Giuliano
Fui acordado pela comissária, avisando que estávamos em procedimento de pouso. Afivelei o cinto de segurança, sonolento.
Assim que desci as escadas, entrei no carro, na pista particular. Ainda cansado por todos os acontecimentos, desde a vontade de eliminar meu pai, reuniões intermináveis com o conselho até a decisão de exilá-lo, lidar com os problemas das boates, centros de distribuição, contrabandos, além de garantir que as famílias continuassem exercendo seus papéis de forma adequada.
Ontem, ao falar com Letizia pelo telefone, notei que ficou abalada com a notícia do casamento de Sergei.
Não pensei duas vezes em voltar, para vê-la.
Para minha satisfação, já tinha retornado para a casa na cidade, o que faria com que o trajeto fosse mais curto, evitando que eu dormisse de novo. Assim que o carro estacionou dentro da garagem, fui em direção à cozinha, ela devia estar tomando o café da manhã.
Encontrei Anna no caminho:
- Letizia ainda não desceu.
Achei estranho, pois era sempre a primeira a acordar. Subi as escadas, e abri a porta do quarto, devagar.
As cortinas estavam fechadas. Ela estava deitada de bruços na cama, abraçada com o travesseiro, vestindo uma de minhas camisas.
Respirava de forma pesada.
Quando fui sentar ao seu lado, meu pé esbarrou em uma garrafa de vodka, que rolou pelo chão, vazia.
Decidi deixá-la dormir mais um pouco, retornando para a cozinha e pedindo para Anna preparar uma bandeja com água, analgésico e uma caneca de café, forte.
Me sentei à mesa para comer.
Yula se aproximou:
- Tizia não acordou, ainda.
Me servi de café e frutas:
- Está desmaiada, com o álcool como companhia. Ficou perturbada com a notícia do casamento.
Ela me olhou, intrigada:
- Você percebeu?
- Claro. Tenho que estar atento, Letizia ainda tem muitas inseguranças.
- Sobre vocês?
Tomei o último gole de café:
- Sobre tudo o que envolva qualquer tipo de sentimento. Foi treinada e condicionada para suprimir as emoções.
- Não sabia que era tão observador.
Levantei da mesa:
- Existem muitas coisas sobre mim, que as pessoas desconhecem.
Pedi à Anna que me ajudasse com a bandeja, minha mão direita ainda estava imobilizada.
Subi as escadas, novamente.
Dessa vez estava sentada na cama, descabelada e desnorteada, com a mão na testa e uma expressão de dor, que eu conhecia muito bem.
Ressaca.
Anna deixou a bandeja na mesa, ao lado dela, e saiu.
Letizia manteve os olhos entreabertos:
- O que você está fazendo aqui?
Apontei para o copo de água e o comprimido:
- Analgésico e água, tome.
Jogou a pílula dentro da boca, virando o copo em seguida:
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A senhora das armas (livro 2)
Acción"Estava olhando de forma fixa para a janela do outro lado da sala, com os braços cruzados, quando ouvi uma voz, bem perto de mim, junto com um cheiro amadeirado, fresco: - Desculpe o atraso. Me virei. Sergei. Era um homem bonito apesar da idade, ve...