Opostos, mas nem tanto...

Epílogo

"Eu olho nos olhos, falo com a alma, beijo com o corpo e amo por inteiro. Entrego-me e caio de cabeça. Sigo o coração sempre!"

Carolina Salcides

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Continente: São Paulo, Morumbi, mansão Mayer, escola caminhos do coração...

Eugênio segurava a pequena Mabel nos braços, a mirando bem em seus olhos claros tão parecidos com os da mãe dela. Mabel sorriu para ele que acabou sorrindo de volta e naquele exato momento, Eugênio soube que amaria a sua pequena e delicada filha para sempre. E que o amor que sentia por ela, era o mais puro que já existiu e ainda existia dentro do seu coração.

- "Minha linda" - Ele começa a conversar telepaticamente com a mesma - "Você se parece tanto com a sua mãe e ao mesmo é tão diferente dela. Prometo cuidar de você sempre, pois te amo mais do que tudo, minha querida e amada filha".

Nisso uma áurea azul os cerca, os protegendo do mal.

Seis anos depois...

Mesmo tendo apenas seis anos, com o seu último surto de crescimento Mabel aparentava ter uns dezoito anos ou mais. Eugênio tinha muito orgulho de sua filha que era tão inteligente quanto ele, talvez até mais, ela sempre o ajudava com suas pesquisas e experiências sendo muito mais que uma relés ajudante para ele. Mabel era uma mistura de seus pais sendo bem mais parecida com a sua mãe, e isso em todos os sentidos da palavra, apesar dela nunca ter conhecido a sua genitora.

Ambos estavam aperfeiçoando a máquina do tempo, pois sentiam que muito em breve a mesma seria usada novamente por outros viajantes do tempo. Isso na verdade era quase uma certeza para eles.

- Espero que estejamos errados quanto ao que vem por aí - Diz Mabel muito séria e apreensiva - Caso contrário, nem sei o que será de nós.

- Também espero isso - Ele parecia um pouco cansado demais - Mas de mas a mas que seja o que Deus quiser.

- Mas mudando de assunto - Começa ela meio sem jeito - Me fala mais sobre a minha mãe, como ela era? Ela se parecia comigo? Ou não?

- Sua mãe era uma mulher muito especial filha - Ele sorri só de se lembrar de seu grande amor - E vocês são mais parecidas do que você imagina, ela te amava mesmo antes de você nascer, e certamente te amaria agora se pudesse te conhecer.

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Ilha do Arraial - Cofre secreto do antigo laboratório subterrâneo e secreto da doutora Júlia Zacarias...

Chegou o momento, de acontecer, o que estava previsto, há meses, chegando à um ponto crussial, na guerra entre mutantes e humanos. Valente aguardava, ansiosamente pelo momento em que, a sua mais nova aliada finalmente abrisse os olhos, e despertasse, para ser a peça principal, de um quebra - cabeça, quase pronto, em um jogo de xadrez, que estava muito longe de terminar, onde ela seria, uma de suas rainhas, a peça mais forte do jogo. Um jogo cada vez mais interessante, e também, muito perigoso, principalmente, para os humanos, que estavam em menor número, aparentemente, devido a tantos acontecimentos recentes, dentre eles, o surgimento da peste vermelha, que só agetava ONGM (Organismos Não geneticamente Modificados). Isso sem contar, os surtos de mutações perigosas e violentas, além do surgimento dos híbridos, cuja primeira cobaia, foi Noé, um dos primeiros integrantes da liga do bem, sendo um exímio atirador de facas, um soldado, e um lutador extraordinário, apesar de ter nascido um simples humano, sem nenhum poder, dentro de si.

Tudo parecia um sonho, de tão irreal, que parecia, estava na hora, ela finalmente despertaria, seus cabelos castanhos claros, quase loiros soltos, ela estava envolta em um belo vestido branco. Suas pálpebras tremiam de leve, seu rosto retomava a cor, começando pelas suas bochechas, cada vez mais coradas, levando em conta o seu fluxo sanguíneo, cada vez mais frequente. Seus lábios também estavam tremendo, faltando muito pouco, para o seu, tão aguardado despertar, que era muito esperado por todos, principalmente por Valente, que a obervava um pouco impaciente.

Tatiana era uma bomba relógio, prestes a eclodir, uma mutante poderosa, com uma força descomunal e implacável. Uma mutante, que nem se lembrava quem era mais, depois de tanta lavagem cerebral, e memórias falsas colocadas em seu cérebro, para garantir, que ela não ficasse do lado da liga do bem, mais uma vez. Mesmo não sendo a fênix dourada, Tatiana era uma mutante com poderes telecineticos formidáveis, uma aliada, que não poderia ser desprezada. De posse do coração de ouro, a pedra filosofal, e da espada Excalibur, Valente se sentia quase invencível, ainda mais agora, que faltava tão poucon para que a sua mais nova aliada, finalmente abrisse os seus olhos, para ficar do seu lado, naquela guerra, que estava, em plena ascensão.

Valente esperou pacientemente, até que, finalmente, Tatiana começou a se mexer, abrindo os seus olhos, levemente amarelados, da cor de mel. Não havia sinal de reconhecimento neles, quase como se fosse uma casca vazia, sem alma, exatamente do jeito, que Valente queria. Com muita dificuldade, Tatiana se sentou na cama onde estava, observando tudo a sua volta, cheia de desprezo e descaso, já que, por dentro, ela não passava de uma folha em branco, sem lembranças, ou passado. Quase, uma pessoa sem vontade própria, uma arma, mais do que pronta, para ser usada, pelo seu mestre e senhor.

- Bem - vinda, de volta - Ele vai até ela, pegando uma de suas mãos, com muito cuidado, a ajudando lentamente, a ficar de pé - Espero que esteja pronta, para o que a espera...

- Eu nunca estive tão pronta, quanto estou agora, my lorde - Ela falava de maneira servil, nem parecia ela mesma, e de certa forma, não era mesmo, mas sim, outra pessoa completamente diferente, ao mesmo tempo, em que também era ela - Eu estou mais do que pronta, para o que der e vier, destruir, de uma vez por todas, a liga do bem...

- Exatamente - Ele sorri presunçoso, beijando uma das mãos dela, com um certo respeito e admiração - Você finalmente está pronta, para cumprir o se destino, minha cara, o seu dever, para com o nosso povo...

- E assim será, my lorde - Se afasta dele, e com o poder de seu pensamento, começa a levitar alguns objetos, dentre eles, a cama onde ela esteve deitada, por tantos meses - E dessa vez, nós é, quem iremos vencer, esta guerra, como deveria ter acontecido, há mais de quinze anos...

- Sim - Olha para além de Tatiana, lembrando de sua ligação psíquica com a Tati, de sua própria realidade, cada vez mais satisfeito, com os resultados de seus, saindo exatamente, como ele havia planejado, desde o início, quando descobriu a existência do multiverso, em si - Tudo está saindo, exatamente, como o planejado, mas e você, Tatiana? Você ainda se lembra de quem é? Ou acaso, já se esqueceu disso, minha cara?

- Sou a descendente de um povo milenar, uma raça superior a humana, praticamente, uma reptiliana de sangue puro, e como tal, devo destruir os seres humanos, e junto com todos eles, os mutantes traidores, que estão contra nós, nessa guerra, em nossa causa mais do que justa, my lorde.

- Você não poderia estar mais certa, Tatiana, folgo muito em saber, que ainda se lembra de quem é, mesmo depois do que a liga do bem fez a você, há mais de cinco anos - Observa as reações do rosto dela - Até porque, como você bem sabe, foram eles, os mutantes da liga do bem, que te deixaram, assim, em coma, e se não fosse por mim, bem, você teria morrido, sem ter nunca ter tido, a menor chance de se vingar deles.

- Quanto a isso, nem se preocupe mais, my lorde - Alguns objetos começam a se quebrar, bem diante deles, do nada, através dos poderes poltergeist dela - Até porque, uma coisa, eu lhe garanto, todos eles vão pagar por isso... Nenhum deles vai escapar da minha vingança... E isso, é bem mais do que, uma promessa vazia, feita no calor do momento...

Fim?