— Mas eu não sou prêmio de consolação. — Cordélia reclamou e fez uma cara feia, depois fez uma expressão confusa e encolheu os ombros.
— Mas iremos casar por ansiedade e não por me consolar caso eu perca as eleições. — tentou convencer.
— Ao mesmo tempo que não quero ser seu prêmio de consolação, também não me sinto mal por isso. — o olhou com amor e irritada com seus sentimentos românticos que a deixavam vulnerável.
— Você não é prêmio de consolação, Cordélia. — roubou um beijo.
Cordélia sorria olhando a praia.
— Amanhã é o dia. — ele declarou com um sentimento de tristeza.
A menina percebia a forma com que o loiro falava então o abraçou junto ao peito.
— Eu gosto dessa consolação. — esfregava o rosto nos seios dela.
— Já chega. Chega. — revirou os olhos sentindo a respiração dele em seu decote.
Martin sorria olhando-a. A beijava antes de ir para casa mais uma noite.
Ficava na cama repensando sua reação caso os números fossem contra ele no dia seguinte. Orava ao Anjo antes de voltar a pensar em Cordélia, sorria pensando em seu casamento justo ao dia após as eleições. Iria rasgar o vestido de noiva em pedaços para ver aquele corpo volumoso completamente nu, mordia os lábios antes de reparar que sua imaginação o levava a enrijecer seu membro viril. Tentou se recompor antes de adormecer.
Despertava com a abertura das cortinas. Via sua servente completamente branca pelo susto do sol.
A servente avisava as horas enquanto ele ajeitava a gravata. Iria chegar adiantado para marcar espaço. Já estava escolhida a sua melhor roupa.
Penteava os fios loiros com uma ansiedade considerável. Sorria nervoso. Voltou a ler seu discurso não usado e também visualizava algumas palavras para caso perdesse. Tinha medo de perder, mas sabia que a possibilidade disso era muito maior. Ouvia conversas abaixo e se apressou a descer.
— Sabíamos que você iria querer chegar cedo. — Serafim sorriu de lado.
— Chegou uma mensagem no jornal. De Ariedes Iscantunam. — Teodoro entregou a carta.
— Muito obrigada, senhores. — respondeu alegre.
— O senhor é a cara do progresso. — Tarcísio sorriu também enquanto apertava a mão do aspirante.
O grupo veio subindo a rua e encontraram a tenda da urna ainda vazia. Estavam apenas alguns cidadãos ao redor na rua querendo ver o que ia acontecer.
— Imagine nas fazendas, como não estarão? — o jornalista dizia observando a fila se formar em frente deles.
— E o coronel Marques não vai dar as caras?
— Está atrasado! — Martin olhava o relógio de pulso.
— Não é só na hora.
— É na hora de morrer.
— Não diga isso. — Martin reclamou sentindo a ansiedade cobrir sua cabeça.
— Meu amigo. — James entrava na tenda. — Seria interessante se nos sentássemos para beber algo.
— Não posso sair daqui com esta ansiedade. — rugiu andando de um lado a outro.
— Por isso mesmo. — fez sinal para que viesse para fora.
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Magris A história de uma cidade
RomansaMagris: A historia de uma cidade se trata de um mundo mágico dominado há dez séculos por uma família originalmente bruxa, contudo Magris é uma das poucas cidades que está terminantemente proibida de fazer uso da magia ou da manipulação dos elementos...