Two Alphas ( steter) (sterek)

Relativo

Derek e Peter ficaram fora da cidade durante toda a semana, falei com eles por mensagem, mas começava a me sentir um pouco... Carente.

Tinha me acostumado a presença deles e um afastamento assim me fazia questionar se eu estava realmente lúcido da cabeça, provavelmente não estava.

Nicolas estava na casa de Scott, claro que ele estava também sendo vigiado e monitorado, a história dele não batia com a cor de seus olhos, na verdade a história da mãe dele, ele não se lembrava dos detalhes.

Isso era uma dor de cabeça pra depois, naquele final de semana eu me trancaria no quarto e iria estudar como se não houvesse amanhã e na segunda estaria pronto para os desafios da vida adulta.

Deixei as preocupações do pack de lado, fadas, lobisomem, dimensões, crianças sendo raptadas, medalhões amaldiçoados, tudo, absolutamente tudo.

Fiquei horas estudando, não havia a opção de desistir, me abstive até mesmo de ficar com os rapazes no dia que eles voltaram, Domingo a noite.

Pela manhã, pouco antes das cinco eu já estava preparado para minha prova e com a carta de recomendação em mãos, Peter me ligou falando que me levaria, mas meu pai não deixou. Palavras do xerife.

"Essa é a minha obrigação, ele é meu filho"

O caminho foi bem tranquilo, a prova estava surpreendentemente fácil, ou eu tinha tirado um dez ou tinha errado absolutamente tudo.

Só que as coisas iriam mudar, aquela semana na qual fiquei longe deles foi atípica e solitária, o bando estava cada um cuidando de sua própria vida, entendi naquela semana o que os guardiões tinham me falado em Domar, assim como entendi que ninguém iria morrer se eu me afastasse por completo.

Claro que guardei essa constatação da realidade pra mim mesmo, não queria mais inquéritos sobre minha partida, eu ainda tinha tempo.

No caminho de volta, eu fiquei em silêncio pensando em mil maneiras diferentes de dizer a Peter e Derek que iria morar longe, assim como pensei no que diria a meu pai se por acaso eu falhasse.

O resultado levaria cerca de duas semanas para ser revelado, da forma que eu sou ansioso essa espera toda não me faria bem, contudo, Beacon agora estava um pouco mais misteriosa do que antes.

Nicolas, ele rondava meus pensamentos, havia uma grande mentira em sua historia e eu parecia ser o único que entendia isso, Derek e Peter pareciam alheios a isso.

Ao meu ponto de vista, uma criança com poderes poderia ser mil vezes mais perigosa do que um adulto, eu sendo um lobo agora via isso com mais clareza.

— Stiles, está muito quieto, o que não é muito do seu feitio. — Meu pai quebrou o silencio me tirando do meu devaneio.

— Bom, é sobre Nicolas, eu não confio no garoto, algo na historia que Deaton contou parece que não bate. — Soltei sem graça, eu já me sentia horrível por desconfiar de uma criança.

— Bom, já que tocou no assunto, a cor dos olhos me chama atenção, um detalhe perturbador não acha? — Meu pai sorriu de lado e meneou a cabeça. — Deaton deve saber de toda a historia.

— Mas se sabe, por alguma razão está acobertando tudo. — Puxei o ar com força. — Detesto ter que apontar os erros deles.

— É isso o que te faz ser especial Stiles, na verdade, enquanto você estudava, eu peguei a ficha da delegacia de todos os casos desde que aquela droga foi fundada e acredite, temos casos ali desde a mil novecentos e vinte cinco.

Olhei para meu pai com um sorriso empolgado, levantei um punho fechado.

— Isso! — Bati no porta luvas como se fosse um tambor. — Não me importo de ficar mais um dia sem ver os rapazes.

Meu pai teve a brilhante ideia de me proibir de vê-los naquele final de semana, claro, era uma armação, eu me mantive no quarto nem ao menos compareci para dar uma explicação.

Passava da meia noite quando meu pai achou um recorte de jornal anexado as provas, o pedaço de jornal era meio vago, mas deixava uma pista, a única sobrevivente do incêndio havia se mudado para Forks.

Minha cabeça deu um nó, mas de qualquer forma, eu agora era o lobisomem mais poderoso do planeta terra, não querendo me gabar disso é claro.

— Tem certeza? — Meu pai meneou a cabeça. — O que eu digo se um dos dois aparecerem e procurando?

— Bom... — Pensei em algo aleatório que não chamasse atenção. — Diga que fui chamado pra uma festa dos calouros que fizeram a prova e que tenham chances de ter se dado bem, Derek vai cair nessa, ele convence o Peter.

— Stiles, tem certeza de que está tudo bem ir sozinho?

— Relaxa pai, eu não sou mais um humano indefeso eu só vou fazer umas perguntas e investigar o local. — Dei de ombros e peguei a chave do Jeep. — Eu sou seu filho, aprendi com o melhor.

Deixar meu pai orgulhoso as vezes funcionava muito bem, mas tenho certeza de que minha descida seria lenta e dolorosa até o inferno.

No exato momento em que entrei no Jeep, senti a porta do carona bater e logo meus ouvidos captaram o som da sua voz rouca e aveludada.

— Aonde pensa que vai Sti? — Eu sabia que era Peter e não queria olhar para o lado.

— Peter... — Mordi o lábio e franzi o cenho. — Eu preciso investigar uma coisa...

— Derek está com Eli, acho que seria uma aventura irmos juntos, ou prefere que conte a ele?

— Vai contar do mesmo jeito, sem contar que se eu estiver certo vou ter que abrir a boca... — Criei coragem e o encarei. — Por favor...

— Eu vou com você, não pense que vai sozinho. — Peter se aproximou e beijou meu pescoço. — Seu cheiro fica maravilhoso quando está a beira de um colapso nervoso.

— Hm... — Girei a chave no Jeep e olhei apreensivo.

Não tinha como fugir, Peter iria comigo, ele ligou para Derek no caminho e de acordo com o que conversaram, Derek estava irritado, mais do que o normal e eu sabia que estava fodido quando o encontrasse.

Era realmente mais fácil falar com Peter do que com Derek, Peter parecia que aceitaria qualquer coisa, já Derek me estrangularia no primeiro passo em falso, eis ai o problema de ter dois namorados.

A viagem foi boa, no caminho Peter ia me contando de suas aventuras na infância e de como sempre deixava Derek em apuros, eu sinceramente quase morri de rir o caminho todo, não conhecia esse lado divertido dele, me fazia sentir borboletas no estomago sempre que ele sorria pra mim, era como magia.

Quando finalmente chegamos encontramos logo na entrada um clima chuvoso e frio, o lugar que era cenário de um filme ou outro, estava da mesma forma que era narrada em alguns livros. Dirijo um pouco mais, escolhendo caminhos que me levem para mais perto da floresta do que da civilização, ao meu lado, Peter fareja o ar como um cão. Seu semblante demonstra surpresa e, de certa forma, um pouco de ansiedade.

— Não existem só lobos por aqui... — Peter deixou no ar, e pela forma como disse, não pretendia dar mais informações. Talvez por não ter certeza, ou apenas porque não estava afim.

Mantive a visão na estrada, árvores altas e robustas serpenteiam de ambos os lados, mas o que me chamou atenção foi o rugido estridente vindo do meio da mata, acho que achamos os lobisomens locais, e pela emoção que segue com o rugido, eles estão surpresos pela nossa presença.

Estacionei no acostamento e sai do Jeep com Peter ao meu lado, ele parecia estar ansioso demais pra morrer, foi logo se transformando.

A nossa frente dois lobisomens, animalescos como a forma que Peter assumia, mas eles possuíam focinhos longos. Eram como lobos sob as patas traseiras, lobos humanoides que chegavam facilmente em três metros de altura.