Gavi
Acordei com uma dor de cabeça quase insuportável. Não lembro de ter bebido tanto a ponto de ficar tão bêbado, mas parece que eu mesmo desconhecia meus limites para o álcool.
Abri lentamente meus olhos e tentei me acostumar com toda a claridade que preenchia o quarto. Também não fazia ideia de como eu cheguei aqui. Minha cabeça estava um bagunça.
A última coisa que me recordo, foi de estar conversando com Ansu e depois disso tudo se tornou um grande borrão. Só esperava não ter feito nenhuma besteira.
Tomei coragem para levantar e fui direto para o banheiro tomar um banho e escovar meus dentes. Devidamente arrumado, eu deixei meu quarto e desci para tomar café.
Assim que cheguei no restaurante, meus amigos estavam sentados em uma mesa e parecia que eu era o único quem estava faltando.
- Ressaca? - Pedri perguntou quando eu me sentei ao seu lado.
- Um pouco.
- Você bebeu que nem um condenado ontem à noite. O que esperava? - a voz carregada de sarcasmo era de Ansu.
- E por que você bebeu tanto, aliás? - Ferran questionou, me olhando com curiosidade.
- Como eu disse ontem, foi um dia ruim. - dei de ombros. - Algum de vocês ajudou a minha irmã ontem à noite? - os três negaram. - E a Sira?
- Também não. Quando notamos vocês já não estavam mais lá. - explicou Fati. - Por quê a pergunta?
Durante o banho, eu tive flashes rápidos da noite passada. Aurora não cuidou de mim sozinha, havia outra pessoa, uma garota, mas eu não fazia ideia de quem podia ser. Eu me lembrava apenas do perfume adocicado.
- Talvez eu estivesse alucinando, mas tenho certeza de que tinha mais alguém. Eu só não sei quem era.
Meu olhar passeou pelo salão até parar sobre a garota longos cabelos castanhos claros, sentada em uma mesa mais afastada. Ela parecia distraída mas deve ter notado que alguém a observava.
Ela levantou seus olhos castanhos, a procura de quem a observava e logo seu olhar parou sobre mim. E foi como se uma grande luz iluminasse meus pensamentos.
Era ela.
Era Louise."Você é tão parecida com ela."
Lembro bem de ter dito essas palavras a ela e, porra, como eu me odeio por ter feito isso.
- Eu vou voltar pro meu quarto e descansar. - avisei me pondo de pé. - Preciso está bem para o treino de amanhã.
- Vai lá, cara. Nos vemos depois. - Pedri disse enquanto fazíamos um toque.
- A propósito, feliz aniversário. - desejei e dei dois tapinhas em seu ombro.
- Valeu, hermanito.
Antes de deixar o local, eu olhei uma última vez para onde Louise estava, ou melhor, onde ela devia está. A mesa estava vazia e não havia nenhum sinal dela.
Estava próximo de chegar ao elevador quando senti uma mão no meu braço, me puxar. Aquele aroma de lírios invadiu minhas narinas e eu logo reconheci aquele cheiro. Vinha dela.
- O que está fazendo?
- Precisava falar com você.
- Se quer um autógrafo é só pedir, não precisa ficar me perseguindo. - ela revirou os olhos.
- Você é tão convencido. Nem todas as garotas beijam o chão por onde você anda.
- Diz logo o que você quer. - disse impaciente.
- Você lembra de alguma coisa da noite passada? - quis saber.
Sim.
- Não. Por quê?
- Ajudei a Aurora a cuidar de você e, bem, você tava muito bêbado. - contou ela. - Mas teve uma hora que você disse que eu era parecida com alguém e sinceramente eu não consigo não pensar nisso.
- Eu não lembro de nada disso. - menti mais uma vez. - Agora eu tenho que ir.
Estava prestes a sair quando ela voltou a dizer.
- Você me chamou de Angelina.
Meu corpo gelou por um momento e eu me senti completamente vulnerável diante dessa situação.
- Quem é Angelina?
- Não é ninguém. Só esquece isso.
- Mas...
- Olha, nós não somos amigos, Louise. Eu ajudei você uma vez e ontem você me retribuiu, nós estamos quites. Agora eu posso seguir a minha vida e você pode fazer o mesmo. - eu acabei explodindo e só percebi o quão rude eu fui, quando seus olhos marejaram.
- Eu fui muito burra em pensar que você poderia ser diferente. - disse de forma ácida. - O Gavi que eu conheci naquele elevador com certeza não é o idiota que está bem na minha frente agora.
Louise passou por mim e subiu as escadas de pressa, sem olhar para trás. Sozinho, eu senti meu corpo relaxar mas além de tudo me senti um imbecil por não saber lidar com meus sentimentos.
Uma parte me dizia que eu devia ir atrás dela, mas outra me mantinha preso ao solo, sem que eu pudesse me mexer. Acho que dessa vez eu realmente a fiz me odiar.
Deixei Louise me ver vulnerável. Permitir que ela atravessasse as barreiras que eu mesmo impus, ela estava se aproximando de mais e eu tinha medo dessa proximidade.
Minhas aulas na faculdade começaram, por isso creio que as atualizações vão ser mais demoradas, por isso peço paciência e compreensão de vocês.
Agora, eu quero saber; o que estão achando da história até aqui?
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RIVALS || Pablo Gavi
FanfictionLouise estava vivenciando sua primeira Copa do Mundo e esperava que sua seleção fosse a grande campeã dessa edição. Entretanto, suas férias acabam se tornando uma avalanche de problemas quando ela conhece um jogador rival, Pablo Gavi. "Eu odeio não...