Capítulo 12

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- O que? - falei um pouco atordoada e Tae-Moo desencostou-se da porta e caminhou até o meu lado. Fiquei paralisada, sem reação. O que eu deveria fazer? Encarei Seo Hye que me parecia desconfortável com a situação e cruzou os braços enquanto mantinha seu olhar fixo em Tae-Moo.

- Mudaram as regras sobre a proibição de relações íntimas no ambiente de trabalho? - ela questionou de forma ríspida.

- Não precisa ditar regras nas quais eu mesmo as criei. - Tae Moo a encarou e sorriu de canto voltando a me encarar. - Você praticamente fugiu hoje de manhã, nem te vi acordar. - ele estava atuando ou falando sério?

- Eu estava com um pouco de pressa. - falei um pouco desconfortável baixando a cabeça sem coragem de falar sobre o que realmente acontecera ontem.

- Eu imagino, tanto que esqueceu de uma coisinha. - ele puxou de seu bolso minha calcinha, podia sentir meu rosto queimar de vergonha, no que ele estava pensando ao fazer isso? Pois se fosse para matar Seo de raiva, ele estava conseguindo, pois a mesma estava apertando o punho com tanta força que achei que poderia quebrar suas unhas longas. Rapidamente tentei pegar a calcinha e o vi puxando de volta.

- Eu... - comecei a falar e fui interrompida.

- Não, não, não. - ele riu - Essa vai ficar comigo. Até você aprender a se despedir de verdade. - suspirei indignada e antes de falar qualquer coisa ele me interrompeu andando até a saída - Te pego no almoço. - a porta foi fechada atrás de si deixando apenas um silêncio mortal entre eu e Seo. Respirei fundo e tentei entrar na brincadeira mostrando que realmente tudo aquilo foi real.

- Eu iria pedir desculpas sobre esse situação, mas lembrei de que você o conhece melhor do que eu. - dei um sorriso sínico ao sentir uma onda de prazer por ter feito-a se irritar um pouco.

Seo passou ao meu lado batendo contra meu ombro com força e fechando a porta atrás de si causando um estrondo. O que ele iria ganhar com aquilo? Bufei e saí da sala indo em direção a sala ao lado abrindo sem bater, ele estava quase sentando na cadeira e logo desistiu assim que me viu, o sorriso que antes se formava em seu rosto agora era de seriedade, Tae-Moo assumiu sua personalidade de adulto responsável mais um vez. Então realmente tudo aquilo foi encenação.

- O que foi aquilo? - quase gritei e percebi o mesmo fazer uma careta quando minha voz parecia o incomodar.

- Falei alguma mentira? - ele cruzou os braços devagar.

- Você não pode expor o que aconteceu ontem dessa maneira. - eu estava sentindo meu rosto queimar novamente.

- Ah é? E o que aconteceu ontem a noite? - um silêncio dominou o ambiente enquanto eu tentava buscar respostas em minha cabeça nas quais não eram válidas para uma pergunta tão complexa, ele começou a caminhar lentamente em minha direção ficando cada vez mais próximo. - Porque simplesmente não admite que foi bom? - mais um passo a frente, eu podia sentir seu calor só de imaginar meu desespero em tê-lo dentro de mim de novo.

- Não devemos falar sobre isso aqui. - falei baixo sem o encarar, eu não tinha coragem.

- Não devemos ou você não quer? - mais um passo a frente e seu rosto agora estava próximo ao meu, até que ele levou seus lábios ao meu ouvido. - Ou talvez porque é gostoso demais pensar sobre isso aqui, sabendo que não posso tocar você? - aquilo fez meu corpo inteiro arrepiar-se, fechei meus olhos e engoli em seco, uma onda de ansiedade misturada com desejo dominou meu corpo, eu podia sentir minhas pernas quase bambas. Toquei em seu peito com ambas as mãos e o afastei sentindo o mesmo segurar minhas mãos fazendo os papéis caírem contra o chão da sua sala, rapidamente abaixei ficando de quatro enquanto apanhava as folhas e as empilhavam, pegando assim o último papel próximo aos seus pés, baixei a cabeça e apertei os olhos falando para mim mesma que aquilo não estava acontecendo.

Fiquei de pé com ajuda de Tae-Moo que ofereceu sua mão, endireitando-me a apertando as documentações contra o peito, eu não podia deixar evidente o poder que ele havia sobre mim, ou eu estaria vulnerável a qualquer tipo de decisão pessoal e profissional. Tentei mudar de assunto para quebrar a tensão no ambiente e o encarei firme.

- Eu espero que Seo não se meta no projeto. - ele riu baixo.

- Pode ficar tranquila, não queria lhe preocupar com esse tipo de informação desnecessária, mas pelo visto ela fez questão de que você soubesse.

- Vou dizer o mesmo que disse a senhorita Seo, o que acontece nessa empresa não me interessa, a menos que não interfira em todo meu projeto não preciso ter acesso a esse tipo de informação. - arqueei a sobrancelha.

- Calma, não há necessidade em se preocupar com tão pouco. - ele falou tranquilamente - A senhorita Seo conseguiu uma ótima quantia para alavancar sua parte na sociedade, mas ela esqueceu quem dita as regras aqui, ao invés de crescer na empresa ela não vai estar pagando na mais nada menos que o prejuízo que seu pai deixou, depois disto irei reincidir o contrato.

- E o que vai acontecer com ela? - não era empatia da minha parte, apenas curiosidade.

- Ela é adulta. - ele suspirou - Não deveria se preocupar com ela, e sim em não se atrasar para o almoço de hoje.

- O que? Eu pensei... - comecei a falar e fui interrompida.

- Estava falando sério, porém não será apenas nós dois. - ele fingiu estar desapontado e caminhou até sua cadeira.

- E com quem será?

- Alguns investidores tiveram interesse em seu projeto e quem construir algo paralelo, você não é composta apenas de um rosto bonito e - ele encarou meu corpo por alguns segundos - e algumas habilidades, também é uma excelente farmacêutica e empreendedora. - Deveria agradecê-lo?

- Entendido, me passe o endereço para que eu posso organizar minha agenda junto aos horários.

- Sem problemas, lembrando de que hoje vamos juntos.

- Não tem necessidade. - suspirei olhando para os lados.

- Fique tranquila, não irei tocar em um fio de cabelo seu sequer, a menos que peça e que seja fora do horário de trabalho. - ele me parecia mais brincalhão.

- Espero que cumpra com sua promessa. - falei afastando-me indo em direção a saída.

- Ah, e antes que eu esqueça. - ele falou assim que toquei a maçaneta e o encarei - A senhorita Seo se mudará em breve para o mesmo andar que nós, então tenha um pouco de paciência neste meio tempo.

- Entendo, eu consigo lidar com crianças. - dei um meio sorriso e saí porta a fora em direção ao laboratório.

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