Letizia
Convenci Sergei a voltar para Moscou após uma semana.
Continuei ajudando meu irmão em alguns negócios e mudando algumas estratégias para a entrega dos armamentos de forma mais rápida, principalmente no leste europeu onde ainda havia alguma dificuldade, muitas vezes com desvio e roubo de carga.
Assim que tudo estava resolvido, voltei para minha casa. Já haviam se passado três meses, e só conversava com Sergei pelo telefone.
Nesse meio tempo, o teste de paternidade mostrou que ele não era o pai da criança que Natalya estava esperando, mas obrigou que o exame fosse feito pelo pakhan que estava saindo com ela.
Quando o resultado foi confirmado, o mesmo se comprometeu a cuidar dela e da criança.
Além disso, comprou um dos bares mais antigos da cidade, fazendo uma reforma, com alguns quartos para as garotas que quisessem atender os clientes. Parecia promissor e prometi que faria uma visita, assim que estivesse livre.
Passei a frequentar o bar com certa regularidade. Era um local rústico, com boa música (rock clássico), bebidas da melhor qualidade e a clientela era basicamente composta pelos chefes das outras organizações e seus subordinados.
Vladimir conduziu todos os meus negócios de forma muito eficiente, ainda assim haviam várias solicitações de consultoria personalizada, treinamentos especiais, o que me manteve ocupada até o final do ano.
Passava algumas noites com Sergei, não queria saber se estava com outra mulher, desde que tomasse as devidas precauções. Ele reclamava que não me via com frequência, mas aos poucos consegui espaçar nossos encontros, até se tornar algo esporádico.
E assim os anos se passaram, e ganhei o reconhecimento que merecia dentro do conselho russo. Até as mulheres, que antes falavam mal de mim pelas costas, começaram a me respeitar. Continuei a pesquisar e investigar a máfia italiana, perseguindo meu último objetivo, mas sem sucesso.
Até que um dia, meu irmão me mandou uma mensagem, dizendo que ia se casar.
Manoela, sua noiva, tinha mais de 30 anos, era viúva e herdeira de um magnata americano, do ramo da tecnologia.
Aos 20 anos de idade tinha fugido para os Estados Unidos, evitando seu casamento arranjado. Foi perseguida e ameaçada de morte.
Corajosa. Gostei, mesmo sem conhecer.
Ele pediu que eu ajudasse na segurança, temia alguma represália por parte da família do ex-noivo, ou até do próprio primo. Óbvio que concordei, e escalei meus melhores homens para me acompanhar.
A coitada da minha cunhada tinha nascido em um ninho de cobras.
Minha mãe não se aguentava de alegria, por ter desencalhado o filho. Na organização italiana, os homens deviam se casar, assim que houvesse uma herdeira disponível. Nico estava perto dos quarenta, ela já estava sem esperanças.
Mas eu achava que havia algo mais por trás dessa união.
Muito estranho para uma mulher que comandava uma das maiores empresas de tecnologia, se casar com alguém da máfia. Pelo que Nico disse, dinheiro para ela não era problema, só restava saber se era um acordo entre os dois ou uma paixão inesperada.
Como conhecia esse mundo muito bem, estava mais com cara de acordo. Não ia perturbar meu irmão por causa de detalhes, afinal a vida era dele e essa união aumentaria os lucros, os negócios do pai dela seriam dele.
Enquanto procurava um vestido para o casamento, em meu closet, Yula me passava as atividades do dia:
- Tizia, há um pedido de consultoria por parte da família romena e Sergei disse que estará te esperando no bar, mais tarde.
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A senhora das armas (livro 2)
Action"Estava olhando de forma fixa para a janela do outro lado da sala, com os braços cruzados, quando ouvi uma voz, bem perto de mim, junto com um cheiro amadeirado, fresco: - Desculpe o atraso. Me virei. Sergei. Era um homem bonito apesar da idade, ve...