XI: Mudança na legislação Magreense

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Martin saiu extremamente feliz do cartório. Felisberto saía correndo para avisar o coronel. Tinha chegado os documentos assinados por James XVIII Grint. O monarca tinha concordado com a renovação das leis na cidade de Magris que Martin Mendes havia proposto. Os Grint's e os Mendes eram próximos. Onde estava um, estava o outro. Em Magix, em Stradmor e em Invic, mas não em Magris. Em Magris havia mais de uma década que os Grint's não punham os pés ali. 

Sem embargo, Martin iria mudar todo o panorama magreense. 

— Isso é só a primeira parte, coronel Gomes. — o loiro desafiou o poder dos coronéis. — Vá. Vá correndo avisar o intendente e o avise que seu mandato está chegando ao fim e não voltará a pisar na intendência no ano seguinte. 

Martin jogou seu cabelo loiro para trás e suspirou orgulhoso. Se reuniu com Ariedes para compartilhar a novidade. Depois iria direto à delegacia prestar depoimento do assassinato da dona Madalena Ferreira. 

Gregório e Severino ficavam na frente do bar olhando a saída das meninas da escola normal. 

— Um escândalo. — Camilo vinha reclamando, distraído com seus próprios pensamentos. — Ah, agora o bar fica às moscas. Um silêncio que até me estressa. 

— É. A reunião dos coronéis deve estar mesmo dando o que falar, nem Gaspar nem Justino vieram. — Severino comentou. 

— Justino deve estar substituindo o pai, afinal o coronel Crives não está de viagem? — o primo franziu. 

— E o senhor Martin? Alguma coisa vai acontecer de certeza. Está me cheirando a problema. — Camilo continuou resmungando. 

— Tá, tá. Eu estou indo ali e já volto. — Severino jogava o pano de prato em cima do primo e os deixavam para trás. 

Camilo gritava o nome do filho, estressado, mas logo resolvia se encostar no balcão e comer um dos salgados. 

— Olá, senhoritas.  — o garçom sorriu, olhando com malícia a menina Marques.

Cordélia como sempre, passava seu olhar de reprovação ao irmão e suspirava decepcionada. Desta vez não puxava a mão de Josefina, embora não a deixasse de olhar. 

— O bar está bem calmo hoje. — Cordélia comentou tentando cortar o manuscrito de elogios que o irmão fazia a amiga. 

— Os coronéis estão todos juntos, seja lá onde seja, depois de Martin ter conseguido a reforma das leis e estar financiando um hospital... — encolheu os ombros. 

— Sim. Um escândalo. — Josefina murmurou sem emoção. — Em casa de voinho não estão. Devem estar na intendência. Meu avô disse que vai acabar com a raça dele. Se o visse hoje, lhe alertaria que sua vida corre perigo. 

— Bom, ele no bar não está, mas eu asseguro que transmitirei o recado. — sorriu. 

— Seria ótimo. 

— Bom, — Gertrudes concordou com a cabeça e olhou por cima do ombro de Severino e buscou o rapaz que estava encantada. — o melhor é irmos, pois se o clima está tão tenso na cidade, sobrará para nós caso nossos responsáveis não nos encontrem em casa. 

Josefina concordou com a cabeça. Severino em vez de se colocar ao lado da irmã afastou-a e foi caminhando ao lado da senhorita Marques. 

O trio parava na lateral da porta da casa acima do bar quando Severino se despediu, mas assim que o negro ia entrando para o bar, Gregório abria a porta da casa e encontrava as três meninas. 

— Olá. — riu como um idiota. 

Ele vinha trazendo uma bandeja de salgados coberta por um pano vermelho. As meninas cumprimentaram e Gertrudes paralisou ao vê-lo, e ele igual. 

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