RIVALS || Pablo Gavi

019

Louise

O jogo contra o Japão estava sendo bem mais difícil do que todos imaginavam. A Espanha saiu na frente com um gol de Morata, entretanto foram pegos de surpresa com dois gols de virada no segundo tempo.

Faltavam apenas 3 minutos para o fim de partida e a Espanha tinha uma última chance de conseguir um empate. Ferran Torres roubou a bola e correu em direção a grande área do time adversário.

Pedri, Morata e Gavi o acompanhavam. O estádio todo se levantou quanto Torres fez um cruzamento, os jogadores pularam mas a bola tinha endereço e era na cabeça de Gavi, que fez o segundo gol.

- GOL!

Comemorei junto a Sira e Aurora, que estavam tão eufórica quanto eu. O meio-campista correu ao redor do campo com seus companheiros atrás e beijou o escudo da Espanha em sua camisa.

Por fim, ele passou seu olhar pela arquibancada e só parou quando encontrou os meus. Ele sorriu e mandou um beijo em minha direção, ele não estava sendo discreto mas quem liga?

- Eu vi isso. - Aurora murmurou baixo.

- Todo mundo viu. - Sira completou, rindo.

- Ele só tá feliz pelo gol. Nada de mais. - dei de ombros, fingindo indiferença quando por dentro eu estava explodindo se felicidade.

Cada dia que eu passava ao lado de Gavi, meus sentimentos ficavam cada vez mais fortes. Eu só não sabia se isso era algo bom, ou algo que poderia me levar direto a beira do abismo. E sinceramente, eu não queria saber.

Alguns minutos depois, o juiz finalmente deu o apito final e a partida se encerrou. Todos voltaram a comemorar acreditando que a seleção espanhola chegaria longe na competição.

Ouvi vozes animadas e uma agitação logo atrás de mim, quando me virei vi que Gavi estava subindo as escadas da arquibancada e vindo até mim. Meu coração acelerou.

- O que tá fazendo, Gavira? - perguntei quando ele parou diante de mim.

- Louise Mount, você quer sair comigo? - perguntou de repente, me pegando de surpresa.

- O quê? - pensei não ter ouvido direito. - Tá me chamando pra um encontro?

Ele assentiu.

- O que me diz, lírio?

- Sim, eu quero sair com você!

Ele estava suada mas eu não liguei quando ele me abraçou, eu apenas retribui o gesto e deixei um beijo na sua bochecha. Não sabia que era possível ter mais borboletas no estômago mas era.

◇ ◇ ⚽️ ◇ ◇

Depois do jogo, Gavi e eu deixamos o estádio juntos. Eu não fazia ideia de onde estávamos indo, mas eu confesso que gosto de uma surpresa. Estávamos em silêncio e ele parecia um pouco nervoso.

- É o seu primeiro encontro, não é? - disse quebrando o silêncio.

- Tá tão na cara assim? - perguntou, me olhando de relance.

- Um pouco. - dei de ombros. Voltei a olhar pela janela e percebi que estávamos nos afastando cada vez mais do centro da cidade. - Você tá me sequestrando?

- Se tivesse, com certeza, não diria.

- Certo, agora você tá me assustando. Onde estamos indo?

- Já estamos chegando. - avisou voltando sua atenção para a rua.

Minutos depois estávamos em frente a um hotel muito luxuoso e muito grande. O lugar exalava riqueza. Me lembro de ter passado na frente dele algumas vezes mas nunca cheguei a entrar.

- É aqui?

- É. Vamos?

- Vamos.

Retirei o cinto, peguei minha bolsa e nós descemos do seu carro. Gavi deu a chave do carro para o manobrista e em seguida segurou minha mão, me guiando para o interior do hotel.

- Me espera aqui. - ele pediu, eu apenas assenti.

Fiquei parada no mesmo lugar enquanto o assistia ir até a recepção. A moça, que descaradamente dava em cima dele, lhe entregou um cartão de entrada e uma chave. Ele agradeceu e veio até o meu encontro, novamente.

- O que você está aprontando, Gavira? - perguntei desconfiada enquanto andávamos até a área do elevador.

- Você vai ver quando chegarmos. - disse com um sorriso convencido. - Podemos ir de elevador ou você prefere subir de escada?

Já fazia um tempo que eu não andava de elevador por conta do dia em que ficamos presos, mas eu não poderia evitar isso pra sempre. Eu teria que encarar esse medo uma hora ou outra.

- Vamos de elevador.

Pablo apertou o botão para chamar o elevador e não demorou muito para que estivéssemos dentro do mesmo. Respirei bem fundo e inconscientemente acabei apertando a mão dele com muita força.

- Tudo bem? - ele perguntou preocupado.

- Tudo. - sorri em resposta.

Quando finalmente chegamos ao andar solicitado, Gavi tampou meus olhos com suas mãos e me guiou até o nosso destino final.

- Eu vou abrir a porta. Não abre os olhos.

- Não vou. - garanti. O jogador retirou suas mãos e eu mantive de olhos bem fechados.

Ouvi quando a porta foi destrancada e gentilmente ele me puxou para entrar no cômodo. Não saber o que estava prestes a encontrar a minha frente me deixava um pouco ansiosa e muito curiosa.

- Já posso abrir?

- Pode.

Lentamente, eu abri meus olhos e notei está em um luxuoso quarto de hotel, três vezes maior do que o meu. Na cama havia um buquê de lírios roxos, ao fundo uma melodia soava e eu reconheci como "Cardigan" da Taylor Swift.

Já na varanda havia uma mesa posta com dois lugares e foi impossível não reconhecer cheiro delicioso da comida italiana. Não podia acreditar que ele havia feito tudo isso e foi tão atencioso a cada pequeno detalhe.

- Ah, meu Deus, Pablo. Você fez tudo isso?

- Sozinho, não. Eu tive uma mãozinha. Na verdade, foram vinte e um pares de mãos, mas quem liga? - disse um pouco atrapalhado. Eu ri. - Você gostou?

- Tá tudo perfeito. - fui sincera. - Ninguém nunca tinha feito nada perto disso por mim.

- Pois eu farei tudo o que estiver ao meu alcance pra te ver sorrindo, igual você está agora. - falou tocando meu rosto. - Até mesmo ouvir Taylor Swift.

- Espero que cumpra o que está dizendo, jogador.

- Eu vou, lírio, prometo. - Gavi deixou um beijo delicado na minha cabeça e eu sorri como uma idiota.

Esse é o meu capítulo favorito até agora. Eu tava ansiosa pra postar e final está aqui então aproveitem.