mas, para mim, são os maiores armamentos que existem.

Conhecimento é poder, nunca é demais.

Meus pensamentos são interrompidos quando um papel simplesmente vem em minhas mãos. Rhysand.

Helion,
Venho aqui declarar que Lucien está indo para sua Corte, deve chegar em pouco tempo. Sugiro que se prepare, pois descobriu de sua paternidade e não ficou muito feliz de ter sido enganado por toda sua vida. Ele está indo acompanhado de Aisha, uma amiga. Faça-me o favor de não tentar levá-la para cama. Espero que as coisas entre você e Lucien se acertem, vocês dois merecem.

Agradecidamente,
Rhysand.

Tenho que me apoiar em uma prateleira para não cair no chão.

Lucien.

Meu filho.

Ele está vindo, ele está vindo sabendo que é meu filho. Meu herdeiro.

– CALYSSA! – grito alto o suficiente para minha ajudante vir até mim e a mesma aparece no mesmo instante – Organize um banquete, quero um jantar digno para receber meu filho!

Sua expressão é de pura confusão.

– Perdão, meu senhor. Não entendi o que quis dizer.

Um sorriso rasga em meu rosto e eu digo:

– Quero que diga a todos que meu filho está vindo. Diga que o herdeiro da Corte Diurna está à caminho, diga que Lucien está vindo não como um mensageiro de Rhysand, mas como meu filho. Como o herdeiro de minha Corte por direito.

• Ponto de vista •
Lucien Vanserra, herdeiro da Corte Diurna.
Assim que saímos da Corte Noturna, o entardecer veio nos receber.

Aisha não havia falado muito, creio que a fêmea quis me dar um pouco de espaço para digerir todas as informações que recebi. Admiro isso.

– Sabe, você pode falar algo de vez em quando – Falei para descontrair e recebi um suspiro de alívio da mesma.

Solto uma risada nasal por sua reação tão espontânea.

– Pela Mãe! Eu estava com medo de falar algo e ser indelicada e acabar te incomodando!

– Não precisa ter receio perto de mim, Aisha. Receio algum!

– Como você tá se sentindo? Sabe, com tudo isso.

Solto um longo suspiro e digo:

– Me sinto traído. E o pior é que por uma das pessoas que eu nunca esperaria isso, entende? Feyre sempre foi a irmã que eu não tive. Como ela disse, eu estava conseguindo ficar bem após a guerra, mas isso muda tudo.

– Mas você sabe que quem vai controlar se essa mudança vai ser negativa ou positiva vai ser você, certo? Ao meu ver, creio que Helion vai adorar ter uma boa relação com você. Você é um macho de dar orgulho, Lucien. E ele sabe disso.

Meu coração se aquece com suas palavras.

– Você não sabe como é reconfortante ouvir isso, Aisha. De verdade.

A cacheada me ofereceu um sorriso lindo e radiante, seus olhos ficaram pequenos o suficiente para que conseguisse ver apenas duas mínimas faíscas brilhantes.