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Louise

Meus amigos me chamaram de louca quando eu disse que estava indo para a Espanha e que era um grande erro. Mas eu pensava ao contrário, ir para Espanha era minha forma de recomeçar.

Não foi fácil ficar no mesmo ambiente que Gavi e fingir que nada nunca aconteceu entre nós, mas foi ele quem quis assim então eu apenas terminaria o que ele começou em Doha a dois meses atrás.

Era doloroso, mas eu sabia que tinha que ser feito.

- Tudo bem com você? - a voz de Pedri me fez sair dos meus pensamentos.

- Sim, tudo. - esbocei um pequeno sorriso para tranquilizá-lo.

- Olha, não precisamos ir se você não se sente desconfortável. Podemos fazer algo só nós dois.

- Não, Pedri. Já disse que estou bem. E outra, eu não vou deixar de ficar com meus amigos porquê o Gavi vai está lá.

- Certeza?

- Absoluta. - garanti.

Um tempo depois, finalmente chegamos em frente a fachada da casa de praia que os irmãos Gavira alugaram. Havia carros estacionados na frente da mesma e música alta era possível escutar do lado de fora.

Peguei minha bolsa, desci do carro e ao lado de Pedri seguimos até a porta de entrada da enorme casa. Assim que entramos fomos recebidos pela própria Aurora, que estava radiante.

- Vocês chegaram. Finalmente. - disse após nos cumprimentar. - Trouxeram as bebidas?

- Tá aqui. - Pedri mostrou a sacola que segurava.

- Perfeito. Você pode deixar isso na cozinha enquanto eu apresento a Louise pros meus amigos? - pediu para o garoto.

- Claro.

- Muito obrigada. Vêm, Lou. - ela segurou minha mão e me puxou para andar com ela.

Assim como dito, Aurora me apresentou para todos os seus amigos, que foram muito gentis comigo. Depois de conhecer todos, ou quase todos, nós fomos até onde Sira, Ferran e Pedri conversavam.

Aurora teve que ir cumprimentar seus outros convidados e eu fiquei na companhia do trio. Me sentei na mesma espreguiçadeira de Sira e começamos a colocar a conversa em dia enquanto os garotos falavam sobre outra coisa.

- Então, você não está mais com o Garnacho?

- Não mesmo. Ele não era o cara que eu pensei que era. - contei, sem dar muita importância. - Foi um livramento, eu diria.

- E o Gavi?

- O que têm o Gavi? - a olhei sem entender.

- Vocês vão voltar?

- Eu não vim aqui pra isso, Sira. Sei que todos estão pensando a mesma coisa, mas isso não vai acontecer. Não vamos voltar. - disse com convicção e dei um gole na minha bebida.

Bem, essa era a ideia.

Como se soubesse que estávamos falando dele, Pablo simplesmente surge do nada. Eu não tinha o visto desde que cheguei mas foi só tocar em seu nome que ele apareceu magicamente.

Ele tinha um sorriso no rosto enquanto cumprimentava seus amigos. Essa era uma das poucas vezes que eu o vi sorrindo já que na maioria das vezes ele tá de cara fechada.

E, nossa, como eu amava aquele sorriso.

Acho que encarei de mais porquê logo o olhar dele se encontrou com o meu e eu me senti uma grande estúpida por isso. Tomei o resto da bebida e senti o líquido descer rasgando pela minha garganta.

- Eu vou pegar mais, já volto. - avisei para a Martínez e não esperei que ela me respondesse, apenas me levantei e adentrei a casa.

Haviam pessoas espalhadas pro toda a casa, mas a cozinha - por incrível que pareça - estava vazia. Peguei outra garrafa de cerveja na geladeira e quando me virei, levei um baita susto.

- Deus! - exclamei colocando a mão no peito.

- Desculpa, não queria te assustar. - o rapaz de cabelo loiro disse enquanto ria da minha reação.

Que momento constrangedor.

- Tudo bem. Não é culpa sua, eu tava distraída.

- Eu sou o Cristo, amigo do Gavi. - ele se apresentou, estendendo sua mão em minha direção.

- Louise. Amiga da Aurora. - apertei sua mão em forma de cumprimento.

- Nome bonito, igual a dona.

Direto.
Gostei disso.

Eu estava prestes a responder quando fui interrompida por ninguém mais, ninguém menos, que o camisa seis do Barcelona. Sua atenção foi direto para Cristo, que soltou minha mão depressa.

Ele estava flertando comigo a um segundo atrás e agora está agindo estranho?

- Eu tenho que ir. Mas foi um prazer te conhecer, Louise.

- Igualmente. - sorri e ele logo deixou a cozinha.

Gavi abriu a geladeira e também pegou uma cerveja. Ele apoiou o corpo no balcão da cozinha e me encarou dos pés a cabeça. Mesmo depois de tanto tempo, ele ainda tinha efeito sobre mim.

- O que tá olhando?

- Não posso mais olhar pra você?

- Não, não pode. - respondi. - E vê se para de assustar os seus amigos.

- Não sei do que você tá falando. - ele deu de ombros.

- Não seja sonso. Eu vi como você olhou para Cristo.

- Como?

- Como se estivesse prestes a matá-lo por esta falando comigo. Só não esquece, Pablo, que eu sou livre e desimpedida e posso ficar com quem eu quiser.

- Eu só tô cuidando do que é meu.

Eu ri incrédula.

- Nada aqui é seu, deixou de ser a muito tempo. Só aceita isso logo.

- Você devia saber que eu não sou do tipo que desiste fácil, Louise. - Gavi se aproximou o suficiente para me encurralar entre seu corpo e o armário. - Eu vou ter você de volta.

Eu engoli em seco.

- Isso não vai acontecer.

Seu rosto se inclinou e eu senti sua respiração bater contra o meu pescoço. Meus olhos se fecharam e seu perfume amadeirado invadiu meu nariz.

Ele estava sendo tão ousado que eu se quer conseguia racionar o que estava acontecendo. Não tive nem forças para afastá-lo.

- É o que nós vamos ver. - murmurou no meu ouvido.

Em seguida, ele se afastou. Deu mais um gole na sua bebida, me lançou uma piscadela e saiu da cozinha, me deixando sozinha ainda tentando raciocinar o que havia acabado de acontecer.

Sempre fui eu a frente das iniciativas, não ele. Esse, com certeza, não é o Gavi que eu conheci no Catar.

 Esse, com certeza, não é o Gavi que eu conheci no Catar

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Teremos um Gavi mais ousado? Quem amou🙋‍♀️

Spoiler do próximo cap: surtos, corações partidos. Preparem os lencinhos.

RIVALS || Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora