VIII: Armação por cima de armação

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Josefina se deitou na cama da amiga e a olhou graciosamente. 

— Para, Josefina. — reclamou cobrindo o rosto corado. 

— Temos que convidar a Cordélia para vir aqui. Na sua casa é claro, já que a minha casa está sempre cheia de gente. — revirou os olhos. — Ela está perdida, temos que a ajudar. 

— Ela se enturma bem, esteve falando com Francisca. 

— Mas Francisca é um ano a menos que ela na escola. Além de que deve estar enchendo a cabeça de quem queira depois da morte da mãe do noivo. 

— Quem pensou que um dia isso fosse acontecer, não é? — olhou a amiga e se sentou ao lado dela. 

— Desde bebês que Francisca e Tebaldo estavam noivos, é um absurdo o que fizeram. — recordou a menina Marques.

— Um absurdo. — concordou com a cabeça. — E agora? O que é feito de Tebaldo? 

— Eu não sei. Mas Francisca está irritadíssima. Não pelo noivado, óbvio. Mas está colocando o governo de voinho na pior das listas negras. 

— Seu avô também, Josefina... Ele foi mau. Tebaldo veio aqui pedir um teto e seu avô o escorraçou. 

— Meu avô pode ser bem cruel mesmo. Mas não comigo. Meu avô nunca seria cruel comigo. — coçava os dedos. — Mas diga, convidemos a menina Bastos, vamos. Ela parece ser interessante. Parece vir de um mundo de novidades.

— Sim, Josefina. Amanhã. — sorriu levemente, mas ansiosa. 

Ariedes Inscantunam recebia o convite do jantar na casa do coronel Marques, infelizmente para ele, ficava à porta de seu palacete dois jagunços esperando por ele

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Ariedes Inscantunam recebia o convite do jantar na casa do coronel Marques, infelizmente para ele, ficava à porta de seu palacete dois jagunços esperando por ele. Sabia que não teria outra escolha senão ceder ao convite. Se ajeitou dentro do terno. Jogou os cabelos pretos e lisos para trás e suspirou pensando no buraco que seu pai tinha lhe enfiado. 

Era escoltado pelos dois homens a cavalo enquanto ele dirigia o automóvel preto. 

— Senhor Inscantunam. — Henrique cumprimentou dando as mãos ao homem. — É de meu agrado que o senhor venha comer em minha casa. Estou muito feliz que o senhor esteja aqui.

— Com certeza, coronel. — sorriu sem graça. — Me chame de Ariedes. 

— Ariedes. — sorriu e bateu com a mão no ombro do homem jovem. — Ariedes, conheça minha neta. Meu orgulho. — andou um pouco mais e guiou o homem da sala de estar até a sala de jantar. — Josefina. 

Josefina servia o chá à mãe Nicoleta. O vapor subia calmamente. Nicoleta com seus cabelos loiros enrolados propositalmente sorriu levemente à filha e ela sorriu também. A neta acenou e voltou a olhar para a mãe.

— É o meu maior orgulho. — comentou. — Linda, veja como é linda, Ariedes. 

— Eu não posso dizer o contrário, coronel. — fez seus olhos alaranjados ignorarem a cena familiar e apaixonante que o garimpeiro fazia questão de exibir.

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