Martin saiu extremamente feliz do cartório. Felisberto saía correndo para avisar o coronel. Tinha chegado os documentos assinados por James XVIII Grint. O monarca tinha concordado com a renovação das leis na cidade de Magris que Martin Mendes havia proposto. Os Grint's e os Mendes eram próximos. Onde estava um, estava o outro. Em Magix, em Stradmor e em Invic, mas não em Magris. Em Magris havia mais de uma década que os Grint's não punham os pés ali.
Sem embargo, Martin iria mudar todo o panorama magreense.
— Isso é só a primeira parte, coronel Gomes. — o loiro desafiou o poder dos coronéis. — Vá. Vá correndo avisar o intendente e o avise que seu mandato está chegando ao fim e não voltará a pisar na intendência no ano seguinte.
Martin jogou seu cabelo loiro para trás e suspirou orgulhoso. Se reuniu com Ariedes para compartilhar a novidade. Depois iria direto à delegacia prestar depoimento do assassinato da dona Madalena Ferreira.
Gregório e Severino ficavam na frente do bar olhando a saída das meninas da escola normal.
— Um escândalo. — Camilo vinha reclamando, distraído com seus próprios pensamentos. — Ah, agora o bar fica às moscas. Um silêncio que até me estressa.
— É. A reunião dos coronéis deve estar mesmo dando o que falar, nem Gaspar nem Justino vieram. — Severino comentou.
— Justino deve estar substituindo o pai, afinal o coronel Crives não está de viagem? — o primo franziu.
— E o senhor Martin? Alguma coisa vai acontecer de certeza. Está me cheirando a problema. — Camilo continuou resmungando.
— Tá, tá. Eu estou indo ali e já volto. — Severino jogava o pano de prato em cima do primo e os deixavam para trás.
Camilo gritava o nome do filho, estressado, mas logo resolvia se encostar no balcão e comer um dos salgados.
— Olá, senhoritas. — o garçom sorriu, olhando com malícia a menina Marques.
Cordélia como sempre, passava seu olhar de reprovação ao irmão e suspirava decepcionada. Desta vez não puxava a mão de Josefina, embora não a deixasse de olhar.
— O bar está bem calmo hoje. — Cordélia comentou tentando cortar o manuscrito de elogios que o irmão fazia a amiga.
— Os coronéis estão todos juntos, seja lá onde seja, depois de Martin ter conseguido a reforma das leis e estar financiando um hospital... — encolheu os ombros.
— Sim. Um escândalo. — Josefina murmurou sem emoção. — Em casa de voinho não estão. Devem estar na intendência. Meu avô disse que vai acabar com a raça dele. Se o visse hoje, lhe alertaria que sua vida corre perigo.
— Bom, ele no bar não está, mas eu asseguro que transmitirei o recado. — sorriu.
— Seria ótimo.
— Bom, — Gertrudes concordou com a cabeça e olhou por cima do ombro de Severino e buscou o rapaz que estava encantada. — o melhor é irmos, pois se o clima está tão tenso na cidade, sobrará para nós caso nossos responsáveis não nos encontrem em casa.
Josefina concordou com a cabeça. Severino em vez de se colocar ao lado da irmã afastou-a e foi caminhando ao lado da senhorita Marques.
O trio parava na lateral da porta da casa acima do bar quando Severino se despediu, mas assim que o negro ia entrando para o bar, Gregório abria a porta da casa e encontrava as três meninas.
— Olá. — riu como um idiota.
Ele vinha trazendo uma bandeja de salgados coberta por um pano vermelho. As meninas cumprimentaram e Gertrudes paralisou ao vê-lo, e ele igual.
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Magris A história de uma cidade
RomanceMagris: A historia de uma cidade se trata de um mundo mágico dominado há dez séculos por uma família originalmente bruxa, contudo Magris é uma das poucas cidades que está terminantemente proibida de fazer uso da magia ou da manipulação dos elementos...