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— Fui eu. — Laurence desceu as escadas. — Eu quem fiz a bagunça, me desculpe.

— Mas que porra, Laurence! Amanhã a noite um amigo meu vem jantar aqui, e a cozinha tá virada numa bagunça.

— Desculpa, eu vou arrumar tudo o mais rápido possível. — facilmente seria possível arrumar tudo amanhã de manhã, mas enfim. pensou.

— Vem Dam, ela vai ter que fazer de qualquer jeito. — Giusepinna sorriu de canto, e Damiano fez o mesmo.

— Ela tá certa, amor. — Giorgia segurou a mão do namorado e os três foram para a sala, após guardarem tudo.

Laurence respirou fundo. Thomas, Vic e Ethan desceram as escadas correndo e foram limpar tudo.

— Eu vou ajudar vocês.

— Que isso, você não fez nada. Fica tranquila. — Ethan a olhou. — Fica tranquila. — repetiu, e a abraçou. Um abraço rápido mas que nos dois pontos de vista foi em câmera lenta.

— Tá bom... Eu vou arrumar o quarto então. — sorriram um para o outro, então Laurence subiu para o segundo andar.

🎸

Laurence estava em seu quarto, ensaiando alguns riffs de guitarra. Apesar de ser pianista, também fez aulas de guitarra, baixo e saxofone, mas não é tão boa quanto no piano. Damiano abriu a porta e entrou em passos rápidos.

— Obrigada por bater à porta.

— Foda-se a porta. Dá pra parar com essa merda?

— Por que? Eu não tô fazendo nada demais...

— Uma das regras é não tocar instrumentos tarde da noite.

— Mas agora são 21h37-

— Não interessa. Você sabe que isso faz você perder pontos da audição, não sabe?

— Sei... Desculpa, superior.

— De qualquer forma... — Damiano se aproximou lentamente de Laurence, e ergueu o queixo da mulher com a mão esquerda, enquanto a direita permaneceu no bolso. — Que não se repita, Srta. Finklin, ou terei de te expulsar. — deu um sorrisinho sarcástico.

Laurence não estava mais aguentando tudo aquilo, sua paciência já estava no fim. Ela não deixaria Damiano continuar tratando ela daquele jeito. Ela então tomou uma atitude.

— Damiano. — empurrou ele pra longe. — Nos últimos dias, eu tenho me perguntado o que eu fiz pra você me odiar desse jeito. E sabe, eu percebi que o problema não sou eu, e sim você! Desde que eu cheguei aqui você me humilhou, me chantageou e ainda tirou vantagem por cima disso. Você não teve, não tem e nunca teria o direito de fazer isso comigo! Porém, tem um momento em que as pessoas se cansam, sabia? E esse momento chegou pra mim! Eu não ligo se você é a porra de um superior ou não, continua sendo um merda, e eu sinceramente espero que você se foda de todas as formas possíveis nesse mundo, connard d'idiot! — disse, aumentando mais ainda o tom nas duas últimas palavras, ditas em francês.

— O que você disse? Traduz, traduz essa porra, agora, Laurence!

— Eu não preciso traduzir, todos sabem que você é. — Laurence virou de costas para Damiano, e estava prestes a voltar a tocar guitarra.

— Tá vendo? Você é só uma besta, não tem o mínimo de coragem de falar algo além de blasfêmias pra mim. — Damiano riu, de forma debochada. Laurence se virou novamente de frente para ele.

— Oi? — tinha entendido muito bem. Mas estava explodindo de tanta raiva, e queria ter a certeza de que ele iria realmente preferir a agressividade.

— Você é uma covarde, somente isso. Se é tão boa assim, por que não traduz?

— Porque você já sabe que é um covarde idiota. — Laurence voltou a se aproximar de Damiano, ficando na ponta dos pés para poder, pelo menos, olhar em seus olhos. — Mas o que eu disse foi pouco. Você não é só um covarde idiota. Você é, além disso, um tremendo filho da puta, vacilão, um pedaço de bosta... Sinceramente, eu poderia te xingar pelos próximos 365 dias, mas já cansei de gastar saliva com gente que nem você. — Laurence cuspiu em Damiano, lhe dando um tapa no rosto em seguida, com toda sua força, deixando os cinco dedos tatuados no lugar.

🍁

Alguém bateu à porta. Laurence imediatamente atendeu, pensou ser Vic. Era Ethan. Ela gostava de estar com ele, ele lhe fazia bem, e era um dos motivos de não ter desistido de lutar pela vaga para a banda.

— Oi Ethan! — Laurence o abraçou.

— Bom dia, Laurence. Como você está? — disse Ethan, sorrindo.

— Ótima, e você?

— Também estou muito bem, fico feliz que esteja. Tenho uma coisa para contar.

— Pode falar. — entraram para que a porta pudesse ser fechada.

— O Damiano apareceu na cozinha com o rosto marcado ontem a noite. — fez uma pausa. — Foi você? Se não foi, ele estava mentindo espalhando que sim. — e então, Laurence confessou e explicou tudo.

— (...) Eu estava cansada de tudo aquilo, eu iria explodir a qualquer momento se me segurasse por mais tempo.

— Você não merecia estar sendo tratada daquele jeito, se você não fizesse nada a respeito eu mesmo faria.

— Você é um frango, não bate nem em mosca. — Laurence riu.

— Por você eu faria de tudo.

Além De Amar | MåneskinOnde histórias criam vida. Descubra agora