— Murilo seu animal! — Henrique vinha andando às pressas atrás do filho.
— Painho, calma. — apelou.
— O que está acontecendo? — Olinda franziu o cenho e se colocou em frente ao marido para protegê-lo.
Henrique olhava chateado a mulher.
— Dona Olinda, nos dê licença e deixe o assunto de pai e filho continuar.
— Deixa não, minha esposa. Painho enlouqueceu.
— Eu vou te arrebentar, Murilo. — começava a puxar o cinto.
— Painho, eu me enganei, cheguei tarde e ele já não estava lá.
O senhor mais velho se enfureceu ainda mais e sua bochecha cobriu de vermelho.
— Eu vou resolver painho. Eu vou agorinha. — ajeitou o terno escuro e saiu da casa.
Os dois ficaram olhando o homem correr para fora como se fugisse da morte.
— E a próxima vez, dona Olinda, não se meta nos assuntos que me correspondem.
A mulher concordou com a cabeça.
Henrique não confiava no filho do meio, portanto chamou o seu capataz de confiança e saíram para ir resolver a missão que ele tinha confiado a Murilo. Cosme vinha andando atrás do intendente, ele tinha roupas enriquecidas pelo dinheiro que ganhava ao serviço do garimpeiro e coronel. Levava em torno do tronco uma arma de fogo potente, como se devia a um capataz do intendente.
Cosme subiu no cavalo e acompanhou o patrão até o grandioso hotel que o Inscantunam havia construído com a sua autorização e agora tinha deixado seu filho Ariedes para continuar com os negócios ali.
— É, Murilo. — concordou o pai com raiva. — Sai garoto, sai moleque.
Empurrava o filho para o lado, ele estava conversando com o recepcionista.
— O Inscantunam. — mandou.
— O senhor Inscantunam não está presente, senhor intendente. O senhor Mendes passou bem cedinho e os dois foram comer a primeira refeição, porém já passou a hora do sol e não voltaram.
— Senhor Mendes. — repetiu cuspindo raiva. — Não volte a citar esse nome para mim! — bateu com a mão no balcão. — Onde que eles foram, moleque?
— Eu não sei, não senhor.
— Incompetente. — sua respiração se fez mais apertada.
Henrique vinha cambaleando e subiu no carro onde o chofer aguardava abaixo o sol quente.
— Cosme. — chamou vendo o filho subir no carro também. — Vá buscar o estrangeiro, eu quero ele para jantar lá na minha casa.
— Sim senhor, senhor coronel. — confirmou com sua cara feia e seguiu pela rua de paralelepípedo.
— Esse moleque tem que assinar o contrato!
E enquanto se preocupava com os negócios da família, sua neta estava mais ocupada com outras coisas.
— É verdade, Josefina. — Francisca assegurou olhando a menina. Tentava convencer a menina Marques que iria sim imitar o professor Simão.
O grupo saiu da sala do professor Simão Aldavez animado após ouvir o relato da viagem de verão do professor até Braufilius no mundo de Nubis e o que poderiam aprender lá.
— Estamos no curso de professoras. Se o professor pode viajar, porquê não as professoras? — Alicia franziu o cenho.
— Porque o professor é homem e nós somos meninas.
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Magris A história de uma cidade
RomanceMagris: A historia de uma cidade se trata de um mundo mágico dominado há dez séculos por uma família originalmente bruxa, contudo Magris é uma das poucas cidades que está terminantemente proibida de fazer uso da magia ou da manipulação dos elementos...