35. O diário de Tatiana...

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"Se eu gosto, gosto como você é, mesmo que você seja chato de vez em quando. Se eu quero, quero mesmo, mesmo que todos digam para não querer. Ainda acho, perdoe o romance barato, que existem amores que duram toda a vida. São raros, mas existem".

Clarissa Corrêa

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Continente: São Paulo, Morumbi, mansão Mayer, escola caminhos do coração...

Há um pouco mais de dois anos, Tati comprou para si um diário cor de rosa, com cadeado e tudo, e comprou um parecido para o Eugênio, só que o dele era marrom. Ele usava o dele para escrever sobre suas invenções, ao passo que ela colocava em seu diário tudo que estava no seu coração, havia várias fotos deles juntos que a mesma nunca teve coragem de rasgar, assim como havia alguma fotografias dela com a Sammy, o João, a Maria, e os seus pais, quando sua mãe ainda era viva. Tati estava escrevendo no seu diário, quando a Sammy apareceu no seu quarto visivelmente aborrecida com algo, pu melhor dizendo com alguém, o irmão mais novo de Tati, João Lucas Miguel, como sempre. Jô e Sammy viviam como cão e gato, mas no fundo lá no fundo, eles se amavam, e muito.

Sammy nunca entendeu o porquê da Tati ter um diário, sendo que a mesma não teria um terço da paciência da sua prima para escrever. Já que ao contrário da Tati e do João Miguel, Sammy odiava escrever, principalmente sobre si mesma e os seus sentimentos mais profundos, ela era mais de agir do que de passar a vida pensando e escrevendo. Sammy amava viver a vida, ao invés de ficar imaginando como a mesma poderia ser, se esquecendo de viver.

Tati por sua vez amava escrever, e isso desde muito jovem, pois foi escrevendo que ela encontrou um refúgio para a sua dor. Sendo que ela já perdeu sua avó paterna, sua mãe, e os seus avós maternos a mesma sequer chegou a conhecer. Sammy e Tati eram diferentes e ao mesmo tempo bem iguais, principalmente no gênio forte, e justamente por isso, elas eram tão amigas e se davam tão bem. Elas até chegaram a brigar algumas vezes, mas sempre acabavam fazendo as pazes no mesmo dia. Bem na verdade, elas tinham mais uma relação de irmãs, do que, de primas.

- O João ainda fica dando mole para as garotas aqui da escola - Diz Sammy de cara emburrada - Mesmo a gente estando namorando.

- Eu te entendo - Sorri - Já que a Pilar e outras garotas aqui da escola não param de dar em cima do meu Geninho, mesmo sabendo que ele tem namorada, e que ela sou eu.

- Não vou com a cara dessa Pilar Tati, ela é meio sonsa demais - Sammy faz umas expressões de nojo ao mencionar Pilar, e Tati ri das caras e bocas da sua prima - Odeio gente sonsa, pessoas assim como ela são as piores, pode acreditar.

- Eu sei - Engole em seco - Igual a Viviane, a mãe do Eugênio, ela bancava a sonsa, mas na verdade não passava de uma megera, isso sim.

- Ainda bem que nem cheguei a conhecer essa tal Viviane - Diz Sammy dando de ombros - Mas falando sério agora, em plena era digital e você ainda escreve em diários feitos de papel, na boa, não te entendo, sendo que digitar é mil vezes mais fácil do que escrever Tati.

- Eu prefiro escrever, sentir as folhas do meu diário, o cheiro dele, e saber que ele faz parte de mim, tendo o seu próprio perfume e a sua própria essência, por assim dizer - Diz Tati com uma voz embargada pela sua emoção - Algo que digitar não me proporciona de maneira nenhuma.

- Você é retrô mesmo, bem cringe como dizem alguns babacas e idiotas da internet, como se isso fosse uma espécie de insulto - Ela logo revira os seus olhos - Mas até que é meio fofo escrever em um diário que não é digital, e só não começo um porque falta paciência no que me sobra em preguiça e mal humor.

Opostos, mas nem tanto...Onde histórias criam vida. Descubra agora