Estranho

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Eu e o sarcasmo temos um pacto, um que nos une eternamente, essa é minha maior arma, Contudo, durante o percurso notei que Peter Hale também usava muito sarcasmo como arma, de uma forma irônica e um tanto debochada. 

Eu me defendia com sarcasmo, ele parecia atacar. 

Claro, eu queria uma oportunidade de ganhar a mordida em algum momento, mas não queria pedir isso ao Scott, também não iria dar certo pedir o Derek, uma das minhas alternativas estava ao meu lado, não, eu não queria ser um lobisomem, queria não ser o humano de estimação deles. 

Todos tinham algo, eram alguma coisa, na minha cabeça haviam duas opções, me tornar parte daquilo ou simplesmente deixar Beacon.

Repensei meu estagio no FBI por mais vezes do que possa contar. 

— Stiles, noto que seu silencio começa a ficar um pouco perturbador... — Ele me olhou de lado e pude ver seus olhos brilharem em um vermelho intenso. 

— O que você esperava? — Torci o lábio e sorri soprado. — Olha pra situação Churrasquinho, tem um ômega perdido por ai, sem saber o que fazer, completamente desnorteado, queria mesmo que eu ficasse de papo com você? 

— Não, mas esperava uma atitude um pouco diferente, ômegas são mais preocupantes, alvo muito fácil para caçadores. — Ele me olhou de canto, notei que começou a parar o carro. 

— Ele foi pra casa, não a dele exatamente, mas está em um lugar seguro, ja vimos isso acontecer outras vezes, seria uma surpresa se ele batesse na nossa porta pedindo ajuda. — Reprimi a vontade de continuar contrariando Peter, seu olhar ficou um pouco perigoso. 

— Vejo que sabe tudo... — Suspirou pesadamente e me encarou assim que desligou os motores. — Mas é um humano Stiles, em toda alcateia pelo menos um humano é necessário sabe, para cortar o pó por exemplo, ou para... — Peter desviou o olhar do meu rosto e apontou para uma casa. — Ali, olhe o nosso garoto ali. 

Encarei a escuridão e não vi absolutamente nada. 

— Caso não tenha percebido eu não tenho olhos de lobisomem, não tem como eu ver algo, não a essa distancia e muito menos no escuro. 

— Tem sorte de sua dupla ser comigo, Derek já teria afundado sua cabeça no para brisa. 

É, realmente ele tinha razão, Derek seria o tipo de pessoa que faria isso, na verdade ele ja tinha feito algo parecido no passado, não sei se me ameaçar de todas as formas possíveis foi o bastante para ele se sentir bem, o mau humor dele é contagiante na maior parte do tempo, ele eu tenho certeza de que me odeia. 

Eu não sei o que o Peter fez, mas ele uivou muito alto, de dentro do carro pude ver o vidro tremer, em seguida escutei um gemido de dor, como se um cachorro tivesse acabado de apanhar de outro, ou como se tivesse quebrado a pata, era agonizante e ao mesmo tempo animalesco. 

Peter correu na direção do choro e lá estava o Ômega, encolhido em um canto tremendo, entendi naquele momento o que ele tinha comentado sobre ômegas serem inferiores, um beta, jamais reagiria daquela forma, ele iria se encolher, mas não sentiria dor, não de forma excruciante. 

A cena a seguir me deixou ainda mais nervoso, Peter, carregou o ômega e enquanto fazia isso o tratava como uma criança de colo, como se aquele fosse seu filhote, um sorriso verdadeiro brotava em seus lábios, eu nunca pensei ver algo do tipo, mas estava acontecendo diante dos meus olhos. 

Liguei para os outros para avisar que tínhamos encontrado o Ômega, é claro que isso foi uma surpresa, ja que eles esperavam que a nossa dupla não conseguisse nenhum sucesso nisso. 

Peter me deixou dirigir e ficou no banco de trás com o rapaz, até seu modo de falar era diferente. 

— A dor passa com o tempo, logo vai estar em uma alcateia onde somos três alfas, alguns três betas, uma caçadora, a banshe e um humano, com o tempo vai ver que um confia no outro, não precisa mais fugir, nunca mais. 

Seu tom de voz um pouco rouco aveludado, quase melodioso me causou uma sensação estranha, era quase como se me desse vontade de desaparecer. 

Guiei o carro até o apartamento do Derek, descobri durante o percurso que o jovem se chamava Core Voir, ele morava com os pais, mas que agora, não sentia vontade de se mostrar a família, tudo o que ele queria era ver os seus através do vidro. 

Peter levou o jovem pra dentro e estavam todos esperando por ele, como uma festa de boas vindas, eu apenas sorri e avisei que iria pra casa, é, acho que a banshe ou a quimera que fica invisível, ou até mesmo o namorado da quimera, podiam resolver as coisas humanas. 

Tomei minha decisão naquela noite, não iria fazer parte daquilo mais, iria procurar meu pai e pedir a carta de recomendação, eu era o filho do sherife, algo bom sairia disso, pelo menos eu acho que sim. 


Nota: Deixem comentários e estrelinhas brilhantes, a autora ama kkkk vejo vocês na próxima semana 

Auuuuuuu





Two Alphas ( steter) (sterek)Onde histórias criam vida. Descubra agora