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Louise

A última coisa que me lembro da noite passada foi de ter discutido com Gavi, o que nos últimos dias havia se tornado algo frequente. Foi inevitável não me sentir incomodada vendo abraçar a garota com quem ele ficou logo depois de terminar tudo entre nós.

Eu odeio me sentir vulnerável, mas Pablo era minha maior fraqueza. Não importa o quanto ele me machucasse, meu coração, meu corpo e minha alma ainda clamavam por ele. Eu só queria parar de pensar no seu olhos castanhos e rosto perfeito então eu bebi. Muito.

Quando acordei na manhã seguinte, foi uma grande confusão. Eu estava partilhando a cama com Cristo, o garoto que eu conheci antes. Forcei minha memória, pedindo a Deus para que eu não tivesse sido tão burra, mas eu não fazia ideia de como chegamos até lá.

- Não acredito que você dormiu com o Cristo. - Pedri me olhou com seu típico olhar de repreensão.

- Não aconteceu nada, Pedri. Eu não transei com ele.

- Então ele, magicamente, foi parar na sua cama? - usou do seu sarcasmo, me fazendo revirar os olhos.

- Não foi bem assim. Olha, eu tava bêbada, não tava pensando direito.

- Sabe, você e o Gavi são mais parecidos do que pensam. Acham que a solução dos seus problemas tá no fundo de uma garrafa de whisky.

- Nós só não conseguimos lidar com nossos sentimentos.

- E aí bebem e fazem besteira. - falou em tom de deboche. - Por quê vocês não voltam logo e você para de fingir que não sente mais nada por ele?

- Não é tão simples assim. Como eu vou ter certeza que ele não vai me machucar de novo? Eu não quero passar por isso uma outra vez. Tenho meus limites.

Pedri se calou. Ele não tinha mais argumentos para usar, sabendo que eu estava certa. Gavi me fez duvidar de tudo o que eu sentia por ele, agiu como se nada tivesse sido real e eu teria que perdoá-lo tão facilmente?

- Louise, finalmente eu te achei. - Sira surgiu um pouco ofegante. - É o Pablo.

Falando no diabo...

- O que têm ele?

- A Aurora acabou de receber uma ligação do hospital. - ela contou e nesse momento o mundo ao meu redor parece ter parado.

- Do hospital? - engoli em seco.

- Parece que ele sofreu um acidente.

- O quê?

Meu coração acelerou, eu já não sabia mais como respirar e um zumbido alto atingiu meus ouvidos. Minha cabeça começou a girar e se não fosse por Pedri me segurar, eu teria caído.

- Nós estamos indo pra lá. - ela explicou.

- Nós também vamos. Nos encontramos lá. - Pedri disse e Sira apenas concordou, saindo logo em seguida.

- Isso é culpa minha. - murmurei sentindo um nó se formar na minha garganta.

- Quê? Não fala besteira. Isso não é culpa sua.

- Eu quis machucá-lo, Pedri. Igual como ela fez comigo e olha no que deu.

- Louise, olha pra mim. - ele segurou meu rosto e me fez olhar diretamente em seus olhos. - Não é culpa de ninguém, entendeu? Nem sua, nem dele, de ninguém.

Eu assenti mesmo que lá no fundo eu sentisse que, sim, a culpa era minha.

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RIVALS || Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora