Hold me, Hatake - Kakashi Hatake

27 - Tremores

"Está no meu coração e na minha cabeça, e você não pode retirar as coisas que disse" — Seafret, Atlantis

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Kakashi Hatake
Presente

                ABRIA E FECHAVA MINHA MÃO ENQUANTO fazia meu caminho até a torre do hokage, que pediu para que o encontrasse lá. Senti uma pequena dor nos nós de meus dedos e bufei, não queria ter feito tudo aquilo que fiz contra Katsuo, mas não me segurei.

Nossas desavenças são antigas, e por mais que eu não quisesse que isso acontecesse, entendo seus motivos. Todos sabemos que ele sempre sentiu algo por Yasu e isso aumentava mais nossos problemas.

Se eu pudesse, teria feito diferente tudo que fiz naquele dia.

Tinha acabado de vê-la tão vulnerável na cama, com fios nos braços e um aparelho que a ajudava a respirar e, por mais que não parecia com dificuldade, ainda me deixava assustado. Seu corpo não tinha nenhuma queimadura séria, e todas estavam enfaixadas.

Mas a imagem dela queimando e gritando de dor não sai da minha cabeça, e sei que nunca sairá.

— Oe! Meu eterno rival! — Olhei em direção ao chamado e vi Gai acenando para mim com sua típica roupa verde e sua animação diária. — Pequenos, 50 voltas pelo campo! — Sorri por de baixo da máscara vendo seus alunos concordarem, mas Tenten parecia a mais cansada, enquanto Rock Lee e Neji se apressavam para fazer o que o seu sensei pedia.

Lembrei-me de quando tínhamos a idade dos nossos gennins e como tudo passou rápido. Uma onda de nostalgia me atinge e engulo o seco ao me lembrar de Obito e Rin, como estaríamos se ainda estivessem aqui.

Queria que estivessem realmente.

Vi que Gai se aproximava e eu coloquei as mãos no bolso o esperando, parando debaixo da árvore em que passava ficando na sombra.

— E ai, como estão os machucados? — Ele perguntou cruzando os braços assim que se aproximou de mim e apontou para meu braço enfaixado. — Foi um estrago...— O moreno falou fazendo uma careta.

— Estão curando aos poucos, mas já tive piores. — Dei de ombros e ele apenas concordou, mas sua feição mudou para uma mais preocupada, com suas grossas sobrancelhas tremendo levemente com o cenho franzido.

O olhei confuso e Gai limpou a garganta, se ajeitando ao meu lado e encostando também no tronco da árvore.

— Notícias de Yasu? — Perguntou ele um pouco baixo e com a voz um pouco trêmula.

Desviei o olhar virando o rosto assim que o escutei e engoli o seco nervoso, tudo que envolva esse assunto me deixava dessa forma.

Tudo quando se tratava dela me deixava sensível.

— Ela não tem mostrado sinais de que vai acordar. — Minha voz saiu fraca e eu conseguia sentir minha garganta ficar seca e se fechar. — Tentei conversar antes dos outros mas, foi em vão. — Abaixei a cabeça e fechei os olhos por alguns segundos enquanto me lamentava.

Nunca duvidei de Yasu e nunca duvidarei, sei que ela me escutou e que vai sair dessa.

Mas as memórias que tenho agora...