DOUZE

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Victoria chorava desesperadamente. Não porque gostasse de músicas românticas, mas sim porque os vocais de Laurence realmente a tocavam. No final da apresentação, todos a aplaudiram de pé, exceto Damiano.

— Isso foi simplesmente perfeito, menina! — disse Vic, parando com as palmas aos poucos, enxugando as lágrimas. — Você é perfeita para a banda!

Laurence sorriu consigo mesma. Eu consegui! Eu consegui!

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— Mãe... Tava tudo tão difícil, eu sentia que não iria conseguir aguentar por mais muito tempo. — soluçou de tanto chorar. — Mas eu consegui, eu consegui, mãe! Prometo te visitar logo, prometo.

Então quer dizer que a francesinha de merda quer a mamãezinha? Damiano pensou, enquanto escutava por de trás da porta. Não imaginava que a garota estivesse chorando, afinal, não a conhecia direito de conhecer os sentimentos dela através da voz. Sem querer, por um descuido, bateu na porta com tudo, fazendo com que a garota secasse as lágrimas rapidamente e abrisse a porta.

— DROGA! — gritou Damiano, segunda antes da porta se abrir.

— Que foi, Damiano? — Laurence estava com a cara inchada depois de chorar tanto.

— Vo-você tava chorando? — uma expressão de preocupação naturalmente surgiu em seu rosto. Por que é que parecia tão nervoso?

— E isso lá te interessa? Me diz, o que você quer?

— Eu- nada, eu só- tava passando por aqui e bati na porta sem querer... — levou a mão até o rosto da garota. — Você tava chorando. Eu tenho certeza. — entrou no quarto, fechando a porta. — Me conta, o que aconteceu?

— Eu tava falando com minha mãe sobre o quão difícil estava aqui e sobre o quanto eu sinto falta dela e da minha família. — se sentou na cama. — Eu sei que consegui entrar pra banda, mas é tão difícil aguentar tanto tempo longe deles... Eles são tão especiais pra mim, eu só queria poder abraça-los agora e dizer a eles o quanto eu amo eles e o quanto o apoio deles foi essencial pra mim nessa nova etapa da minha vida... Eu sinto tanta falta deles, eu sou a porra de um bebê, eu sei...

— Laurence... Eu não tenho palavras pra dizer pra você, afinal, nunca passei por algo do tipo. Mas saiba que mesmo que nossa relação não seja boa, eu não consigo me imaginar numa situação como a sua. Não consigo me imaginar longe da minha família. Só agora eu percebi o quão forte você tem sido. — sentou ao lado dela, e a abraçou, simplesmente. Ela gostou. Retribuiu. Estar ali, no conforto dos braços de Damiano, a surpreendia, mas se sentia muito melhor.

— Obrigada, eu precisava disso. E me desculpa por não ser o suficiente ou o que você queria. Desculpe se quebrei suas expectativas. — disse Laurence, voltando a chorar.

— Ah Laurence, não fica assim... — Damiano separou o abraço, enxugando as lágrimas do rosto de Laurence com o polegar.
Um clima romântico começou a surgir, os dois se encararam por um longo período de tempo. Damiano estava se perdendo cada vez mais nos belos olhos castanhos de Laurence, os dois rostos se aproximavam lentamente, os corações acelerados, tudo ocorria de forma tão rápida que Laurence não pôde nem raciocinar o que estava acontecendo. Damiano colou seus lábios nos dela, pedindo gentilmente passagem com a língua, que foi logo aceita. Não era o primeiro beijo de Laurence, mas era definitivamente o melhor de todos os poucos que já tivera. Seus olhos surpresos logo cederam, se fechando, enquanto seus braços abraçavam o pescoço de Damiano e suas mãos se cruzavam em torno da nuca dele. Damiano tinha uma de suas mãos na cintura de Laurence e a outra em sua nuca. O beijo demorado e lento estava sendo tão bom que não queriam separar, era como um beijo de uma série adolescente: insuperável e inesquecível. Laurence jamais esqueceria aquela noite, Damiano muito menos.

Além De Amar | MåneskinOnde histórias criam vida. Descubra agora