Letizia
Chegamos no bar por volta das 9 da noite. Yula olhava com os olhos arregalados. O local estava cheio, os únicos lugares vazios eram no balcão. O ambiente cheirava a cigarro e bebida, com um burburinho causado pelas vozes, na sua maioria masculinas, dos chefes locais e seus subordinados, que conversavam animados.
Entre as mesas, as garotas circulavam com vestidos de seda, em cores fortes, compridos e de alças finas. Como um estranho desfile de camisolas. Loiras, ruivas, na sua maioria com olhos claros, cabelos compridos e olhar distante.
Abri a porta do escritório e encontrei Sergei sentado na poltrona, com as pernas esticadas e cruzadas sobre um pequena mesa de centro. Se levantou:
- Tizia, achei que tinha desistido – me abraçou, levantando as minhas pernas do chão.
- Porque é um bobo – sorri – eu disse que estava a caminho. Tem alguém para cuidar de Yula?
Ele olhou para ela, abriu a porta e Nikolai entrou:
- Tizia, como vai? Hoje eu vou acompanhar a sua assistente. Estará segura comigo.
Pegou na mão de Yula, quando estava saindo com ela, reforcei:
- Nada de bebidas fortes, nem danças.
Ele riu e foi embora com ela.
Sergei me carregou até o sofá:
- Demorou, problemas nos negócios?
Me arrumei entre as suas pernas, ficando de joelhos, encostando sua cabeça na minha barriga e passando as mãos nos seus cabelos:
- Eu quero te pedir um favor.
Pegou nas minhas mãos, segurando meus pulsos e me fazendo sentar no seu colo:
- Está com um problema, hum?
Cheguei perto do seu rosto e o beijei, com vontade. Ao me soltar, respondi:
- Não sou eu que estou com problema, é um amigo.
Ele olhou para mim, sério:
- Quem pediu para você vir falar comigo?
Me desvencilhei dele e andei até a sua mesa de trabalho:
- Vou falar a verdade, ok?
Ele estava com os cotovelos apoiados nas pernas, segurando o isqueiro que eu havia dado de presente:
- Estou esperando.
Virei de frente para ele, encostada na mesa.
Respirei fundo e decidi falar tudo de uma vez:
- O repasse de Bogdan, vinte e cinco por cento, você não consegue baixar?
Ele veio até mim, com a voz alterada:
- Não acredito que está negociando em nome do romeno! Foi ele que pediu?
Sentei na mesa:
- Se não for possível, eu pago para você o valor anual de 10% ao mês, para você manter 15% para ele nos próximos dois anos.
Ele cerrou os punhos, batendo na mesa do meu lado, com força:
- Tizia, por que você quer fazer isso? Está de caso com ele?
Estava enfurecido. Engoli a seco:
- Não. Eu só não quero ter que entrar em uma guerra com ele, porque se você for, eu vou também, mesmo sabendo que conseguiria destruí-lo sozinho. Eu nunca faria nada contra você.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A senhora das armas (livro 2)
Acción"Estava olhando de forma fixa para a janela do outro lado da sala, com os braços cruzados, quando ouvi uma voz, bem perto de mim, junto com um cheiro amadeirado, fresco: - Desculpe o atraso. Me virei. Sergei. Era um homem bonito apesar da idade, ve...